Se o leitor quiser conhecer a história em quadrinhos do Valerian, que está virando filme, terá que recorrer a edições portuguesas. O personagem nunca foi editado em livro no Brasil. “Guerra nas Estrelas” copiou muita coisa do Valerian, incluindo o biquíni da princesa Leia e o herói congelado em carbonite. Mas Valerian e sua parceira são descendentes diretos de um dos primeiros heróis espaciais dos quadrinhos. Flash Gordon, que acaba de ganhar uma nova edição pelo selo da Pixel. A edição antiga foi da extinta Ebal.
O herói foi criado em 1934 pelo desenhista Alex Raymond. Que recebeu a missão de produzir uma aventura espacial para concorrer com os quadrinhos do Buck Rogers. Raymond se inspirou em um livro que fazia muito sucesso naquela época – “Quando os mundos colidem” -, que narra a fuga de um grupo de pessoas em um foguete, quando nosso planeta, a Terra, é destruído por uma colisão com uma estrela errante.
Flash Gordon começa com o mundo em pânico, devido a aproximação de um cometa. Os astrônomos afirmam que o cometa vai colidir com a Terra destruindo a humanidade. Pessoas se reúnem nas praças para rezar e implorar a salvação divina. Em meio a caos do fim do mundo encontramos Flash Gordon a bordo de um avião, voltando de uma competição de polo. Ele é um atleta famoso e parece não se abalar com a catástrofe que se avizinha.
No avião Flash faz amizade com uma passageira bonita, a morena Dale Arden. Logo o avião é atingido por uma chuva de meteoros e Flash salva Dale, saltando de paraquedas com a moça. Os dois vão cair no laboratório do cientista louco, doutor Zarkov. Que construiu um foguete para desviar o cometa que se aproxima.
Zarkov obriga Flash e Dale a acompanhá-lo em sua viagem pelo espaço. Onde eles descobrem que o cometa é na verdade um planeta, controlado pelo imperador maligno Ming de Mongo.
É o começo de uma aventura que prosseguiu em dezenas de revistas e livros. A edição da Pixel traz as primeiras histórias, da década de 1930. Que anteciparam todo esse mundo de naves e guerras espaciais que fazem sucesso até hoje.
Por Jorge Luiz Calife