Os alienígenas do Valerian

by Diário do Vale

Uma das atrações do filme “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” são as centenas de criaturas que habitam Alfa, a metrópole espacial do título. Usando a computação gráfica o diretor Luc Besson deu vida e cor às estranhas criaturas espaciais da história em quadrinhos. Mas a maioria ainda segue um padrão antropomórfico com duas pernas, dois braços e uma cabeça, o que indica a influência de seus criadores terrestres. Na verdade o alienígena mais estranho do filme é a criatura Bubble, que toma a forma da cantora Rihanna.

No século passado o único meio de mostrar um extraterrestre no cinema era vestir um ator com uma fantasia. É por isso que a maioria dos ETs do seriado “Jornada nas Estrelas” parecem pessoas com maquiagens exóticas. Hoje, com a computação gráfica, essa limitação foi superada, mas os desenhistas de produção continuam influenciados pelo antropomorfismo de seus antecessores. Uma das primeiras espécies a aparecer no Valerian são os humanoides Pérolas, do Planeta Mül, que apresentam uma notável semelhança com os Naavi, do “Avatar”. Tanto que Besson admitiu a influência do filme do James Cameron.

Os Pérolas vivem em simbiose com uns bichinhos bonitinhos, os Conversores, e não podem sobreviver sem eles. Os Conversores são quadrúpedes e parecem uma versão espacial dos lagartos terrestres. Igualmente humanoides são os Kortan Dahuks, que vieram de um planeta com três sóis. Muito sensíveis a música e aos sons, eles inventaram “esculturas sonoras” que servem para curar ou para comunicação.

No início do filme nossos heróis, Valerian e Laureline, precisam salvar o último Conversor, que foi capturado pelo gangster intergaláctico Igon Siruss. Que parece um enorme primata sem pelos. Em Alfa também encontramos os Doghan Daguls, humanoides com cara de ornitorrinco que sempre viajam em grupos de três. Os alienígenas mais estranhos só aparecem quando Valerian embarca em um mini submarino e mergulha no mar artificial de Alfa, o Guaiana. Lá vivem os Azim Mo, que são os médicos espaciais da metrópole.

Embaixo da água Valerian encontra os Bromossauros, criaturas de 300 toneladas que vivem em simbiose com as medusas Myleas, que são telepatas. Bem interessante, mas nada que seja muito diferente das criaturas que costumamos encontrar aqui no planeta Terra. A pergunta que o filme suscita é se a vida fora da Terra repetiria os padrões terrestres ou seria realmente diferente.

A literatura de ficção científica tem sido mais inventiva do que os filmes. No romance “O Olho do Dragão” o escritor Robert Foward imaginou seres bidimensionais, os Cheela, vivendo na superfície de uma estrela de nêutrons. Em “A Nuvem Negra”, romance do astrônomo britânico Fred Hoyle, a Terra é ameaçada por uma nuvem inteligente, que se alimenta da energia das estrelas.

Mesmo aqui, em nosso planeta, a natureza tem sido muito mais criativa do que os desenhistas de produção do cinema. Se o leitor quiser encontrar criaturas realmente alienígenas pode fazer isso aqui na região, dando um mergulho na baía de Angra dos Reis. No mar de Angra encontramos medusas coloridas do tamanho de pratos, ostras com olhos múltiplos e moluscos de múltiplas formas. Os seres do fundo do mar são as criaturas mais alienígenas que os seres humanos já encontraram. E quanto mais fundo mergulhamos no mar, mais estranhas elas ficam.

É por isso que James Cameron, um cineasta fascinado pela ideia da vida fora da Terra, costuma fazer excursões submarinas. Para filmar os estranhos seres das profundezas. Eles podem nos dar uma boa antevisão das formas estranhas que a vida pode tomar lá em cima.

Médicos: Os Azin Mon são os doutores de Alfa
Conversores: Bichinhos são vitais para a sobrevivência do povo de Mül
Subaquático: Seres mais estranhos vivem no mar de Guaiana
Pérolas: Habitantes do planeta Mül parecem os Navi do ‘Avatar’

 

Por Jorge Luiz Calife

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1 comment

Anderson 15 de agosto de 2017, 07:02h - 07:02

Talvez os alienígenas mais criativos do cinema sejam os first born da série 2001, Uma Odisseia no Espaço, seres tão avançados que se fundiram ao tecido do cosmo. Outra forma de vida muito criativa é a protomolécula da série The Expanse, do James S. A. Corey, agora uma série do Netflix.

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