Vanderlei Luxemburgo sai disparando contra dirigentes do Flamengo

by Diário do Vale
Caiu: Luxemburgo não atingiu resultados esperados e acabou demitido do Flamengo (Foto:Divulgação)

Caiu: Luxemburgo não atingiu resultados esperados e acabou demitido do Flamengo (Foto:Divulgação)

Rio – Um dia depois de ter sido demitido do comando técnico do Flamengo,
Vanderlei Luxemburgo concedeu uma entrevista e foi muito polêmico. O
treinador admitiu que se negou a se reunir com os dirigentes na noite
de segunda-feira, pois já sabia que estava fora dos planos e tinha
acabado de voltar de uma viagem desgastante de Florianópolis (SC),
onde no domingo o time perdeu de 1 a 0 para o Avaí e entrou na zona
de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
O treinador atacou demais o chamado conselho gestor, que toma as
decisões no departamento de futebol do clube. Segundo Vanderlei, ele
e Rodrigo Caetano, diretor-executivo, não são levados em
consideração.
– Esse conselho gestor do Flamengo é muito competente dentro de suas
empresas, mas não entende nada de futebol. Eu e o Rodrigo Caetano,
que é um grande profissional, ficamos de pés e mãos atados. Sempre
falei que nosso elenco era ótimo, mas precisava de referências. Aí o
Luxemburgo fala demais. Usando um termo que eles falam bastante, acho
que não estava alinhado com eles. Eles ganham prêmios que saem no New
York Timnes, mas têm que ganhar prêmio de futebol. O Flamengo é
futebol – disse Vanderlei.
O treinador seguiu com as queixas.
– Tenho convicção de que fui demitido por conta da minha
personalidade, pois eles não gostam de gente que pense diferente.
Esse conselho gestor gosta de quem fala amém para eles. Aí quando a
coisa aperta precisam cortar e encontrar alguém que diga que estão no
caminho certo, mesmo sem entenderem nada de futebol. Basta ver como
estou saindo, como o Jayme saiu, como o Ney Franco saiu. Em Atibaia
eles estavam incomodados com as minhas entrevistas, com o que falei
do centro de treinamento acanhado, pelo fato de querer jogar em casa
quando eles querem tirar o time do Rio de Janeiro alguns jogos. Era
previsível isso – disse Vanderlei.
O treinador falou ainda sobre o fato de o presidente Eduardo Bandeira
de Mello ter pedido para ele permanecer na Gávea há vinte dias,
quando o treinador recebeu uma sondagem do mercado.
– Fiquei surpreso com essa situação, pois iniciamos o Campeonato
Brasileiro com muitos problemas médicos, que também afetaram o nosso
desempenho no Campeonato Carioca. Há vinte dias, quando tive a
sondagem do São Paulo, o presidente do Flamengo disse que eu era
fundamental para o projeto do clube e decidi ficar. O que mudou de
vinte dias para cá? Será que era um projeto de vinte dias? E como
fica a situação do profissional? Se eu tivesse saído para o São Paulo
iam falar que eu era mercenário, que não acreditava em projetos. Mas
e agora? – afirmou Vanderlei, que disse considerar o São Paulo o
melhor elenco do país e estar aberto a ouvir uma proposta do Tricolor
paulista.
As críticas ao conselho gestor se estenderem em relação a problemas
estruturais.
– Cadê o conselho gestor em alguns momentos? O Flamengo tem o melhor
centro de treinamento do Rio de Janeiro, porém, muito acanhado. Os
jogadores se juntaram para comprar uma borracha para ele. O CT é o
mesmo da época da Patrícia Amorim. Agora eles fizeram um convênio com
Nova Iguaçu, que tem uma estrutura muito melhor que a dos grandes
clubes do Rio de Janeiro, e eu e o Rodrigo Caetano não fomos
consultados em nada para ajudar. O departamento médico, com o Runco,
sequer tem estrutura para recuperar os jogadores – disse Vanderlei,
que revelou ainda um fato nos bastidores que demonstra por completo a
falta de respaldo dos gestores rubro-negros para com o elenco. Em
determinado momento da coletiva, Luxemburgo disse que, recentemente,
os jogadores se cotizaram para comprar material para exercícios
físicos, coisa que faltava na estrutura do centro de treinamento.
O treinador rebateu as acusações de que estaria participando com
empresários dos processos de contratação no clube, mas confirmou
telefonemas a alguns atletas, especialmente o atacante Robinho, que
pode deixar o Santos.
– Participei e participo sempre quando o clube pretende trazer um
jogador, pois um telefonema meu pode ser determinante. Telefonei dez
vezes para o Robinho nos últimos dias. Mas isso eles não querem, eles
não aceitam. Porém, isso é diferente de participar da negociação com
empresários. Eu sempre fui autorizado pelo conselho gestor a dar
telefonemas e fiz alguns na frente deles. Mas se estão usando isso
contra mim agora nada posso fazer. O Caetano é testemunha – disse
Vanderlei.
Por fim ele disse que não se arrepende de ter ajudado o Flamengo a
escapar do rebaixamento no ano passado e acredita que o atual elenco
pode render mais.
– No ano passado o Flamengo estava se afogando e eu aceitei a
proposta do clube mesmo sem querer trabalhar naquele ano porque sou
flamenguista. Não me arrependo e considero um dos títulos mais
importantes da minha carreira ter mantido o Flamengo na Primeira
Divisão. Isso porque se o time tivesse caído o projeto dessa gestão
ia por água abaixo, pois isso mata qualquer diretoria. O atual elenco
ainda pode responder muito bem, pois tem bons jogadores. Precisa de
uma ou duas referências, gente de peso, que assuma responsabilidade.
Se isso acontecer o grupo sobe de produção e o time cresce – disse
Vanderlei.
Sem Vanderlei Luxemburgo o Flamengo enfrentará o Náutico nesta
quarta-feira, às 22h(de Brasília), no Maracanã, no Rio de Janeiro
(RJ), pela rodada de ida da terceira fase da Copa do Brasil. O time
será dirigido interinamente por Jayme de Almeida, que voltou a ser
auxiliar esse ano por interferência do próprio Luxa. A efetivação
dele no cargo, porém, parece descartada e um novo nome será
procurado.

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