Após um ano e nove meses de atividades interrompidas, a Amplexos volta aos palcos neste sábado, dia 14, com um show inédito para celebrar o retorno e seus 14 anos. A banda é formada pelos músicos Guga, voz/guitarra; Leandro Vilela, na guitarra; Flávio Polito, no baixo; Marcelo Oliveira, nos teclados; Leandro Tolentino, na percussão; e Mestre André, na bateria.
– Começamos a tocar juntos na adolescência, aqui em Volta Redonda, numa banda de rock que se chamava Black Dog. Nela a gente tocava muito cover e a Amplexos surgiu num momento que a gente queria tocar música autoral. Essa mudança veio de um processo de maturidade, então em 2005 mudamos o nome para ‘Amplexos’ e reformulamos o conceito. E aí foram surgindo novas ideias, novas influencias, e em 2008 lançamos nosso primeiro disco com dez composições autorais – conta o percussionista Leandro Tolentino.
Nesses anos de estrada, a Amplexos já soma 4 álbuns de estúdio: “Amplexos” (2008), “A Música da Alma” (2012), “A Música da Alma DUB” (remix, 2014) e “Sendeiro” (2015), além do single “Jerusalém” (2014) e participações em coletâneas como a “Novíssima Música Brasileira – The Brazilian 10’s Generator”, do blog Amplificador e “Jeito Felindie” do site Fita Bruta.
– Em 14 anos a banda lançou quatro discos, um Ep, dois singles e um videoclipe com um bom reconhecimento do público e da mídia especializada. O disco “A Música da Alma” (2012), por exemplo, que foi produzido pelo Buguinha Dub (Recife), foi premiado por diversos veículos de comunicação figurando entre os melhores daquele ano. A banda também participou da coletânea “Novíssima Música Brasileira” lançada pela gravadora inglesa Far Out Records – que também lançou Milton Nascimento e Azymuth – e trabalhou com artistas das mais diversas vertentes, como o Marcelo Yuka, Oghene Kologbo, MC Marechal, Síntese, Mad Professor, Scientist e Prince Fatty. Em 2016, já com o disco “Sendeiro”, a Amplexos foi selecionada pelo juri da Circulart que é a maior Feira Internacional do Mercado da Música Latinoamericana. A feira acontece anualmente em Medellín, na Colômbia, e lá tivemos a oportunidade de apresentar a discografia para representantes de selos, festivais, centros culturais e gravadoras de diversas partes do mundo – lembra a produtora da banda, Ana Paula Antunes.
Para quem não conhece o som dos meninos, a banda apresenta em sua sonoridade um forte diálogo com a música negra, incorporando elementos do funk, afrobeat, soul, reggae e dub, sem perder as referências do rock psicodélico que sempre esteve em sua essência.
– A gente parou de classificar o som, a gente deixa que isso seja percebido por quem ouve. Mas a base do nosso som é rock’n roll com muita influencia afro-latina. Tem muita inspiração da África, Cuba, Jamaica, da música brasileira e até um pouco de free jazz – explica o vocalista e guitarrista, Guga.
O vocalista destaca ainda que ao longo dos anos componentes evoluíram não apenas no âmbito profissional, mas também como pessoa.
– Acho que a evolução no som tem muito a ver com a nossa evolução como pessoa. Eu costumo dizer que muito do que eu aprendi na vida aprendi a partir da vivência com os caras da banda. A evolução da banda acompanhou a nossa evolução como indivíduos e isso é perceptível quando você ouve a discografia. A evolução é um processo natural e em cada disco a gente procura se desafiar pra fazer uma coisa diferente do disco anterior – diz.
Completando o pensamento de Guga, Leandro Tolentino cita que o convívio entre eles e com outros músicos e artistas contribuem para esta evolução.
– A gente troca muita informação um com o outro e estamos cada vez mais abertos a ouvir novas ideias. Essa evolução vem de um processo natural, cada um tem seu tempo e suas lições. E tem muito a ver também com a possibilidade de conviver e dialogar com outras bandas, outros artistas – complementa o percussionista
Em 2018 a banda resolveu dar uma pausa em suas atividades, mas agora retorna a todo vapor e várias novidades, entre elas a intenção de produzir um disco novo e voltar a circular com os shows pelo Brasil. A produtora conta que este retorno aos trabalhos aconteceu de forma muito natural.
– Tudo foi naturalmente acontecendo, a vontade de voltar a compor e tocar, o incentivo por parte do público, o aniversário de 14 anos e o convite do SESC Barra Mansa para celebrar essa trajetória em um show especial com convidados – explica.
Guga fala ainda sobre as comemorações, o futuro e a com relação com os fãs.
– É uma celebração do nosso retorno. A gente quer trazer as pessoas de volta pra perto da gente, o pessoal que sempre acompanhou, que gosta da banda, e celebrar essa “re-existência”. Eu tô chamando de “re-existência” porque a gente tá “re-existindo” em um tempo diferente agora. Em um ano e nove meses, que foi o tempo da nossa pausa, muita coisa mudou no país, muita coisa mudou dentro das pessoas. Então é uma celebração trazendo no repertório músicas que fizeram parte de diversos momentos da nossa caminhada. A respeito de outros shows, estamos recebendo propostas, conversando, planejando algumas ideias. A princípio, até o final do ano a gente vai querer fazer mais vezes esse show, e não só aqui na região, mas fora também. E pro ano que vem a ideia é lançar um trabalho novo – adianta.
Para a apresentação deste sábado os músicos preparam uma reunião de clássicos da discografia com participações especiais de Daiana Damião (voz), Mari Biolchini (voz), Pedro Toledo (sax), Fabrício Santos (guitarra) e o grupo Beatbass High Tech (beats, efeitos, voz e percussão). O evento contará ainda com a abertura do DJ Monzo.
Serviço:
A banda Amplexos retorna aos palcos no Festival Música Livre, do Sesc Barra Mansa. Além dos seis integrantes sobem ao palco Beat Bass High Tech (MPC e feitos), Pedro Toledo (Saxofone), Mari Biolchini e Daiana Damião (Backing Vocal) Fabrício Santos (Violão, Viola, Guitarra) e Monzo (Dj). O evento tem início às 19h e os ingressos podem ser adquiridos no local. O Sesc Barra mansa fica na Av. Tenente José Eduardo, 560 – Ano Bom. Mais informações pelo telefone (24) 3324-2630.
Por: Amanda Teixeira