As muitas faces do Batman

by Diário do Vale
BatmanClooney

George Clooney: Um Batman muito paternal
(Foto: Divulgação)

Os fãs e a crítica parecem ter aprovado o desempenho do Ben Affleck como o mais novo Batman do cinema. Criticado quando foi escolhido para o papel, Affleck malhou um bocado, ganhou músculos e interpreta um Bruce Wayne preocupado e angustiado. O que tem chamado mais a atenção no filme “Batman Vs Superman – A Origem da Justiça” é a Mulher Maravilha da atriz israelense Gal Gadot. Não importa, Affleck está aprovado como Batman e todas as vozes contrárias se calaram.

Pouca gente se lembra, mas Batman chegou aos cinemas em 1943, no auge da Segunda Guerra Mundial. O primeiro ator a interpretar o cruzado embuçado foi Lewis Wilson. Seu Batman enfrentava espiões japoneses e nazistas, que nem o Capitão América da Marvel. E não dispensava a ajuda de Robin, o menino prodígio, interpretado por Douglas Croft. Filmado em preto e branco, com um orçamento reduzido, o seriado do Batman introduziu várias ideias que seriam aproveitadas nos quadrinhos.

Antes do seriado de 1943, Alfred, o mordomo do Bruce Wayne, era gordo. No seriado foi interpretado pelo ator William Austin, magro e alto. A ideia de um Alfred esguio foi adotada pelos desenhistas dos quadrinhos. Também foi no seriado de 1943 que surgiu a Batcaverna, e sua entrada secreta, atrás de um grande relógio na mansão Wayne. O sucesso levou a uma continuação, “Batman e Robin”, com outro ator, Robert Lowry como Batman/Bruce Wayne. Naquela época a televisão ainda não tinha se estabelecido e os seriados eram exibidos nos cinemas, geralmente antes do longa-metragem principal.

Depois desses primeiros Batmans o herói passou um longo tempo longe das telinhas e das telonas. E só voltou em 1966, com a série de televisão “Batman”, aquela do Adam West e do Burt Ward. Nos anos 60 ninguém levava os super-heróis a sério e o seriado foi filmado no estilo de uma grande chanchada. Com vilões caricatos e armadilhas absurdas. Foi um sucesso colossal, para desespero dos fãs dos quadrinhos que viram o homem morcego virar motivo de piada. Mesmo assim o sucesso da série levou a Fox a produzir um longa-metragem para os cinemas, com os mesmos atores da televisão.

Na década de 1980 as grandes editoras de quadrinhos, como a Marvel e a DC tentaram ampliar seu mercado consumidor. Elas queriam sepultar a ideia de que quadrinho é coisa de criança e atrair o público adulto com as chamadas “graphic novels”. Foi nesse clima que o diretor Tim Burton levou aos cinemas, em 1989, a sua versão da luta do Homem Morcego com o Coringa do Jack Nicholson.  O franzino Michael Keaton, com 1,75 de altura precisou de uma enorme armadura de borracha para convencer o público de que era o justiceiro de Gothan. O filme fez sucesso com seu visual gótico estilizado e ganhou uma continuação, “Batman – O Retorno”, de 1992.

Em 1995 a série do Batman passou a ser dirigida pelo Joel Schumacher que chamou um jovem Val Kilmer para vestir a armadura preta. Com 1,83 de altura Kilmer não precisou de enchimento na roupa para ser o cavaleiro das trevas. Seu Batman, entretanto, parecia jovem e romântico demais. No filme seguinte, Schumacher convocou George Clooney que também tinha o físico adequado para o papel. Clooney foi o mais paternal de todos os Batmans, cuidando ao mesmo tempo do Robin e da Batgirl interpretada pela Alicia Silverstone.

Em 2005 Christopher Nolan iniciou sua trilogia sobre o herói de Gothan com “Batman Begins”. O Batman do Christian Bale foi um verdadeiro saco de pancadas. Apanhou do Coringa, do Bane e do Espantalho. E só teve o apoio da Mulher Gato no finalzinho da trilogia. A nova versão, com o Ben Affleck, deixa para trás o Batman impotente e pateta do Nolan e traz um herói capaz de enfrentar o Super-Homem. Que tenha vida longa.

Por Jorge Luiz Calife

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