Do Flash Gordon ao Rogue One

by Diário do Vale

Quinta-feira que vem chega aos cinemas o mais novo capítulo da saga de “Guerra nas Estrelas”. “Rogue One” conta a história dos rebeldes que roubaram os planos da Estrela da Morte do Darth Vader. Como todos sabem a Estrela da Morte é a super estação espacial dos vilões, que foi destruída no primeiro filme da série em 1977. Esse gênero de filmes, de aventuras extravagantes no espaço sideral, completou oitenta anos neste ano que termina. Ele começou com o seriado “Flash Gordon”, exibido nos cinemas em 1936.

“Flash Gordon” foi a principal fonte de inspiração do cineasta George Lucas, quando ele criou Star Wars na década de 1970. Dizem que o sonho de Lucas era filmar uma versão moderna das peripécias do herói dos anos de 1930. Como não conseguiu os direitos de filmagem, criou o seu próprio herói espacial, loiro como Flash Gordon, o Luke Skywalker. O seriado de 1936 ainda pode ser visto no YouTube e provoca sorrisos e admiração.

A série começa com um cenário apocalíptico. Um planeta desconhecido se aproxima da Terra, ameaçando destruir nosso mundo. A população entra em pânico, os cientistas fazem cálculos e Flash Gordon, um jogador de polo, viaja de avião para encontrar seu pai, um astrônomo famoso. Durante a viagem ele faz amizade com Dale Arden, uma passageira bonita que está apavorada com a turbulência. O avião tem uma pane e o casal salta de paraquedas, caindo no laboratório do cientista biruta Hans Zarkov. Que construiu uma “nave foguete” para viajar até o planeta desconhecido.

Flash e Dale embarcam no foguete e saltam em um mundo de aventuras. O foguete de 1936 parece um zepelim e provoca risos nas plateias de hoje. Ele não tem assentos nem cintos de segurança. Flash, Dale e o doutor Zarkov viajam de pé, segurando em umas barras de ferro no teto, como se estivessem em um ônibus. Não existem trajes espaciais e todo mundo se veste como se estivesse a bordo de um trem. Mas é preciso lembrar que o diretor, Frederic Stephani, estava tentando imaginar uma viagem pelo espaço em uma época em que não existiam nem aviões a jato, quanto mais naves espaciais.

Se compararmos o Flash Gordon de 1936 com os filmes modernos, feitos em plena era do espaço, veremos que pouca coisa mudou. Em “Guardiões da Galáxia” da Marvel o “traje espacial” do herói Peter Quill (Chris Pratt) se resume a uma capa de chuva e uma máscara que mal cobre o queixo e o pescoço do herói. Em Star Wars os soldados imperiais, stormtroopers, apresentam uma proteção mais adequada ao vácuo espacial, mas os rebeldes continuam a seguir as escolas do “danem-se os trajes espaciais” iniciada pelo Flash Gordon de 1936. O que mostra que esses cineastas modernos não acompanharam a evolução do seu herói inspirador.

Na década de 1950 o artista nova-iorquino Dan Barry passou a desenhar os quadrinhos do Flash Gordon. E resolveu equipar o herói com naves e equipamentos dignos de um verdadeiro herói do espaço.

Nos quadrinhos do Dan Barry, Flash passou a usar trajes pressurizados, com capacetes em forma de bolha, que inspiraram os trajes usados pelos astronautas da Apollo em 1968. As novas espaçonaves do herói tinham poltronas acolchoadas e cápsulas de escape ejetáveis. Coisa que nem as naves de Star Wars possuem. Isso coloca Flash Gordon, o pioneiro da space opera moderna bem a frente, tecnologicamente, de todas essas Guerras e Jornadas nas Estrelas que andam por aí.

Quem se interessar pela evolução do gênero pode conferir os principais títulos na internet e em DVD. O seriado completo, de 1936, pode ser visto no YouTube. Com som original, sem dublagem. “Os Guardiões da Galáxia” saiu em DVD e Blu-ray. E “Rogue One” estará nos cinemas daqui a três dias.

Pioneiro: Flash Gordon conquistou o espaço em 1936
Imitando: Capa de chuva virou traje espacial
Rogue One: E a guerra espacial continua

 

Por Jorge Luiz Calife

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