Corrida de rua: sinônimo de superação e bem-estar

by Diário do Vale

Barra Mansa – Estudos de federações nacionais de atletismo apontam que, nos últimos anos, a corrida de rua teve um aumento de mais de 15% em todo o país. Um dos esportes que mais cresce no Brasil, a corrida ganha novos adeptos não só por sua praticidade, mas também por ser sinônimo de superação, bem-estar e garantia de benefícios para a saúde física e mental de quem pratica. O operador de produção Damião da Silva Rodrigues, de 27 anos, faz parte desse time e não fica de fora das corridas organizadas na região, na capital e em outras cidades. Sua história com o atletismo teve início em 2009 e, como afirma, é motivo de superação.

– Aos quatro anos de idade quebrei o fêmur da perna direita enquanto minha mãe lavava a casa e eu brincava com meu irmão. Fiquei um mês internado, a recuperação foi muito difícil, mas eu venci. E hoje eu vejo o fato de correr, como eu corro, com toda essa satisfação, como uma superação. Talvez, com aquela queda que me quebrou o fêmur, ainda muito novo, eu poderia nem ter conseguido andar mais. Mas, eu estou aqui, de pé e, por isso, quero correr enquanto eu puder – destacou o operador.

Ainda que não viva da corrida, já que trabalha em uma multinacional, o caso de Rodrigues com o esporte vem chamando atenção na região. Em todo esse tempo que começou a praticar o esporte, ele soma 140 troféus e 130 medalhas. Além disso, já foi classificado em primeiro lugar em mais de 50 competições que participou, nos últimos anos. Rodrigues conta que sua primeira corrida foi a convite do irmão, que já abandonou a modalidade há três anos, e que hoje conta com apoio de alguns patrocinadores que incluem academia, lojas e o grupo de corrida “Pra Correr”, idealizado pelo professor de Educação Física Marcelo Oliveira.

– Eu até gostaria de viver só da corrida mas, infelizmente, isso ainda não é possível pela falta do apoio necessário que um atleta precisa. Embora eu não beba, não fume, não use drogas e tenha uma vida tranquila, eu sempre treino cansado devido ao meu trabalho. Acordo as 5h40 para trabalhar, chego às 17h e faço várias tarefas de casa, porque moro sozinho. E só consigo sair para treinar por volta das 20h30. Esporte, para você se tornar um profissional, é preciso 100% de dedicação, o que eu ainda não consigo fazer – explica o operador, ao comemorar o fato de que, mesmo treinando cansado, ele ainda consegue chegar em primeiro lugar nas corridas que participa.

De acordo com o professor de Educação Física, Marcelo Oliveira, que acolheu Damião Rodrigues no grupo “Pra Correr”, ele tem todas as condições de disputar campeonatos estaduais e brasileiros de atletismo, uma vez que tenha o patrocínio e o apoio do município e também de empresários da cidade. Hoje, além de ser integrante do “Pra Correr”, o atleta tem acompanhamento de um fisiologista do grupo, que busca dar apoio na melhoria de sua performance.

– Nosso grupo aposta muito nele e sabe que ele tem condições de participar de grandes competições. Na região não tem ninguém para bater ele e, até mesmo em corridas no Rio, ele fica em primeiro ou segundo lugar. É um atleta diferenciado, que começou a correr sem pretensões profissionais, mas pode se tornar um talento esquecido por falta de patrocínio. Seria muito bom para ele, e para a cidade, se pudesse contar com o apoio da sociedade – comentou o professor.

Superando obstáculos: Corrida ganha novos adeptos não só por sua praticidade, mas também por ser sinônimo de superação (Foto: Divulgação)

Superando obstáculos: Corrida ganha novos adeptos não só por sua praticidade, mas também por ser sinônimo de superação (Foto: Divulgação)

Corrida contra a depressão

A autônoma Adriana da Silva Oliveira, de 36 anos, também tem sua história particular com a corrida. Embora não tenha pretensões profissionais, ela sempre praticou atividades físicas, mas há cera de dois anos, ao ouvir o depoimento de uma mulher que havia vencido a depressão através da corrida, resolveu “experimentar” a modalidade.

