Resende – Refletir sobre as desigualdades que ainda permeiam a sociedade brasileira quando o assunto é a questão racial, mostrar a beleza da raça negra, e resgatar a importância do trabalho manual para a preservação e divulgação da cultura afro. Com esses objetivos a prefeitura de Resende realiza, entre os dias 16 e 24 de novembro, a Semana da Consciência Negra, com diversas atividades promovidas no Espaço Z.
De acordo com a coordenadora de Promoção da Igualdade Racial, Sônia Maria de Freitas, a programação começa no próximo dia 16, quinta-feira, com a abertura da exposição “Raízes D’África”, através da qual o artista plástico Cláudio de Araújo exalta o negro no samba, na capoeira e em cultos afroreligiosos. A mostra, que fica em cartaz até o dia 24 e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 10h às 19h, e aos sábados, das 14 às 18h, também traz peças artesanais produzidas pela artista Ivanir Aparecida Nazaro, a Nena.
Já na quarta-feira, dia 22, será realizada uma roda de conversa onde serão debatidos os temas “Violência contra as religiões de matriz africana”, com a participação da advogada e yawo no candomblé (filha de santo já iniciada), Márcia Meireles; “Raízes Negras: o que o racismo esconde”, com a professora de sociologia da IFRJ, Flávia Vidal Magalhães; e “Desigualdades sociais e relações raciais no Brasil”, com Sebastião de Oliveira, advogado e militante do Movimento Negro. As apresentações, seguidas de debate, começam às 18h30.
Logo após, acontece um desfile da beleza negra, com a participação de cerca de 30 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, que mostrarão em suas performances toda a diversidade da raça negra, com destaque para a maquiagem e o cabelo dos modelos afrodescendentes.
João Cândido
Também em comemoração ao mês de reflexão da cultura negra, o Arquivo Histórico Municipal abriu a exposição João Cândido e a Revolta da Chibata. A mostra, composta por vários banners, conta, em textos e fotos, como foi o mais marcante motim da Marinha Brasileira, ocorrido em novembro de 1910, quando soldados revoltados com a punição que recebiam tomaram o controle de dois encouraçados que estavam atracados no Rio de Janeiro. A revolta foi liderada por João Cândido, que passou a ser conhecido como o Almirante Negro.
A exposição, que fica aberta ao público até o dia 30, pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 12h às 18h, no andar térreo da Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda.