Quase dois séculos depois do fim da escravidão, e da Guerra de Secessão, os Estados Unidos ainda enfrentam o problema do racismo. Como ficou evidente com os casos de assassinato de cidadão afro-americanos por policiais durante o governo Donald Trump. O romance “Um milhão de pequenas coisas” de Jodi Picoult usa uma história fictícia para falar sobre este lado triste do chamado “sonho americano”. O livro esta saindo pela Record e foi muito elogiado pelos críticos americanos.
Ruth Jefferson é uma enfermeira obstetra, que trabalha há mais de vinte anos em um hospital de Connecticut. Durante um plantão ela inicia os exames de rotina em um recém nascido, mas logo depois é transferida para cuidar de outro paciente. Os pais da criança, que são supremacistas brancos, não querem que Ruth, que é negra, cuide do filho deles. No dia seguinte o bebê sofre um problema cardíaco enquanto Ruth esta sozinha no berçário. Ela faz os procedimentos de reanimação e acaba sendo processada pelos pais da criança. O problema vai parar nos tribunais onde Ruth será defendida por Kennedy McQuarrie, uma defensora pública branca. Ela insiste que sua cliente não deve abordar a questão do racismo no tribunal e o julgamento acaba virando uma sensação na mídia.
Ao mesmo tempo a acusada tenta manter a vida normal com sua família, principalmente com o filho adolescente. Enquanto a defensora e sua cliente aprendem a confiar uma na outra e questionar aquilo que lhes foi ensinado a vida toda.
O livro tem 518 páginas e a tradução ficou a cargo de Cecília Camargo Bartalloti. O exemplar em papel esta custando em torno de 44 reais. Histórias sobre julgamentos, envolvendo o racismo no sul dos Estados Unidos, já renderam bons filmes. Como o “Tempo de matar” com o Samuel L.Jackson e a Sandra Bullock, que foi baseado num romance do especialista em dramas jurídicos John Grishan. Com mais de dez milhões de exemplares vendidos, “Um milhão de pequenas coisas” também tem tudo para virar filme.
Jorge Luiz Calife