O touro do Carlos Saldanha

by Diário do Vale

Divertido: O touro na loja de porcelana.

“O touro Ferdinando” é aquele desenho que concorreu ao Oscar de melhor animação mas perdeu para o “Viva: A vida é uma festa”. Produzido pela mesma equipe da “Era do Gelo” e do “Rio”, ele foi dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha e representa um retorno a um estilo antigo de animação. Não é um filme ruim e as crianças vão se divertir mais com ele do que com a história concorrente, do menino mexicano que visita o mundo dos mortos.
Ferdinando é um touro enorme, que apesar do tamanho não gosta de violência. O que já é uma mensagem construtiva para a garotada de hoje, que vive mergulhada na violência dos games e do bulling.
Treinado para lutar e morrer nas horríveis touradas da Espanha, Ferdinando consegue fugir e vai se refugiar em uma idílica fazenda. Lá ele faz amizade com a menina Nina e com vários animais, como um bode e um trio de porcos espinho. Um encontro inesperado com uma abelha vai leva-lo de volta para a Casa del Toro, a academia onde os animais são treinados para a arena e terá que enfrentar o terrível matador de touros, o toureiro El Primero.
O filme segue a fórmula dos desenhos animados, com um personagem simpático, cercado de vários coadjuvantes engraçados, da mesma forma que deu certo nos filmes da “Era do Gelo” e nos dois longas sobre aquela arara azul do “Rio”.
Carlos Saldanha não perde a oportunidade de passar uma mensagem ecológica para as crianças. No Rio ele falou do comércio de animais selvagens e do desmatamento das florestas brasileiras. Aqui ele ataca os esportes violentos onde animais como os touros são maltratados. No caso as horríveis touradas que já foram proibidas em vários países, além de pregar a tolerância com aqueles que são diferentes, algo de que precisamos muito hoje em dia
A historia do Ferdinando é antiga e foi filmada pela Disney em 1938, mas a versão moderna, que usa recursos da computação gráfica é, provavelmente, a melhor de todas.
Na versão em DVD é possível assistir ao filme com a dublagem original ou na brasileira, que as crianças vão preferir.

Jorge Luiz Calife
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