O ex presidente americano Donald Trump queria construir um muro para separar seu país, os Estados Unidos, do vizinho México. Trump alegava que o muro era necessário para impedir a imigração ilegal, mas nunca conseguiu completar sua obra. Mesmo assim o mundo esta dividido por inúmeras barreiras, algumas físicas, outras eletrônicas. E o jornalista Tim Marshall traça um panorama dessas divisões planetárias em seu novo livro “A era dos muros” que esta saindo pela editora Zahar.
Para o autor estamos vivendo em uma nova era de isolacionismo e nacionalismo. Uma situação agravada pela pandemia do Covid 19. Atualmente, apenas cinco países em todo o mundo permitem a passagem de brasileiros por suas fronteiras. Mas o problema já existia com a muralha do Trump, apoiada pela extrema-direita americana e o Brexit. A saída da Inglaterra da Comunidade Européia. Além dos muros físicos, existem os muros virtuais. A China, por exemplo, tem o Grande Firewall que bloqueia a entrada da cultura ocidental na internet chinesa.
E os exemplos se multiplicam. Os países da Europa fecham suas fronteiras para impedir a entrada dos terroristas islâmicos. Uma preocupação que aumentou depois dos atentados em Paris e na Alemanha. No Oriente Médio há cercas e muros separando Israel dos palestinos. Na África do Sul surgiram comunidades fechadas, que isolam segmentos da população dentro do território de um país. Aqui no Brasil teve até um prefeito que sugeriu a construção de uma muralha em torno do Rio de Janeiro, para impedir o movimento de criminosos. Felizmente a ideia se revelou impraticável.
O fenômeno não é novo. Antes da muralha eletrônica a China tentou impedir a entrada de estrangeiros com sua Grande Muralha. E no século passado, durante a guerra fria, existiu o muro de Berlim, que separava o lado ocidental da cidade do lado comunista. Um muro que o premier alemão Wily Brant chamou de “o muro da vergonha”. Ele foi demolido em 1989. Infelizmente surgiram outros.
Jorge Luiz Calife