A ficção científica é um dos gêneros mais populares do cinema, mas atualmente anda carente de ideias novas. Este ano teremos mais um capítulo da saga “Guerra nas Estrelas”, que já se esgotou completamente e vive repetindo uma trama batida. E tem a aventura espacial “Ad Astra”, com o Brad Pitt, que a julgar pelos dois trailers na internet também não tem nada que já não tenhamos visto em outros filmes. Diante desse quadro é melhor ficar em casa e assistir aos grandes clássicos do gênero, que estão todos disponíveis em discos de Blu-Ray.
Uma das joias menos conhecidas do cinema FC chama-se “Veio do espaço”, filmado em 1953 durante o primeiro “boom” da terceira dimensão. O roteiro de Harry Essex foi baseado em uma história do mestre Ray Bradbury. Ele queria fazer um comentário sobre a xenofobia dos seres humanos. Porque sentimos repulsa por tudo o que é diferente de nós? No filme uma nave espacial faz um pouso forçado no deserto do Arizona. Um astrônomo amador e uma professora são as únicas testemunhas da chegada dos alienígenas. Seres de aparência assustadora que provocam o pânico na população local. Mas apesar de sua aparência os xenomorfos só querem consertar sua nave e ir embora daqui.
O diretor Jack Arnold faz um bom uso da fotografia em preto e branco. E do ambiente hostil do deserto ao redor da pequena cidade. Por sinal a serie moderna do monstro “Alien” se apoderou do termo “xenomorfo”. Que em grego quer dizer “forma estranha”. Na verdade o Alien moderno é humanoide, com cabeça, braços e pernas. Diferente das criaturas protoplásmicas do “Veio do Espaço.” O filme ganhou um Globo de Ouro.
Um ano depois do Jack Arnold especular sobre as criaturas do espaço sideral, o diretor Richard Fleischer dirigiu “20 mil léguas submarinas” para os estúdios Disney. Um filme que aborda a estranheza do espaço interior, o mundo alienígena que existe sob as ondas do mar. Filmado em technicolor, o filme narra uma viagem pelos oceanos do mundo a bordo do fantástico submarino Nautillus. O melhor momento do filme é quando a tripulação repele o ataque de uma lula gigante. Um dos animais mais assustadores do nosso planeta e que, ao contrário dos alienígenas, não é fruto da nossa imaginação.
O mundo cinematográfico teve que esperar 14 anos até que Hollywood produzisse outro épico comparável as “20 mil léguas submarinas”. Que curiosamente tem um título que também começa com o número “2”. Trata-se de “2001: uma odisseia no espaço” que Stanley Kubrick produziu em Cinerama entre 1965 e 1968. De todos os quatro filmes abordados aqui nesta matéria “2001” é o mais hermético. Kubrick optou por criar uma experiência não verbal, onde a trama se desenvolve através de imagens e música, com poucos diálogos. Bem diferente dos filmes falados e frenéticos de hoje em dia. Isso faz de “2001” uma experiência única na história do cinema. O filme está na lista dos cem melhores filmes de todos os tempos da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. E deve ser assistido em Blu Ray, num home theater bem grande.
Dos filmes de ficção modernos, feitos em nossa época, um dos melhores é “Interestelar” do cineasta Christopher Nolan. Com roteiro do físico prêmio Nobel Kip Thorn, a aventura estrelada pela Anne Hathaway e Matthew McConaughey explora as dimensões do espaço e do tempo que podem existir além do nosso universo. Com direito a uma visita a um buraco negro e uma viagem para fora do nosso plano de espaço e tempo. Um tema original e bem diferente do maniqueísmo dos filmes de super-heróis.
Por: Jorge Luiz Calife
1 comment
“A ficção científica é um dos gêneros mais populares do cinema, mas atualmente anda carente de ideias novas.”
Sai do cinema e se joga nos livros, que você vai ver que o gênero nunca esteve tão criativo.
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