Depois dos robôs, o pianista e os adolescentes fugitivos

by Diário do Vale

 

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‘Cidades de Papel’: Garota foge de casa e deixa uma mensagem enigmática para seu amigo apaixonado decifrar
(Foto: Divulgação)

Como o Brasil, o cinemão está entrando em um período de recessão. Quase todos os blockbusters programados para este ano já foram exibidos. Só falta Star Wars que está programado para dezembro. E o resultado é uma dieta daquelas produções menores, feitas para um público mais restrito. “Cidades de Papel” é uma adaptação de outro daqueles romances água com açúcar do escritor John Green. Aqui a história gira em torno de adolescentes que fogem de casa e caem na estrada. Um tremendo de um mau exemplo para aquela turma de espinha na cara e aparelho nos dentes.

Críticas ao ‘Toque de Mestre’

“Toque de Mestre”, o filme da semana no Gacemss, podia ser uma experiência mais interessante. Elijah Wood (O Frodo do Senhor dos Anéis) faz o papel de um pianista famoso que sofre de um problema psicológico. Ele tem ataques de pânico quando sobe no palco e enfrenta a plateia. Um dia ele encontra um bilhete misterioso que diz: “Toque uma nota errada e você vai morrer”. O que vai complicar ainda mais sua apresentação junto com uma orquestra sinfônica.
O problema é que o roteirista não entendia nada de música ou do ato de tocar piano. E a produção do filme, dirigido por Eugenio Mira, não se deu ao trabalho de contratar um pianista de verdade ou um músico para aconselhar a produção. Daí que os músicos, que assistiram ao filme, baixaram o pau na produção nos sites da internet. Realmente é um problema sério. Se você faz um filme sobre médicos é bom ter um médico de verdade como consultor. O mesmo acontece com filmes sobre soldados, astronautas, bombeiros ou policiais. Uma musicista que assistiu ao filme listou os erros da produção no Internet Movie Database.
Elijah Wood nunca usa o pedal. Mesmo nas sequências da música onde ele deveria estar acionando os pedais do piano seus pés continuam no chão. Um verdadeiro pianista de concerto nunca poderia conversar enquanto toca, ele precisa se concentrar no que está fazendo. Nenhuma orquestra colocaria o pianista em uma plataforma elevada, distante dos outros músicos. Também seria impossível para ele sair e ir ao camarim durante o concerto como o personagem do filme faz. E vai por aí a fora.
Para quem não entende nada de música e não vai perceber esses erros o filme pode entreter como um suspense descompromissado.

‘Cidades de Papel’, um romance água com açúcar

Já “Cidades de Papel” é baseado em um best-seller de John Green, autor de “A Culpa é das Estrelas”. O personagem principal é um garoto chamado Quentin Jacobsen (Nat Wolff) que desde pequeno é apaixonado por uma menina maluquinha que mora na casa em frente, do outro lado da rua. Os dois crescem se tornam adolescentes, ele namora a menina por uns tempos, depois se separam. Margo Spiegelman (Cara Delevingne), a maluquinha, adora histórias de mistério. E um dia ela resolve virar um. A garota foge de casa e deixa uma mensagem enigmática para seu amigo apaixonado decifrar. Ele deve ir atrás dela seguindo uma série de pistas que ela deixou pelo caminho.
Como não tem nada melhor para fazer na vida, Quentin junta os amigos e resolve partir atrás da doida. E aí o que era um filme romântico, para adolescentes, vira um road movie. Ou seja, um daqueles filmes em que os personagens saem pela estrada, percorrendo os Estados Unidos em busca de alguma coisa. No caso a menina fugitiva. Em sua jornada eles dirigem uma van ainda que nenhum deles pareça ter idade para ter carteira de motorista. E cometem uma série de infrações, como roubar comida de lojas de conveniência. A ideia por trás da trama é que esta aventura pela estrada vai levar o personagem a um entendimento mais profundo do que é uma “verdadeira amizade”.
A intenção do diretor Jacke Schreier é criar um equivalente moderno daquele filme dos anos oitenta, “Curtindo a Vida Adoidado”. Resta saber se a plateia vai embarcar na fantasia. Ou curtir a irresponsabilidade dos personagens.

Por Jorge Luiz Calife
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