A Mulher Maravilha está nos cinemas lutando contra alienígenas no filme da Liga da Justiça, que está deixando os fãs divididos. A personagem da amazona do laço dourado já teve várias intérpretes e está nas telas pelo menos desde a década de 1970. No começo era na telinha da televisão, já que foi só este ano que ela ganhou um longa-metragem só dela. Hollywood sempre tratou muito mal a heroína e cometeu equívocos como colocar atrizes loiras no papel de uma personagem que sempre foi morena.
Antes de fazer parte da Liga da Justiça a Mulher Maravilha integrou os Super Amigos, um desenho animado que fez muito sucesso aqui no Brasil. Os Super Amigos eram formados pelo Batman, o Super-Homem, a Mulher Maravilha e o Aquaman. A produção era do estúdio da Hanna-Barbera, que fez um bom trabalho. O desenho foi produzido em 1973 e costumava passar na programação matinal da TV.
Um ano depois a Warner tentou emplacar o primeiro seriado com atores da Mulher Maravilha. E fez tudo errado. Para começar chamaram uma atriz loira, a também atleta Cathy Lee Crosby. A justificativa de colocarem uma loira no papel da morena é que Crosby, sendo atleta, poderia fazer todas as cenas de ação, sem precisar de dublê. E para piorar trocaram o uniforme tradicional da personagem por uma malha de jogging. Não foi surpresa para ninguém o fato de o seriado não ter passado do filme piloto.
Dois anos depois, em 1975, a Warner aprendeu a lição e chamou a ex Miss Mundo Lynda Carter para interpretar a heroína em um novo seriado. Morena, de cabelos negros e olhos azuis, Carter se ajustou tão bem a personagem que os próprios desenhistas de quadrinhos passaram a usá-la como modelo para a personagem. O seriado foi um sucesso e ficou cinco anos no ar, de 1975 e 1979. A primeira temporada se passava durante a Segunda Guerra Mundial. Com a heroína combatendo os nazistas na Europa. Na segunda temporada Diana Prince veio para 1976 e passou a lutar contra ameaças mais modernas, como robôs e visitantes do espaço.
Ainda hoje Lynda Carter, que também é cantora, é lembrada como a melhor intérprete da personagem. Mas, durante a exibição do seriado, ela teve que enfrentar um boato terrível. Naquele tempo não existia internet, nem redes sociais, mas os boatos já corriam de boca em boca.
E circulou na imprensa a história de que Lynda Carter apanhava do marido. Os fãs ficaram chocados. Depois de derrotar todos aqueles vilões no seriado a atriz chegava em casa e levava surras do marido ingrato. A história nunca foi desmentida, mas o fato é que Carter pediu o divórcio na mesma época e acabou se casando de novo com o famoso cineasta Robert Altman. Com quem permanece casada até hoje. Com o fim do seriado, em 1979, a Mulher Maravilha voltou a aparecer apenas nos desenhos animados. Como a Liga da Justiça produzida na década de 1990.
Em 2011 tivemos outro equívoco. O piloto para um novo seriado da Mulher Maravilha estrelado pela loira Adrianne Palicki, a Kelly do seriado “The Orville”. No lugar de ser uma simples secretária, agora Diana Prince era a presidente de uma grande empresa. Palicki até tingiu o cabelo de preto para entrar no papel, mas não adiantou. O filme piloto desagradou aos fãs e a série nunca foi produzida.
O que foi ótimo para a modelo israelense Gal Gadot, que tem alguns elementos em comum com a Lynda Carter. Como Carter, Gadot também é cantora e ex-miss (Miss Israel 2003). Ela também pratica artes marciais, o que a tornam perfeita para interpretar a amazona invencível. Seu primeiro filme foi ótimo e mais um está programado para o ano que vem.




Por Jorge Luiz Calife
1 comment
José Whedon quase produziu um filme da Mulher-Maravilha, abortado na última hora. Daí ele foi para a Marvel e fez Os Vingadores. Bom negócio fez a Marvel.
Comments are closed.