Luiz Fernando Guimarães apresenta peça ‘O Impecável’ em Angra dos Reis

by Diário do Vale

Angra dos Reis – Um ator, um salão de beleza e oito personagens de tirar o fôlego. Em “O Impecável”, o público é transportado para uma tarde de sábado na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde conhece uma turma com histórias nada convencionais para contar. Dando vida a todas elas está Luiz Fernando Guimarães, que não precisa de mais do que um palco mobiliado com uma bancada e uma cadeira com secador de cabelo para arrancar boas risadas da plateia. A peça poderá ser vista no Centro Cultural Theóphilo Massad, nesta quarta e quinta-feira, dias 5 e 6 de outubro. Os ingressos custam R$ 50 (inteira), R$ 25 (meia) e R$ 20 (antecipado).

Durante o monólogo, o salão Impecável Beauty recebe pessoas com muitos vícios, poucas virtudes e ótimas histórias. Seus funcionários são personalidades, no mínimo, exóticas: seu Francisco, o faxineiro, é um evangélico fervoroso e trabalhador. Já Ednardo, o atendente que deveria dar as boas-vindas, não passa de um preguiçoso que tenta se dar bem enganando a patroa no horário de serviço. Chanderley é a responsável pelas unhas dos clientes, mas parte de sua renda vem de “serviços extras” prestados nas madrugadas em Copacabana. O cabeleireiro Guido vive se gabando dos inúmeros diplomas e de toda sua masculinidade, enquanto Serginho – que não cansa de se autodenominar um hairstylist de mão cheia – passa mais tempo inventando cortes de cabelo inusitados do que realmente atendendo a clientela.

Pelos cuidados dos funcionários, passa o Dr. Ivan, um psicólogo boa praça que começou a ser mais vaidoso depois de sofrer a vida inteira com os apelidos ligados à sua aparência nada exuberante. O estabelecimento também recebe Rodolfo, o solteirão que chega para levar a mãe para dar uma repaginada no visual e fica tempo suficiente para trocar dois dedos de prosa com os profissionais. A dona do local, Eleonora, é outra figura nada comum: ex-miss, pouco liga para seu empreendimento, fruto do dinheiro herdado do ex-marido.

No espetáculo, ator, luz e música servem ao primeiro texto não-musical de Charles Möeller e Cláudio Botelho. Em um teatro sem enfeites, Marcus Alvisi assina a direção do monólogo apresentado em um cenário que traz apenas o essencial para dar o clima de burburinho característico dos salões de beleza.

Bastidores

A parceria entre Luiz Fernando Guimarães e os autores Charles Möeller e Claudio Botelho em “O Impecável” surgiu com o desejo de Luiz de ter um espetáculo com o qual pudesse viajar pelo Brasil. A partir disso, Charles e Cláudio resgataram personagens que haviam criado para espetáculos diferentes e os transformaram em um texto único.

O plano inicial era fazer um musical, mas o resultado foi um trabalho inédito na carreira dos autores – famosos por espetáculos como “Cristal Bacharach”, “Um dia de sol em Shangrilá” e “Todos os musicais de Chico Buarque em 90 Minutos” –, que pela primeira vez trabalharam um texto de comédia em formato de peça.

– A ideia era fazer um musical, mas graças ao talento do Luiz Fernando vimos um potencial para que o texto pudesse funcionar também como um monólogo ‘multipersonagem’, um espetáculo que podia abrir mão da música – explica Cláudio Botelho.

A principal inspiração para o texto foram os pecados capitais. Com personagens tão distintos entre si, a história se amarra justamente no “politicamente incorreto” que todos têm em comum, como explica Charles Möeller:

– Queríamos falar sobre os pecados porque atualmente a sociedade está obcecada pelo politicamente correto. Se ser politicamente incorreto é o novo pecado do mundo atual, precisamos rir de nós mesmos – afirmou.

Para Luiz Fernando, o trabalho de Charles e Cláudio se encaixou perfeitamente com o que ele planejava para essa fase de sua carreira.

– Eu queria viajar pelo Brasil trabalhando, e o monólogo tem essa objetividade. Eu gosto imensamente de teatro. Esse projeto é maravilhoso e atendeu a isso – comemora o protagonista.

Para compor o time criativo de “O Impecável”, Luiz Fernando convidou o diretor Marcus Alvisi, amigo de longa data. Os dois se conheceram no teatro em “Cinco vezes comédia” (1988), trabalharam juntos no programa “Vida ao vivo show” (1999) e estão se reencontrando neste espetáculo.

– Foi um gol chamar o Alvisi para a direção, pois além de conhecer muito bem o Luiz, ele vem com um olhar de fora do projeto e com sua grande experiência em comédia e em monólogos. Isso só eleva a qualidade do trabalho de todos – afirma Möeler.

Preparação

Para viver oito personagens tão distintos em “O Impecável”, Luiz Fernando Guimarães se preparou por dois meses em ensaios com duração de três horas, quatro vezes na semana. Além disso, o ator também fez preparação vocal e corporal.

– A maior dificuldade dos ensaios é estar sozinho no palco, sendo que ao mesmo tempo preciso interpretar vários personagens que estão em cena e se comunicam. É um monólogo, mas na verdade estou criando um elenco para ele. Não falo diretamente com o público, falo com os outros personagens da história. É como se eu interagisse com um elenco que não está presente, que sou só eu mesmo – explica Luiz, que está muito animado com o projeto.

Em todo o processo, o ator contou com a orientação e direção de Marcus Alvisi, com quem manteve uma cumplicidade cênica e criativa. Foi do diretor a ideia de minimizar os itens do cenário para o que público pudesse ver toda a potência da atuação de Luiz Fernando. Alvisi explica que a escolha não poderia ser mais acertada, já que a dedicação e a enorme versatilidade do ator são o diferencial desse projeto.

– O Luiz é um ator extremamente talentoso, então eu quis aproveitar essa facilidade camaleônica que ele tem de se transformar em cena. Para isso, eliminei todos os artifícios que poderiam servir de bengala e foquei apenas na interpretação – conta o diretor.

Além de um texto rico e divertido, a plateia verá a mudança entre um personagem e outro acontecendo no palco, sem troca de cenários ou figurino, como revela Alvisi.

– O público vai acompanhar a transformação. É como se ao olhar para um relógio não visse só as horas, mas também o mecanismo por trás dos ponteiros. Não iludimos ninguém com artifícios, apenas com a interpretação do Luiz Fernando – explica.

 

Serviço

A peça poderá ser vista no Centro Cultural Theóphilo Massad, nesta quarta e quinta-feira, dias 5 e 6 de outubro. Os ingressos custam R$ 50 (inteira), R$ 25 (meia) e R$ 20 (antecipado).

 

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