“Han solo – Uma história de Star Wars” é o novo filme da Disney sobre o universo de Guerra nas Estrelas. O longa-metragem do diretor Ron Howard se passa dez anos antes do famoso encontro do contrabandista espacial com o herói Luke Skywalker, e tenta mostrar como Solo se tornou um piloto habilidoso, como começou sua amizade com o Wookie Chewbaca e como ele ganhou a nave Millennium Falcon.
E falando em Millennium Falcon, os fãs vão notar uma diferença nas trilogias antigas há duas projeções triangulares na proa, enquanto a deste filme tem uma só. Mas é fácil explicar essa mudança quando se tem em mente que a Falcon é uma nave modular, com peças que podem ser retiradas ou acopladas ao casco principal de acordo com as necessidades. A antena de radar também mudou de forma e posição, mas essencialmente é a mesma nave que vimos de forma decrépita nos filmes anteriores e agora conheceremos quando ainda estava novinha em folha.
Harrison Ford, que deu forma ao personagem esta velho demais para o papel. Afinal este episódio se passa dez anos antes de “Uma Nova Esperança”, quando Solo tinha uns vinte anos de idade. O papel agora coube ao novato Alden Ehrenreich, que é bem mais baixo do que Ford e nem se parece muito com ele, mas sua performance não decepciona. Afinal aconteceu a mesma coisa com o James Bond, que muda de ator de dez em dez anos e ninguém se importa.
Donald Glover faz um Lando Calrissian também jovem, que ainda não tinha se tornado governador da “cidade nas nuvens”. Ele e Solo se encontram em meio a uma serie de aventuras perigosas no submundo daquela galáxia muito, muito distante.
Ficamos sabendo que Solo e sua namorada Qi´ra, personagem que coube a Emilia Clarke, cresceram nas sarjetas do planeta Corellia, onde sobreviviam na base de pequenos furtos. Na época o objetivo do futuro herói era juntar dinheiro para comprar sua própria espaçonave e tirar sua amada daquela vida sem futuro. Aos poucos ele vai subindo no submundo, se envolve com grandes contrabandistas e acaba fazendo parte da tripulação da Millennium Falcon, uma nave cuja missão principal é transportar contrabando. Como todo filme de Star Wars tem que ter um robô engraçadinho, aqui o papel fica por conta da L3-37, uma robô feminista e com atitude.
O filme teve uma produção complicada, dois diretores foram demitidos devido aquilo que se chama, em Hollywood, de “diferenças criativas”, ou seja, eles não concordaram com o rumo que os produtores queriam dar ao filme. Aí a Disney chamou Ron Howard, um diretor experiente com uma carreira de sucessos como “Apollo 13” e “Splash, uma sereia em minha vida”.
O roteiro foi escrito por Lawrence Kasdan, que está se tornando o principal roteirista da saga de Star Wars. Ele tenta dar vida a todas aquelas histórias de que os fãs ouviram falar ao longo dos anos, como a famosa corrida de Kessel e o jogo de sabac que deu ao herói a posse de sua sonhada nave estelar.
Para os fãs do universo de Star Wars o filme é cheio de momentos interessantes, com as fugas do herói em carros voadores e uma nova perseguição a Millennium Falcon por um star destroyer do império, que culmina com a nave entrando no meio dos tentáculos do que parece um polvo gigante.
O filme tem duas horas e vinte e três minutos de duração, um pouco longo para um filme de Star Wars, mas tem tudo para não deixar o espectador entediado.
Jorge Luiz Calife
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