Volta Redonda – As arquirrivais Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores (CUT) estão unidas na eleição da próxima diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. O atual presidente do sindicato, Silvio Campos, que também é candidato à reeleição na única chapa eleita na disputa, afirma que o comando da entidade, nos próximos quatro anos, será conjunto.
— É um momento difícil, em que precisamos criar um norte para o trabalhador e reforçar seu sentimento de identidade. Esta parceria já foi discutida nas instâncias superiores das duas centrais sindicais e tem a aprovação das duas partes — disse Silvio Campos.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil do Sul Fluminense e representante da CUT na região, Zeomar Tessaro, afirmou que a situação atual exige que as entidades que defendem os trabalhadores se unam:
— O momento exige que a gente seja maior do que nossas divergências — afirmou Tessaro.
A eleição será realizada nos dias 19 e 20 de março. Só uma chapa se inscreveu, apesar de o edital ter sido divulgado em quatro jornais da região, incluindo o DIÁRIO DO VALE, e terem sido distribuídos boletins em todas as empresas que têm trabalhadores representados pelo sindicato, informando sobre o prazo para a inscrição de chapas.
— Ninguém pode dizer que o sindicato “escondeu” o edital. Todos tiveram oportunidade de formar suas chapas — disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.
Só os metalúrgicos sindicalizados há pelo menos um ano terão direito a votar. Silvio Campos destacou que, apesar de se tratar de uma eleição com chapa única, é muito importante que todos os trabalhadores habilitados participem do processo eleitoral:
— É preciso mostrar que a categoria está unida em torno de seus representantes — afirmou.
Silvio também informou que não houve nenhum questionamento judicial sobre o processo eleitoral. Segundo ele, houve uma questão apresentada de forma administrativa, mas que foi decidida e respondida internamente.
Sindicato prepara pauta de reivindicações para acordo coletivo
O Sindicato dos Metalúrgicos está fazendo uma pesquisa com os empregados da CSN, associados ou não, para saber o que eles querem que seja colocado como pauta de reivindicações da categoria na negociação do próximo acordo coletivo. Silvio disse que a participação no levantamento é uma forma de o trabalhador demonstrar que quer que o sindicato o represente na negociação.
— O trabalhador precisa definir se quer que o sindicato negocie por ele ou se vai deixar tudo por conta da empresa — declarou Silvio, acrescentando que a recentemente implantada Reforma Trabalhista tornou mais frágeis os mecanismos de defesa dos interesses dos empregados.
— A empresa pode negociar individualmente com cada empregado, se o trabalhador não demonstrar claramente que quer ser representando pelo sindicato. E sabemos que, sozinho, nenhum metalúrgico tem poder de barganha com a CSN — disse.
Perigo
Segundo Silvio Campos, uma recente decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, coloca em risco diversos benefícios que os empregados da CSN só têm por causa dos acordos coletivos, como a gratificação de férias de 70% (que é de um terço do salário nas outras empresas) e as horas extras pagas a valores mais altos do que exige a lei trabalhista.
— Em anos anteriores, havia um princípio legal que determinava que o acordo anterior continuava valendo enquanto o novo era negociado. Agora não é mais assim. Vai ser preciso negociar para que todas essas conquistas sejam mantidas. E para renovar o acordo é preciso que o sindicato esteja presente — explica o sindicalista.
Ainda de acordo com o presidente, só o apoio dos metalúrgicos ao sindicato, inclusive se associando, pode evitar a perda de direitos conquistados com muita luta:
— Como o acordado agora vale mais do que o legislado, o trabalhador precisa se posicionar ao lado do sindicato ou vai dar a faca e o queijo nas mãos da empresa — avalia.
4 comments
A Força apoiou o golpe?
Lixo, lixo, lixo e mais lixo, dois lixos juntos, duas organizações lixos.
Peão sempre peão só tomando no botão
Não sei a real intenção dessa aliança entre CUT e Força Sindical. Ao que me parece as ideologias políticas ruíram de vez! Muito me estranha também a falta de concorrência na eleição do Sindicato dos Metalúrgicos. Parece que não há mais vontade política na peãozada! Cadê as lideranças do chão de fábrica? E sobre as novas leis trabalhistas, se a peãozada der bobeira, os patrões vão deitar e rolar!
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