Retorno: Ator volta a interpretar astronauta (Foto: Divulgação)
Depois de interpretar o astronauta enlouquecido de “Interestelar”, Matt Damon recoloca o capacete para interpretar outro personagem sideral. O botânico Mark Watney, abandonado no espaço no romance “Perdido em Marte” de Andy Weir. As filmagens já começaram e o diretor Ridley Scott (Alien, Blade Runner) andou gravando algumas cenas no deserto da Jordânia, um dos locais mais parecidos com o planeta Marte que existem aqui na Terra. Jessica Chastain, que foi a cientista Murphy do “Interestelar”, também está no filme. Agora ela comanda a nave Hermes, que tenta resgatar o astronauta perdido.
Andy Weir, um apaixonado por tecnologia, publicou seu romance primeiro na internet, quando as editoras não se interessaram por sua aventura espacial. O livro está disponível no Brasil em edição da Arqueiro e foi elogiado por astronautas reais como Christopher Hadfield, ex-comandante da estação espacial internacional. Outro que checou os dados do livro foi o astrônomo Phil Plait, que tem um blogue muito popular sobre o assunto, o Bad Astronomy. O entusiasmo da Nasa pelo projeto foi tamanho que a capa do roteiro do filme foi mandada ao espaço a bordo da nave Orion, durante o teste do escudo de reentrada no dia 5 de dezembro.
Como “Interestelar”, “Perdido em Marte” pertence ao gênero ficção científica “hard”, ou seja, realista, em oposição às fantasias de Guerra e Jornada nas Estrelas. Weir descreve a paisagem marciana com base nas fotos feitas pelas sondas espaciais americanas, como a Mars Reconaissance Orbiter, que fotografou a região de Chryse Planitia, onde se desenrola o drama do astronauta perdido.
A nave e os equipamentos mostrados no filme também são baseados em tecnologia real. Na Missão de Referencia a Marte que a Nasa andou estudando na década de 1990. De acordo com esse plano a expedição instalaria um campo base em Marte, com uma estufa inflável, usaria um carro elétrico para explorar o planeta, e deixaria um módulo de retorno, chamado de Mars Ascent Vehicle ou MAV esperando pela expedição seguinte. As grandes tempestades de areia, que ameaçam os astronautas do livro também são reais, e acontece quase todo o ano, podendo cobrir o planeta com uma camada turbulenta de areia.
Filmes sobre astronautas em Marte não são exatamente uma novidade no cinema. Em 1964 o diretor Byron Haskin filmou “Robinson Crusoé em Marte” no vale da Morte, no deserto de Nevada, conseguindo um resultado bem convincente para a época. E no ano 2000 o cinema americano produziu dois filmes sobre o tema, “Missão Marte” do cineasta Brian de Palma e “Planeta Vermelho” com o Val Kilmer. Desses o “Missão Marte” também mostrava uma tecnologia baseada na Missão de Referência da Nasa.
No livro Mark Watney (Matt Damon) é abandonado em Marte quando seus colegas da expedição pensam que ele morreu. Enquanto fugia de uma tempestade de areia Watney teve seu traje espacial perfurado por uma antena. O acidente destrói o monitor de sinais vitais do traje, fazendo com que a comandante da missão Ares 3, Melissa Lewis (Jessica Chastain) acredite que ele morreu.
Sozinho no planeta vermelho Watney sobrevive cultivando batatas na estufa pressurizada. Ele usa o carro elétrico Rover para ir até a cratera Schiaparelli, onde a próxima missão a Marte deve pousar. No caminho ele recupera o rádio do robô Pathfinder e faz contato com a Terra. Um matemático descobre um meio de usar a gravidade terrestre para lançar a nave Hermes de volta para Marte, mas a capitã Melissa terá que executar uma manobra arriscada para salvar o astronauta perdido.
O livro de Weir é um sucesso no mundo inteiro, e o filme é chance para o diretor Ridley Scott recuperar seu prestígio depois do fiasco do “Prometheus”.
Jorge Luiz Calife | [email protected]
(24) 99926-5051 – Jornalismo