Teve início na última semana, em Angra dos Reis, as atividades alusivas à Semana da Consciência Negra. A Fundação Cultural de Angra (Cultuar) preparou uma vasta programação para destacar a contribuição da tradição ancestral africana para a formação das diversas matrizes da cultura brasileira.
A Casa Larangeiras abriu a exposição “Agbara Orixás”, uma parceria com o Departamento de Cultura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Decult-Uerj), que pode ser conferida até o dia 3 de dezembro. Na mostra, o artista Sidiney Rocha, curador da exposição, explora cores, formas, detalhes e atributos, ao representar a indumentária de 15 orixás, os mais conhecidos e reverenciados nas religiões de matrizes africanas: Exu, Iemanjá, Xangô, Oyá, Oxum, Obá, Ogum, Oxóssi, Obaluaê, Nanã, Oxumarê, Ossaim, Logum Edé, Ewa e Oxalá.
No mesmo espaço, a ambientação, feita com a técnica do muralismo pelo artista Júlio Garcia, ilustra os 12 metros de parede da Casa Larangeiras com três desenhos cujo tema é a consciência negra: as mulheres negras, as crianças e uma deusa africana.
Na noite desta quinta-feira, dia 19, às 20h, a Casa Larangeiras recebe o Coral da Cidade com a apresentação “A Missa dos Quilombos”. O espetáculo é uma celebração criada por Dom Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra, com música de Milton Nascimento. O ato religioso denunciou as consequências da escravidão e do preconceito no Brasil e se transformou em uma cerimônia de fé, comunhão, música e ritmo.
Na manhã de sexta-feira, dia 20, haverá um cortejo saindo da Praça General Osório, a partir das 10h. Os alunos do projeto Unidos pela Música, do percussionista Jorge Moreno Filho, conhecido como Etiópia, sairão tocando seus instrumentos pelas ruas do Centro até a Praça Zumbi dos Palmares.
Já na praça, desde as 9h, estará o grupo de consciência negra Ylá-Dudu, que, como em todos os anos, irá promover o ato “Somos Todos Filhos de Zumbi”. O ponto alto do ato é a lavagem do busto de Zumbi.
Ainda na praça, haverá grafite livre do artista plástico Júlio Garcia; aulão de tambores com o professor Jauber; aulão de percussão com o Etiópia; apresentação de dança de rua com Tonny Marques e Paula Teixeira; além de apresentação de hip hip com a dupla Tje Night MCs.
No sábado, dia 21, ainda parte das celebrações da Semana da Consciência Negra, o mestre Abutre, do grupo cultural de capoeira Senzala, apresenta, no segundo andar da Casa Larangeiras, o tradicional Senzaleados, uma grande roda de capoeira aberta ao público. Toda a programação da Semana da Consciência Negra é gratuita.
Na sexta-feira Resende realizará a Missa Inculturada
A Prefeitura de Resende, por meio da Secretaria Municipal de Relações Comunitárias e Cidadania e da Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial, abriu na segunda-feira a Semana da Consciência Negra, que segue até sexta-feira, dia 20, Dia da Consciência Negra, com várias atividades.
Abrindo as festividades, o artista plástico Claudio Araújo realizou a exposição de telas e esculturas na AEDB (Associação Educacional Dom Bosco), com o tema “Cultura negra é arte”. Dando prosseguimento, ontem teve roda de conversa com jovens do Programa Estação Juventude, na Casa dos Conselhos, com o tema “História e juventude negra”. Na quinta-feira, dia 19, às 10h, a exposição de Claudio Araújo estará na Praça da Concórdia, no Centro; e encerrando a semana, na sexta-feira, dia 20, tem Missa Inculturada – uma missa com elementos da cultura afro – na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, às 10h.
Nesta quarta-feira, dia 18, haverá uma programação especial, a partir das 19h, no Espaço Z. É a entrega de homenagens aos “Promotores da Igualdade Racial”, dez pessoas que contribuem de várias formas para a promoção da igualdade. Eles receberão o certificado Lélia Gonzáles, cujo nome presta homenagem à professora da rede pública do Rio de Janeiro, doutora em antropologia política que morreu em 1994 deixando um grande legado como ativista do movimento negro.
– Dez pessoas serão homenageadas, entre elas o psicólogo Bruno Marcato, autor de vários projetos de promoção da igualdade racial; o pastor Jailson, que é ativista do movimento contra a intolerância religiosa; e Iara Petrílio, que compõe o Conselho de Ordem Pública e organizou várias oficinas com a temática racial na cidade – explica a coordenadora de Promoção da Igualdade Racial, Sônia Maria de Freitas.