Santiago – Nunca a Copa América esteve tão badalada. É com esse sentimento que a competição começa nesta quinta-feira, no Chile, quando o anfitrião fará o jogo de abertura contra o Equador. Isso porque o torneio carrega um pouco do bom desempenho exibido pelas seleções sul-americanas na Copa do Mundo do ano passado, no Brasil.
Dessa vez a disputa pelo caneco não está monopolizada por poucas equipes, como a Seleção Brasileira, a Argentina e o Uruguai. Apontar um favorito, por exemplo, é um convite ao erro. Isso porque o Brasil, que vem de excelentes resultados desde que Dunga assumiu o comando do time, não pode ser desprezado, ainda mais tendo a presença de Neymar, um dos destaques da última Champions League, conquistada pelo seu Barcelona.
A Argentina, muito menos, já que Lionel Messi, a grande estrela da companhia e companheiro de Neymar no Barcelona, agora tem a companhia de um Carlos Tevez que atravessa um grande momento. O Uruguai não conta com seu grande destaque, Luis Suárez, ainda suspenso pela mordida na Copa do Mundo. Porém, aposta em Edinson Cavani, artilheiro que vive grande momento no Paris Saint-Germain, da França.
A Colômbia também chega muito forte e aposta na base que parou diante do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo. James Rodríguez, um dos craques do Mundial passado, agora tem a companhia de outro capaz de desequilibrar: o artilheiro Falcao García.
Anfitrião, o Chile aposta em muito mais do que a sua apaixonada torcida. O meia Jorge Valdivia é apenas mais um no elenco que conta com jogadores importantes como o atacante Alexis Sánchez, hoje no Arsenal, da Inglaterra.
A lista de grandes favoritos realmente pode contar Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e Uruguai, atual campeão. Porém outras seleções não podem ser deprezadas. O Peru e o Paraguai parecem apostar em velhos conhecidos. Os peruanos jogam suas fichas em Paolo Guerrero, que está trocando o Corinthians pelo Flamengo. Os paraguaios, ainda se reestruturando, tem como grande figura o veterano Roque Santa Cruz.
– Uruguai e Paraguai sempre brigam bem, a Colômbia tem um grande time, o Chile é um anfitrião de respeito, o Brasil nem se fala e a Argentina é sempre favorita quando entra em uma competição. Vai ser um torneio muito disputado e para mim seria muito gratificante conquistá-lo depois que a Argentina ficou sem segundo lugar na última Copa do Mundo – analisou Lionel Messi.
Outro que teve um bom papel na última Copa do Mundo e que chega em condições de aprontar é o México, porém, o time está fragilizado por não contar com suas principais estrelas, preservadas para a Copa Ouro de julho. Peças como o meia Chicharito Hernández, do Real Madrid, ficaram de fora da lista. Outro fragilizado é o Equador, que chega desfalcado de seu grande nome, o meia tonio Valencia, que defende o Manchester United, da Inglaterra, e operou o joelho esquerdo.
Bolívia e Venezuela chegam sem estrelas e apostando no fator conjunto, enquanto que a Jamaica aparece como a grande zebra.
– É uma Copa América marcada pelo equilíbrio e fica muito complicado apontar um favorito. A Copa do Mundo deve ter reflexos, pois muitas seleções ganharam força, como a Colômbia e o Chile, que jogam em casa – analisou o técnico Dunga, da Seleção Brasileira.
O Uruguai é o maior vitorioso na história da Copa América com 15 canecos, um a mais que a Argentina. O Brasil ganhou oito vezes.
SISTEMA DE DISPUTA
O sistema de disputa é o mesmo de anos anteriores, com as 12 seleções sendo divididas em três grupos de quatro, com os times jogando entre si dentro das chaves. Os dois melhores colocados e os dois melhores terceiros colocados avançam para as quartas de final, quando começa o mata-mata.
No Grupo A, o anfitrião Chile desponta como candidato ao primeiro lugar, com Equador e México brigando pelo segundo posto e a Bolívia tendo o rótulo de azarão. O Grupo B pode ser considerado o da “morte”, com Argentina, Uruguai e Paraguai. A Jamaica se torna o azarão.
Já o Grupo C tem o Brasil como favorito, seguido de perto pela Colômbia. Peru e Venezuela tentam surpreender.