Sul Fluminense – Fabíola Ito, fotógrafa natural da cidade de Barra Mansa, é especialista em retratos femininos e retratos de família. Desde 2018 ela vem realizando um trabalho com mulheres que passaram pelo câncer de mama. A edição Outubro Rosa da exposição “Mulheres Incríveis” pode ser conferida de 14 a 31 de outubro no hall do Hospital Unimed de Volta Redonda. Os retratos estão sendo expostos de forma virtual durante todo mês de outubro no Instagram da fotógrafa (fabiola_itophotography).
– Tudo começou quando, em 2016, uma grande amiga minha passou por esta enfermidade. Tive o despertamento de enxergar que eu não conhecia este assunto. Foi quando me aprofundei em leituras e laboratórios com médicos oncologistas e mastologistas. Neste meio tempo conheci uma moça, Kátia Salles, que também tinha passado pelo câncer de mama e me convidou a estar expondo na cidade de Volta Redonda. Hoje Kátia é coordenadora deste projeto. Comecei, junto com estes ensaios fotográficos, a redigir um livro de relatos destas mulheres – diz a fotógrafa.
Fabíola conta que após a primeira exposição, este trabalho ganhou muita projeção e ela foi convidada a expor em vários outros locais e ao todo retratou cerca de 60 mulheres desde então.
– Este ano fomos atingidos pelo inesperado, que é esta pandemia. Tive que fazer alterações no atendimento destas mulheres, atendendo apenas aquelas que já tinham passado pelo tratamento da quimioterapia e radioterapia. Inseri também elementos lúdicos, que levam o expectador a sentir a emoção da cura e do recomeço – detalha.
Com os fatores limitantes que esta situação da pandemia trouxe, a princípio esta exposição seria somente virtual, porém, a fotógrafa recebeu novamente o convite para expor no Hospital Unimed, em Volta Redonda.
– Este ano diversas entidades se sensibilizaram em nos incentivar. Tivemos o apoio fundamental da diretoria do CDL de Barra Mansa, que divulgou um outdoor na cidade mostrando como é importante a prevenção e o autocuidado. O câncer de mama pode acometer qualquer pessoa, independente de sua idade ou histórico familiar. Quanto antes a pessoa descobrir, maior é a chance de cura. Devemos estar atentas a realizar periodicamente todos os exames necessários e entender que mulheres jovens não fazem parte do grupo de rastreio desta doença. Atendi algumas mulheres bem jovens, na faixa dos 20 a 30 anos, que felizmente descobriram o diagnóstico no começo – conta.
Ao ser questionada sobre a importância desta mostra, a fotógrafa diz que este não é só um trabalho sobre prevenção e autocuidado. “Este trabalho significa o resgate da autoestima destas mulheres. Mulheres que venceram a estranheza, o medo e tantos outros sentimentos. Se viram sem cabelos, sem cílios e sobrancelhas, sem seios. Vê-las sorrindo novamente e se sentindo bonitas é motivo de grande realização para mim”.
Este trabalho tem a curadoria de Carla Giovana Rolim, coordenação de Katia Salles e apoio da mastologista Gisele Limonge.
Serviço
A exposição presencial estará aberta ao público de 14 a 31 de outubro no hall do Hospital Unimed de Volta Redonda. Os retratos estão sendo expostos de forma virtual durante todo mês de outubro no Instagram da fotógrafa (fabiola_itophotography).