Professores do Mep comentam e aprovam o título de Doutora Honoris Causa da escritora Carolina de Jesus

by Diário do Vale

Os professores do Mep ligados às áreas de português, literatura e redação no Pré-vestibular Cidadão aprovaram a homenagem a escritora – Foto: Audálio Dantas.

Volta Redonda- Na quinta-feira, dia 25, o Conselho Universitário da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), reconheceu a luta e coragem de uma mulher estoica, a escritora Carolina Maria de Jesus, catadora de papel, negra, que vivia na favela e agora é Doutora Honoris Causa. A aprovação da outorga da distinção foi unânime e por aclamação, onde o ato foi transmitido pela webTVUFRJ.

A homenagem póstuma proposta pelo IFCS(Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) da UFRJ, foi aprovada por unanimidade no Conselho do CFCH(Centro de Filosofia e Ciências Humanas) da UFRJ, em novembro de 2020.

Os professores do Mep(Movimento Ética na Política) ligados às áreas de português, literatura e redação no Pré-vestibular Cidadão aprovaram a homenagem a escritora e comentaram sobre  ‘reparação literária’ que há de se espalhar em toda sociedade.

O professor de literatura do Pré-vestibular Cidadão, Fernando Impagliazzo achou que a homenagem a escritora foi super necessário. “É do que a gente precisa, representatividade. Fico feliz pela academia ter reconhecido. Ainda que ali, haja muita resistência”, disse.

Para a Professora Juliana Lima, que dá aula de redação no Pré-vestibular Cidadão, a homenagem é um título muito merecido. “Carolina Maria de Jesus deixou uma contribuição importantíssima e poucas pessoas conhecem de fato a sua obra. Os mais jovens, principalmente, precisam conhecê-la. Além disso, a nossa sociedade foi construída sobre o apagamento cultural das contribuições literárias, políticas e culturais das negras e dos negros. Então, um título como esse pode ser o início desse resgate”, destacou a professora.

Já na opinião da professora de português Marcele Lopes, a homenagem representou um belo e merecido reconhecimento do papel da mulher negra e pobre no mundo da literatura contemporânea. Vencendo os limites a ela impostos com coragem e emoção em seus textos”, opinou a representante do Mep.

Para a professora de literatura Elisa Andrade, que também dá aula no Pré-vestibular Cidadão, sem dúvida o título de Doutora Honoris Causa, representa uma grande reparação que gera esperança em tempos tão difíceis como estes que o país está vivendo.

– Carolina Maria de Jesus, corajosamente, deixou-nos o testemunho dos desafios e sofrimentos vividos por uma mulher negra, pobre, mãe solo de três crianças, vivendo em um espaço invisível ao poder público. Invisibilidade que não durou muito graças a sua escrita que nos faz pensar sobre aquele tempo e o que dele ainda resta em nossos dias. O leitor não deixa de se emocionar com a leitura de cada página marcada pela resistência de uma mulher forte que nos revela a importância da luta contínua. Esse título merecidíssimo colabora para que sua mensagem se espalhe e provoque o desejo de transformar o país em um lugar mais justo e digno para todos – destacou a professora de literatura do Mep.

O professor Alexandre Batista da Silva, que dá aula de redação no Pré-vestibular Cidadão, disse que recebeu com muita emoção e entusiasmo a notícia de que a UFRJ concedeu o título de Doutora Honoris Causa à escritora Carolina Maria de Jesus.

– Emoção pela identificação com a história de uma mulher negra que enfrentou a dura realidade de uma vida com poucos recursos como tantas outras de ontem e de hoje. Entusiasmo pela constatação de ainda temos nas instituições do porte da UFRJ a manutenção da sobriedade num tempo em que a inteligência institucional anda tão fragilizada – declarou Alexandre.

A Professora de português Abigail Ribeiro, também recebeu com muita alegria a notícia do título dado a escritora Maria Carolina de Jesus.

– Muito me honra saber que a universidade que eu estudei presta está justa homenagem, uma reparação histórica. Maria Carolina tem uma importância e envergadura na literatura brasileira. O título é muito mais que um reconhecimento da grandeza de sua literatura, principalmente o fato do reconhecimento de seu lugar por direitos que ela tem dentro da academia, não só a ela, mas tantas outras escritores que ela muito bem representa. Nós temos hoje também a inserção de muitos estudos dentro da academia sobre Maria Firmino, Conceição Evaristo e tantas outras escritoras mulheres, negras que estão cada vez mais importantes dentro dos estudos literários, e perceber que uma das maiores universidade do Brasil faz está reparação histórica é muito importante e deve ser seguido por outras universidades – concluiu a professora Abigail.

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