– Eu estava enfrentando um período de depressão em função de várias frustrações com o meu trabalho, e ouvir o depoimento daquela mulher que corria, com entusiasmo, dizendo que tinha superado a depressão, foi decisivo para que eu começasse a correr – disse Adriana, que tem participado de diversas corridas na região e, até mesmo, no Rio de Janeiro.

Corrida contra o cigarro

Já a projetista Cristiane de Souza Santos, de 36 anos, já completou quase um ano e meio longe do cigarro e, conforme garante, o sucesso dessa conquista está associada à prática de corridas. Fumante desde os 21 anos, quando experimentou o cigarro através de uma amiga, ela diz que começou a fumar “de brincadeira” e, quando se deu conta, já estava completamente viciada.

– Na verdade eu tinha o cigarro como um amigo das horas tristes e felizes, dos momentos de ansiedade e nervosismo.  Decidi parar de fumar porque começou a me fazer mal fisicamente e emocionalmente, pois comecei a me sentir excluída – comenta a projetista, que tentou parar de fumar durante a gravidez do filho de nove anos, sem obter sucesso.

Ela conta que descobriu a corrida por meio das redes sociais, ao conhecer a página do grupo “Pra Correr”, idealizado pelo professor de Educação Física Marcelo Oliveira. Ao se identificar com a atividade, Cristiane resolveu se apresentar no grupo, onde, segundo ela, foi muito bem recebida ao falar de sua luta contra o cigarro.

– Graças a Deus e a minha força de vontade, a corrida hoje em dia me faz muito bem. Não precisei de tratamento, somente da vontade e necessidade de me ver bem e acompanhada de pessoas maravilhosas, que a cada semana conhecia e tinha o prazer em contar a minha história. Hoje, digo com convicção, que quem opta por parar de fumar e começa a fazer alguma atividade física nunca mais volta. No Meu caso, devo isso a corrida – comemora a corredora que, além de treinar as corridas durante a semana, ainda tem o prazer de acordar cedo, ao finais de semana, para participar de competições.

Vai correr? É preciso se preparar

Embora venha crescendo o número de corredores, na região, é preciso se atentar a alguns cuidados. Antes de iniciar as atividades é importante consultar um médico e fazer uma avaliação completa. Liberado dessa etapa, o próximo passo do futuro corredor é procurar um profissional de Educação Física para que sejam traçadas metas e para que o atleta aprenda a melhor forma de praticar a atividade, evitando dessa forma possíveis lesões. As principais dicas são as seguintes:

– Quem não está acostumado deve começar caminhando e, somente depois do tempo determinado pelo preparador, intercalar com a corrida

– As roupas precisam ser leves para que o praticante tenha liberdade nos movimentos

– É necessário que os tênis de corrida sejam especiais para a modalidade, pois isso auxilia na absorção do impacto gerado pelas passadas

– Informe-se com o preparador sobre os melhores alongamentos, para antes e depois da corrida, e sobre outros exercícios que podem ser associados

– A água tem enorme importância. Se você deseja correr, não pode deixar de se hidratar durante os passeios e corridas.

Fonte: Portal Novidade

 

Por Roze Martins

(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

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2 comments

Daniel 17 de dezembro de 2016, 23:37h - 23:37

Corrida pra mim foi uma grande decepção ., meus dois joelhos deu ruim ., operei os 2 enunca mais fui o mesmo ., me arrependo amargamente de ter iniciado na corrida ., hoje não consigo nem trabalhar mais ….. Ecaaaa corrida …..

Realista 17 de dezembro de 2016, 23:28h - 23:28

Corrida é bom ., mas o número de lesões ocasionado pelo alto impacto da corrida é gritante ., Se não fortalecer a musculatura das pernas e abdomen , Joelho e coluna vai pro espaço…….

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