CBF desiste de recurso e Neymar se despede do Chile

by Diário do Vale
Posando: Neymar se despede dos colegas que sehuem na disputa da Copa América (Foto: Rafael Ribeiro/Divulgação)

Posando: Neymar se despede dos colegas que sehuem na disputa da Copa América (Foto: Rafael Ribeiro/Divulgação)


Santiago (Chile) –
Uma reunião entre Neymar e a comissão técnica da Seleção Brasileira definiu na noite do último domingo que o craque está mesmo fora da Copa América. Com poucas chances para reverter a punição de quatro jogos recebida pelo camisa 10, a CBF decidiu que não entrará com recurso junto à Conmebol. A entidade ainda avisa que Neymar não ficará junto aos companheiros na sequência da competição, deixando a concentração nesta segunda-feira. Existia a expectativa que, por ter envergado a braçadeira de capitão nas duas partidas em que atuou, o atacante permanecesse com a delegação para apoiar até o final da campanha.

A decisão de permanecer ou não concentrado com a Seleção Brasileira foi exclusiva de Neymar. Segundo tinha adiantado o técnico Dunga, o jogador precisava “sentir se poderia colaborar de alguma forma”. O camisa 10 não parece ter sentido. “Ele precisa saber se está pronto para ficar aqui, ou se deve ir embora para não transmitir tristeza e amargura por não poder jogar”, falou Dunga à ocasião.

O craque abre mão de estar com os demais convocados porque, de qualquer forma, não poderia entrar em campo nem que a Seleção alcance a final da Copa América. Somando a primeira partida cumprida no último domingo, Neymar ainda fica mais três de fora. Se o Brasil não for à decisão, ele cumpre os jogos restantes nas rodadas iniciais das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

O atacante se despediu dos companheiros nesta segunda-feira, quando explicou a escolha de não permanecer com a Seleção. “Sei que a minha presença no grupo é importante, assim como a de cada um dos demais jogadores”, escreve o craque nas redes sociais.

“Nunca me furtei da responsabilidade de ser um dos líderes do grupo e, como capitão, sempre me entrego em busca de vitórias e tomando decisões, sejam elas erradas ou certas. E este é um momento de decisão”, entende o atacante.

Ele foi suspenso pela Conmebol por protagonizar confusão na derrota por 1 a 0 para a Colômbia. Além de ser expulso após o apito final, ainda teria esperado o árbitro Enrique Osses para xingá-lo no túnel que leva aos vestiários. “Ficar aqui poderia trazer para um ambiente de “concentração” assuntos que tirariam o foco do principal objetivo da Seleção”.

Depois de se despedir dos companheiros, o craque deixou o hotel em Santiago na manhã desta segunda-feira e embarcou para São Paulo, onde vai aproveitar as férias após a vitoriosa temporada com o Barcelona, campeão da Tríplice Coroa. “É complicado um cara treinar sem ser para alguma coisa. Todos que estão aqui estão treinando para jogar, em busca do título, como eu vinha treinando. A Copa América para mim acabou e não tinha porque eu estar aqui. Motivo de tristeza. Ia me matar por dentro. Você não tem alegria, não encontra alegria em nada. Agora é descansar a mente e curtir a família em casa”, explicou o atleta na saída do hotel no Chile.

Julgado pelo Tribunal Disciplinar da Conmebol, Neymar foi suspenso por quatro jogos por suas atitudes na derrota por 1 a 0 para a Colômbia, na última quarta-feira. Nervoso com o resultado, o jogador chutou uma bola em Armero depois do apito final, ameaçou dar uma cabeçada em Murillo e sofreu um empurrão de Bacca. Os dois acabaram expulsos, mas como o brasileiro já havia levado um cartão amarelo por mão na bola, pegou o dobro de gancho do colombiano, além de precisar pagar uma multa de R$ 30 mil.

As câmeras de transmissão ainda flagraram o brasileiro xingando Zúñiga, responsável pela joelhada que o tirou da Copa do Mundo em 2014. Neymar ainda teria ofendido o árbitro Enrique Osses no túnel de acesso dos vestiários. “Meus companheiros e a comissão técnica, todos sabem o que eu sinto e o que penso. Eu me deixei levar, me pus nessa situação chata. O melhor foi fazer isso. O melhor foi eu ir embora”, acrescentou.

Neymar saiu do hotel por volta das 9h (de Brasília), acompanhado de seguranças e carregando o prêmio de Melhor Jogador da Estreia do torneio, conquistado na vitória sobre o Peru. O centroavante, privado de contribuir com a equipe nacional, assegurou que não pensaria duas vezes antes de abrir mão do troféu individual em prol do ouro coletivo. “Trocaria esse troféu pela taça de campeão”, garantiu.

Sem Neymar, o Brasil venceu a Venezuela por 2 a 1 no domingo, assim garantindo a liderança do grupo C e avançando às quartas de final, quando encara o Paraguai. A partida está marcada para as 18h30 (de Brasília) deste sábado, no Estádio Municipal de Concepción.

NOVO CAPITÃO – No amistoso diante do México, antes da Copa América, David Luiz foi o capitão não ausência de Neymar. Mas o zagueiro virou reserva e a braçadeira foi para Miranda no primeiro jogo após a suspensão do atacante, motivo de honra para o tímido jogador do Atlético de Madri, informado sobre a função pouco antes da partida contra a Venezuela, nesse domingo.

“O Dunga me falou na preleção que eu seria o capitão e fiquei feliz por representar todos os lideres desse grupo. Fico honrado por vestir essa braçadeira”, comentou Miranda, que exerce um nível de relacionamento com os colegas que agrada ao treinador, além da capacidade técnica.

“Escolhi o Miranda por rendimento, comportamento e liderança tranquila com o grupo. Todos gostam da forma como ele atua, sempre pronto para orientar os companheiros. É um dos líderes que temos”, definiu o treinador, que quis dividir as lideranças enquanto não pode contar com Neymar, excluído por indisciplina do resto da Copa América.

Miranda ficou com a braçadeira, mesmo tendo como colega Thiago Silva, escolhido como capitão durante a Copa do Mundo no Brasil, no ano passado, e marcado por chorar demais e pedir para não bater pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final. O novo dono da função, agora, se recusa a ficar isolado como líder do grupo. “São importantes os líderes dentro de campo, mas não só quem leva a braçadeira. O jogo contra a Venezuela é uma demonstração de que temos vários líderes que, em um momento importante, chamaram a responsabilidade. Todos colocaram mais vontade e garra para superar tudo e conseguir uma vitória importante”, falou Miranda, avisando que, tecnicamente, é possível também suprir a ausência do capitão Neymar.

“O time tem condição de crescer. O Neymar faz falta em qualquer equipe do mundo, mas estamos sabendo suportar a pressão. O Paraguai é uma seleção muito sólida, que merece respeito. Mas somos o Brasil e temos que buscar a classificação”, disse o novo capitão, já pensando no jogo eliminatório pelas quartas de final.

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