O que as pessoas fazem quando não estão trabalhando? Elas descansam e se divertem. Vão ao cinema, vão às compras, se entretêm com jogos ou livros. Aparentemente essa não é considerada uma atividade produtiva. Mas na verdade é uma das forças que impulsionam a civilização. Essa é a tese defendida por Steven Johnson em “O poder da diversão: Como o lazer e o entretenimento mudaram o mundo”, que está saindo no Brasil pela Zahar.
No mundo moderno o entretenimento é uma indústria, vide os milhões de dólares que são gastos na produção de filmes. Uma atividade que dá emprego a milhares de pessoas no mundo inteiro. Mas as outras formas de lazer também são importantes e geram riquezas como é o caso da moda, do consumo e seus grandes templos, os shoppings centers, a música e até as comidas exóticas.
No livro “O poder da diversão” Johnson tenta contar a história do entretenimento humano e de como ele gerou inovações, ajudando até no progresso da ciência. O jogo de dados, por exemplo, deu origem a teoria das probabilidades e lançou as bases da estatística. Ramo importante da matemática. Foi a busca por especiarias, para temperar nossa comida, que levou os europeus a navegaram pelos oceanos, descobrindo as américas e criando novas nações, por exemplo.
O livro é dividido em seis capítulos, cada um contando a história de uma forma de entretenimento: Jogos, moda e consumo, música, paladar, ilusão, espaço público. O hábito das grandes lojas de decorar suas vitrines, para atrair a atenção do público, levou a mudanças na arquitetura das cidades e ao aparecimento dos modernos centros de compras. Que estão substituindo as tradicionais praças como ponto de reunião das pessoas.
O ilusionismo começou com os mágicos de feiras e circos, que faziam truques para entreter as pessoas. E levou a moderna indústria do cinema e dos efeitos especiais. Não é a toa que o cinema moderno começou com o francês Georges Melies, que era mágico antes de virar cineasta. O livro tem 312 páginas e tradução de Claudio Carina.
Por Jorge Luiz Calife
1 comment
Os livros do Stephen Johnson são muito bons. Gostei muito do “De Onde Vêm as Boas Ideias”. Este parece ser tão bom quanto.
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