A receita para criar um super-herói

by Diário do Vale
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Eficiente: Super Homem salvou a Lois e casou com ela
(Foto: Divulgação)

“Os Vingadores – A Era de Ultron” está se tornando um dos filmes mais lucrativos da história do cinema. Custou 279 milhões de dólares e já rendeu um bilhão trezentos e noventa e quatro milhões no mundo inteiro. E olhem que o filme ainda nem saiu em DVD. Criar um super-herói pode ser um negócio da China, mas é preciso saber administrar a sua criação. Afinal, os criadores do Super Homem venderam os direitos do personagem por uma ninharia. E passaram a vida brigando na justiça para recupera-los.
Histórias de super-heróis seguem uma fórmula, uma receita, que foi criada no século passado, aí por volta da década de 1930. Quando as histórias sobre paladinos mascarados faziam sucesso nas novelas de rádio. Desde aquela época já existiam três tipos de super-herói. Aqueles que nascem com super poderes, como o Super Homem e o Thor. Aqueles que adquirem os poderes devido a algum acidente, como o Homem Aranha ou o Capitão América e aqueles que criam uma tecnologia que os torna poderosos, como é o caso do Batman e do Homem de Ferro.
Quase todo super-herói que se preza tem um passado trágico. Ou enfrentou alguma tragédia em algum momento de sua vida. O Super Homem perdeu a família inteira na destruição do planeta Krypton. O Batman teve os pais assassinados por bandidos. O Homem Aranha perdeu o tio, o Tony Stark foi torturado por terroristas. Geralmente é essa tragédia que leva o personagem a vestir um uniforme, usar uma máscara e combater o mal.
Além de um uniforme colorido e bonito, uma coisa que todo super-herói precisa é de uma base secreta. Como a Fortaleza da Solidão, do homem de aço, ou a Batcaverna do cruzado embuçado. É lá, neste refúgio, que o nosso herói vai usar a mais avançada tecnologia para produzir as armas e meios de transporte necessários para sua luta contra o crime. O tamanho e as características desse refúgio dão uma medida do sucesso e do poder do nosso herói. Um herói pé de chinelo, como o Homem Aranha, se vira no porão da casa da tia. E no fundo morre de inveja daquele palácio de cristal do último filho de Krypton.
Se o seu herói é pobre, e não tem dinheiro para uma base de um bilhão de dólares, é melhor juntar forças e se associar a outros heróis. Foi o que fez a Liga da Justiça, da DC Comics. Eles se uniram e acabaram construindo uma fortaleza na superfície da Lua, a Torre da Liga.
Outra coisa que todo herói que se preza precisa é de uma namorada bonita. Sem uma namorada o povo vai inventar boatos e estórias infames, como os que envolviam o Batman e o Robin na antiga série de televisão.
A namorada é outro termômetro que mede a competência do nosso herói. Se o herói for um bobalhão, como o Peter Parker, a namorada morre e ele acaba sozinho. Se for esperto e eficiente como o Clarke Kent a namorada sobrevive a acaba se casando com ele. Mas o super-herói verdadeiramente inteligente é aquele que transforma a cara metade na parceira de suas aventuras. Como o Homem Formiga (em cartaz nos cinemas) que deu a fórmula dos superpoderes para a sua paixão, Janet Van Dyne e ela se transformou na Mulher Vespa, com os mesmos poderes dele.
Os brasileiros consomem com entusiasmo os super-heróis americanos, mas nunca tiveram muito sucesso no gênero. Já houve super-heróis brasileiros, mas todos acabaram no esquecimento. O motivo é a miséria que nossos editores pagam para os roteiristas e desenhistas. Aqueles que tem talento, como o Mike Deodato,  vão para os Estados Unidos, trabalhar para a Marvel e a DC Comics. Mas se o leitor gosta de super-heróis e sabe desenhar não custa tentar. Pode acabar morando em Nova Iorque.

Por Jorge Luiz Calife
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