Barra Mansa – Considerado um artigo de luxo até algumas décadas, os telefones fixos estão perdendo espaço na casa dos brasileiros, conforme aponta a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Um levantamento feito pela agência mostrou que nos últimos 12 meses houve uma redução de 1,5 milhão de linhas de telefonia fixa em todo o país. Em Barra Mansa, onde as reclamações sobre telefonia móvel e fixa lideram o ranking no Procon, o gerente do órgão, Felipe Fonseca, associa essa queda a diversos fatores. Um deles, conforme destaca, é a crise econômica que o país enfrenta, fazendo com que muitos brasileiros abram mão de algumas despesas.
– O telefone fixo não é mais tão importante para que as pessoas possam se comunicar, já que hoje elas têm outros meios como a internet e redes sociais. Em época de crise, ele deixa de ser uma coisa essencial e passa a ser supérfluo e, com isso, quando as pessoas precisam cortam algum gasto, elas acabam cortando a despesa do telefone fixo – comparou Fonseca ao informar que somente neste ano o Procon registrou 1342 atendimentos relacionados a linhas fixas e móveis.
Ainda de acordo com o gerente, a queda das linhas fixas também é um reflexo do crescimento do uso de aparelhos de celulares, uma vez que as operadoras oferecerem planos acessíveis e que cabem no bolso de várias classes sociais. “Não tem como negar que as pessoas estão optando mais pelo uso do celular e pelas facilidades oferecidas pelas empresas como, por exemplo, a opção de usuários poderem falar de graça com pessoas da mesma operadora”, acrescentou Fonseca.
Problemas com o fixo são muito comuns
Conforme destacou o gerente do Procon, a telefonia fixa ocupa a segunda posição no ranking de reclamações do setor, caminhando bem próxima à telefonia móvel, que fica em primeiro lugar. Esse tipo de situação, segundo Fonseca, é muito mais comum do que os usuários imaginam e incluem problemas com serviços inseridos sem autorização, dificuldades para efetuar cancelamentos e também cobranças indevidas.
“Atendemos esses problemas no dia a dia. São identificadores de chamadas inseridos sem solicitação do usuário; muitos casos de ligações caras, de até R$60, que nunca foram realizadas para outros estados e também tem as reclamações com relação as dificuldades para cancelar uma linha. Muitas das vezes o consumidor precisa nos procurar e contar com a nossa ajuda para conseguir esse cancelamento”, comentou o gerente.
De acordo com Fonseca, o Procon está sempre disposto a ajudar o consumidor e, por isso, a orientação é para que procurem o setor tão logo verifiquem algum irregularidade na sua linha de telefone fixo. Ele explica que o órgão só pode ajudar, em casos de cobrança indevida, nas últimas três contas. “Nós conseguimos ter esses valores cobrados devolvidos, mas para que isso ocorra o consumidor deve nos procurar assim que detectar o problema”, esclareceu.
Segundo o gerente, para quem utiliza a linha fixa/internet para trabalhar, a orientação do Procon é que o responsável pela linha entre em contato o mais rápido possível com a operadora, sempre lembrando de anotar todos os números de protocolo. “Nesses casos nós também podemos ajudar o usuário que, se tiver algum prejuízo financeiro, precisará recorrer à justiça para solucionar”, disse Fonseca.

Móvel: Celulares são cada vez mais usados e substituem linhas fixas também (Fotos Públicas)
Ligações só pelo celular
A técnica de saúde bucal Alexandra da Silva Cruz Dias, de 37 anos, conta que desistiu de ter um aparelho fixo desde que teve vários problemas para tentar mudar seu plano, que estava fazendo cobranças indevidas. Com o nome registrado no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) por conta disso, ela recorda que foi uma luta conseguir o cancelamento da linha e ter que provar na justiça o erro da prestadora de serviço.
“Eu fiquei com o nome sujo na praça por causa de ligações caríssimas, para São Paulo, que eu nunca havia feito. Ganhei uma indenização na justiça, pois consegui provar que não tinha feito, mas desistir de manter a linha porque quase não utilizava e me deu muita dor de cabeça. Ligações aqui em casa só pelo celular e a internet é de uma empresa especializada. Eu e meu marido temos a mesma operadora e muitos bônus extras para ligarmos para fixo, o que dispensa a necessidade de uma linha”, comentou.
Já a dona de casa Rosangela Martins de Almeida, de 40 anos, conta que seu problema com a operadora de telefonia móvel se estendeu por quase dois anos, com diversos reparos feitos, sem sucesso, pela operadora. Com uma filha cursando o ensino médio, ela recorda que por muitas vezes a adolescente não pôde utilizar a internet por conta de problemas com o sinal. Cansada de pagar as contas, sem utilizar os serviços como gostaria, ela também entrou na Justiça e cancelou o telefone fixo.
“Eu, meu marido e minha filha só usamos o celular e o fixo não nos faz falta alguma, até porque tem meses que sobram bônus para ligações para fixo. Pedimos água, lanches, pizzas, marcamos consultas e exames, entre outras ligações para número fixo, tudo pelo celular”, comenta a dona de casa, que também contratou o serviço de internet de uma empresa especializada. “As despesas são bem menores do que na época que tinha a linha fixa”, garantiu Rosangela.
Por Roze Martins
(Especial para o DIÁRIO DO VALE)
2 comments
As concessionárias de telecomunicação devem…se preocupar em oferecer serviços agregados a um linha telefônica…principalmente acesso à internet..pois caso não invistam neste sentido…só haverá linha comercial…e com dias contados…
Moro em bairro que a Oi fixo…nao investiu em cabos para internet..liguei..liguei…não existe tronco…e não fazem nada pra te atender..desativei o fixo.
Não possuo mais telefone fixo. DEVOLVI. Só me comunico através do celular, e na maioria das vezes via whatsap. Foi dificil devolver o fixo mas consegui.
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