Por Folhapress –
Com um elenco de atores que adora fazer humor até fora das telas, à produção “Superpai”, que estreou nesta quinta, faz rir com uma coleção de piadas politicamente incorretas. Dirigido por Pedro Amorim, de “Mato Sem Cachorro” (2013), o longa conta a história de uma turma de amigos de adolescência nada normais que volta a se encontrar 20 anos depois, em uma festa.
Seguindo desde a juventude o lema “ninguém fica pra trás”, Julia (Dani Calabresa), Diogo (Danton Mello), Nando (Thogun Teixeira) e Cezar (Antonio Tabet) se colocam em situações nada agradáveis ao longo de uma noite nas ruas de São Paulo.
– Eu queria ter atores como eles. Se um fala alguma coisa, o outro naturalmente já faz uma piada em cima. Esse foi o clima das filmagens – conta Amorim.
No longa, Diogo é casado com Mariana (Monica Iozzi) e já está esgotando a paciência da mulher por ser um péssimo marido e um pai desastrado. Com saudade da vida de adolescente, ele tenta se livrar da função de cuidar do filho, Luca (Lukas Brombini), por uma noite para beber até cair com os amigos e, finalmente, ter uma noite de amor com a musa dos tempos de escola, Patricia Ellen (Juliana Didone). A dupla de humoristas Antonio Tabet, conhecido como fundador do site de humor Porta dos Fundos, e Dani Calabresa colaborou com a maior parte das piadas. O ator Danton Mello, que participou de duas comédias recentemente, “O Concurso” e “Vai Que Dá Certo”, ambas de 2013, entrou no clima dos colegas para viver um pai mais do que irresponsável.
– Quando eu vi o título, “Superpai”, achei que faria um filme para as minhas filhas. Mas comecei a ler o roteiro e vi que era muito pesado – revela Mello.
– De qualquer forma, o longa é uma história de amor entre pai e filho – completa o ator.
ROTEIRO
Quando Pedro Amorim recebeu o roteiro original de “Superpai”, que veio dos Estados Unidos, ele já vislumbrou quais mudanças o longa sofreria na adaptação brasileira.
– Na história que veio da Universal [estúdio de Hollywood], o personagem Diogo começava mal e terminava pior. Para que ele ficasse um pai mais humano, passamos as piadas mais sujas para Cezar – explica Amorim.
Para fazer rir, o longa usa uma boa quantidade de palavrões e piadas de teor sexual, além de tocar em temas delicados, embora de forma leve, como a exploração de crianças. O pequeno coreano Erik Min Soo Chung, apelidado de Jaspion, passa até fome na mão dos amigos, mas acaba se divertindo com eles na noitada.
– O filme deve agradar aos fãs de comédias brasileiras, e tem o diferencial do politicamente incorreto – diz o diretor.
IMPROVISO
Os atores envolvidos na produção de “Superpai” deitaram e rolaram durante as filmagens, e o roteiro foi ganhando vida a cada nova cena. A comediante Dani Calabresa adorou a liberdade.
– Eu vim do humor ‘stand-up’, então, é maravilhoso poder falar palavrão e o que vier à cabeça. Olhei para a barriga do Thogun [Teixeira] e iria dizer que ele parecia ter engolido um fusca. Mas, na hora, soltei que ele tinha engolido o Arlindo Cruz [sambista] e assim ficou – conta Calabresa, que faz o papel de Julia, viciada em sexo.
– Essa é uma comédia bem desbocada, e eu sempre quis fazer o papel de mulher tarada- diverte-se a humorista.
Já Monica Iozzi, que também faz o papel de Scarlett na novela “Alto Astral” (Globo), interpreta Mariana, a mulher de Diogo (Danton Mello), que passa o filme todo tomando conta da mãe doente e acreditando nas mentiras do marido.
– No roteiro original, a minha personagem faria algumas cenas quentes, mas muito exageradas, como de comédia pastelão americana. Se fosse assim aqui, talvez eu tivesse negado – conta a atriz.
Várias participações dão tempero especial ao filme. Danilo Gentili faz uma ponta como um policial caolho. Já Rafinha Bastos, que também colaborou na adaptação do roteiro, vive um explorador de trabalho infantil. Outro comediante é Paulinho Serra, que interpreta um criminoso.
Até a modelo Nicole Bahls aparece como ela mesma no longa, no papel da namorada do colega “nerd”, que fica rico e dá a volta por cima na fase adulta.