
Retorno: Humor e ação na selva fantástica.
“Jumanji: Bem-Vindo à Selva” é um remake de “Jumanji”, aquele filme do Robin Williams sobre um jogo de tabuleiro que sugava os jogadores para dentro de uma aventura fantástica. No filme de 1995, baseado no livro de Chris Van Allsburg, o jogo era um antigo brinquedo de tabuleiro do século 19, com dados e peças de madeira. O tempo passa. Na nova versão, estrelada pelo fortão Dwayne Johnson, Jumanji virou um videogame que captura um grupo de nerds. Felizmente para eles, Jumanji ficou mais amigável ao virar um game moderno e a selva não é mais tão terrível quanto no original.
O “Jumanji” de 1995 é um filme assustador para as crianças pequenas. Tanto que recebeu uma crítica a esse respeito do finado Roger Ebert, que comentou, na época, que o filme ia dar pesadelos a toda uma geração de crianças. Como diz o personagem do Robin Williams no filme: “Eu vi coisas nessa selva que vocês só viram em seus pesadelos”. Coisas como a aranha viúva negra gigante, que volta para perseguir o herói na nossa realidade. Em “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” o cenário do jogo ainda é um lugar frenético, mas bem mais amigável. A ponto dos personagens conseguirem preparar drinques e acender velas perfumadas para iluminar o local.
A ideia de um jogo que leva os jogadores para outra realidade começou nos livros ilustrados do americano Chris Van Allsburg, que é conhecido pelas obras para crianças que ele mesmo ilustra com um traço muito bonito. Com o sucesso de Jumanji, Allsburg escreveu uma continuação que também virou filme, em 2005: “Zathura, uma aventura espacial” que tinha Tim Robbins e a futura estrelinha Kristen Stewart no elenco. Se “Jumanji” era um jogo de tabuleiro da época vitoriana, “Zathura” era um jogo mecânico da década de 1950, onde era preciso dar corda para movimentar as peças. E o tema não era mais a selva africana e sim o espaço sideral.
“Jumanji: Bem-Vindo à Selva” traz a história para nossa época. O jogo agora é um game eletrônico, que captura os jogadores do mesmo modo como aquele videogame do “Tron – O Legado”. Outra diferença é que em “Jumanji” e “Zathura” o jogo trazia os personagens do mundo mágico para a nossa realidade, como manadas de rinocerontes e elefantes invadindo a casa do Robin Williams, ou transportando a casa dos meninos para os anéis de Saturno. Agora os personagens são levados para dentro da realidade do jogo, uma selva de história em quadrinhos filmada no Havaí, nos mesmos locais que serviram de cenário para o seriado “Lost” na década passada.
Jorge Luiz Calife
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