Obra de análise literária produzida em Volta Redonda concorre ao prêmio Jabuti 2022

by Diário do Vale

Volta Redonda- Na esteira do centenário da Semana da Arte Moderna de 1922, educadores de colégios, pré-vestibulares comunitários e faculdades em Volta Redonda e de outras cidades, ligam o ‘Jabuti ao modernismo e nacionalismo’.

No livro ‘Lima Barreto na sala de aula – primeiros escritos’: são levados às heranças do “manifesto antropofágico”.

As escritoras e professoras Lúcia Maria de Assis, da UFF(Universidade Federal Fluminense), Luciana Nascimento, da UFRJ(Universidade Federal do Rio de Janeiro), e Janete Santos, da UFNT (Universidade Federal do Norte do Tocantins), tratam o tema barretiano de forma plural e intensa, fato que certamente fortaleceram a indicação para o Prêmio Jabuti em 2022.

Outros colaboradores, como as professoras Hilma Ribeiro, ligada à UERJ(Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e Ana Paula Poll, ligada à UFF, o professor Alexandre Batista da Silva que, junto com a Elisa Andrade Costa, ambos da UGB(Centro Universitário Geraldo Di Biase), e voluntários no Pré-Vestibular do MEP, também participam. O conjunto de artigos literários contemplados na obra barretiana dão vida às questões de raça e gênero presentes no engajamento social do literato, Lima Barreto.

Uma ideia plural que virou coleção

Lúcia Assis conta como surgiu a obra: – “O livro ‘Lima Barreto na sala de aula’ foi idealizado durante meu estágio pós-doutoral na UFRJ, em 2020. Na verdade, estudo Lima Barreto desde o meu doutorado, feito na USP e concluído em 2008. Quando surgiu a ideia do Lima Barreto na sala de aula, resolvi convidar pesquisadores que se dedicassem tanto aos temas barretianos quanto àqueles que discutissem questões que envolvem o ensino na educação básica e também na educação superior. Com a ideia de organizar um livro plural, convidei duas pesquisadoras para me ajudar a organizar o livro: Luciana Nascimento, da UFRJ, e Janete Santos, da UFNT. A pluralidade já começa aí. Como colaboradores autores, convidamos também pesquisadores de diferentes estados, São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Minas Gerais e Acre”, explicou a escritora.

Lúcia ressaltou que depois de recebidos os artigos, convidou a professora Maria Zilda Cury, da UFMG(Universidade Federal de Minas Gerais), para fazer a apresentação.

– As colegas da organização aprovaram e resolvi submeter o manuscrito à editora Blucher, de São Paulo, que o aprovou imediatamente. Na sequência acordamos que seria produzida uma coleção. Foi assim que o primeiro livro passou a ser ‘Lima Barreto na Sala de Aula’, onde teve sua publicação no ano de 2021. Em maio deste ano, foi publicado o segundo volume da coleção: “LIMA BARRETO NA SALA DE AULA – questões raciais e de gênero – concluiu a professora Lúcia.

Segundo a professora e escritora Lúcia Maria, a indicação da obra para o Prêmio Jabuti foi uma surpresa. “Para minha surpresa, a editora Blucher decidiu inscrever o primeiro deles ao Prêmio Jabuti do ano de 2022, o que apenas fiquei sabendo depois da inscrição já feita. Não posso negar que foi a coroação de um trabalho feito com muito carinho e muita dedicação. Agora, resta a torcida para que alcancemos um bom resultado”, adiantou Lúcia com grande expectativa.

Dois dos colaboradores, os professores Alexandre Batista, tendo participado do 1º e 2º volume, além de Elisa Andrade, que publicou um artigo no segundo volume da coleção, embora não esteja no livro indicado, na torcida, animada não disfarça a admiração pelo autor.

“Lima Barreto é admirável, escreveu prosa no início do século XX, mas permanece atualíssimo em suas críticas. Percebemos em cada página observações importantes sobre o tratamento com os desfavorecidos, seja espacialmente, pois ressalta o subúrbio que se diferencia do centro urbano, seja por questões raciais bem marcadas na obra do autor que sofreu racismo por diversas vezes em sua vida. Os personagens, pessoas simples que buscam sobreviver e sonham com uma vida melhor, muitas vezes sofrem devido ao preconceito que separa os indivíduos por classe, cor da pele e localização. Infelizmente, tudo isso se encontra presente, após um século. O romancista, em seus escritos, leva-nos a refletir sobre mazelas enraizadas que precisam, com urgência, de debates para que possamos nos transformar em uma sociedade melhor”, relatou Elisa, mestra em literatura pala UFRJ.

Na mesma trova, o professor Alexandre considera o Lima Barreto um escritor genial: “O Lima, entretanto, muitas vezes, esquecido pela história mais tradicional da literatura. O lançamento de nosso livro tem, então, dupla função: por um lado, somar às vozes já existentes que identificaram a grande contribuição de Barreto para a construção de uma literatura genuinamente brasileira e, por outro lado, de criar mais um caminho para abordagem desse importante escritor para a sala de aula, espaço privilegiado para discussão literária. O capítulo que Hilma e eu escrevemos para composição do livro trata justamente desse último aspecto: o uso da literatura de Barreto como pretexto para diferentes conversas na sala de aula. Acreditamos que contribuição do livro é justamente a de contribuir com a divulgação desse escritor original, e que abordou o Brasil por um ângulo não traduzido pela literatura até então”, manifestou Alexandre Batista.

Ambos os volumes (1 e 2) podem ser acessados gratuitamente para download no site da editora Blucher(https://www.blucher.com.br/lima-barreto-na-sala-de-aula- primeiros-escritos_9786555500875) .  Podem também ser adquiridos fisicamente, sob encomenda, tanto no site da editora como pela Amazon.

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2 comments

Maria Amália 18 de junho de 2022, 13:40h - 13:40

Obra de alta relevância, na torcida pelo prêmio!!!

Zezinho 18 de junho de 2022, 20:29h - 20:29

Maria Analia, sim, produção literária de envergadura. Na torcida, sigamos.Zz

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