Richard Dawkins e a beleza do mundo real

by Diário do Vale
livro

Capa: A versão brasileira é mais bonita que a americana (Foto: Divulgação)

O mundo real, em que vivemos, é mais bonito e complexo do que qualquer fantasia. Tentando explicar coisas simples para os leitores jovens Richard Dawkins criou um belo livro, “A Magia da Realidade – Como sabemos o que é verdade” que está saindo no Brasil pela Companhia das Letras. O texto explica fenômenos como as cores do arco-íris e mostra o que é o Sol, o que é um terremoto e de que são feitas as coisas. Parece incrível, mas a maior parte da humanidade ainda ignora coisas tão simples.

Dawkins ficou conhecido por sua cruzada contra os males da religião e do fundamentalismo. Aqui ele se limita a mostrar como o nosso mundo funciona, de onde ele veio e para onde vai. Perguntas que eram tema da filosofia e das crenças religiosas no passado e que hoje podem ser respondidas com seguranças pela física, a astronomia e a biologia. “A Magia da Realidade” é uma boa leitura para o público jovem, que passa a maior parte da vida com os olhos grudados no computador e ignora a beleza do mundo lá fora.

O livro também serve de complemento para aquilo que se aprende na escola. Em um país com um ensino tão deficiente como o Brasil, livros assim respondem a perguntas básicas. E também derrubam a antiga ideia de que o conhecimento científico destrói a poesia e a beleza do mundo.

Olhar para o céu estrelado, de noite, é uma experiência muito mais inspiradora quando se sabe o que são aqueles pontinhos de luz lá em cima, e a beleza que eles ocultam. E saber que somos parte de um Universo complexo, que evoluiu durante bilhões de anos pode ser muito mais interessante do que viver naquele cosmos medieval, onde a Terra era o centro de um universo muito, muito limitado.

Livros como este são essenciais em um país onde o ensino de ciência é tão negligenciado. Eles fornecem uma perspectiva diferente e permitem apreciar mais a beleza da paisagem tropical que nos envolve, com seus poentes e arco-íris maravilhosos. E também são um antídoto contra o veneno das ideologias e do pensamento dogmático.

Jorge Luiz Calife

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