‘Truque de Mestre 2’ tem novas mágicas e Daniel Radcliff

Poucas mudanças: “Truque de Mestre: O Segundo Ato” muda o diretor, mas mantém o roteirista (Foto: Divulgação)

Os mágicos estão de volta. Os mesmos atores do “Truque de Mestre” retomam o papel dos mágicos ladrões em uma continuação. Com o acréscimo do Daniel Radcliff, o eterno Harry Potter, fazendo o vilão, e uma pequena mudança no elenco feminino. Isla Fisher estava grávida e foi substituída por Lizzy Caplan, que se ajustou bem ao papel de maga do palco. A trama agora envolve um bilionário megalomaníaco que quer controlar as redes de computadores. Nada de muito novo, mas os truques são interessantes e mantêm a plateia grudada na tela.

O primeiro “Truque de Mestre” foi uma grata surpresa quando passou nos cinemas, em 2013. O filme misturava os truques de mágica, que sempre fascinam o público, com uma trama de roubos espetaculares, semelhante ao “Onze homens e um segredo”. No caso, um grupo de ilusionistas usa seu talento para roubar muito dinheiro. E, no melhor estilo Robin Hood, dão tudo para as plateias de seus espetáculos. O elenco tinha Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo e os veteranos Morgan Freeman e Michael Caine. Para tornar a história mais interessante, os Quatro Cavaleiros, como o grupo se intitula, eram perseguidos por um agente do FBI e um agente da Interpol. A Interpol sendo necessária porque o grupo viaja pelo mundo, roubando dos ricos para dar aos pobres, nos quatro cantos do planeta.

“Truque de Mestre: O Segundo Ato” muda o diretor, mas mantém o roteirista. Sai Louis Leterrier e entra Jon M. Chu, mas o roteiro continua sob a responsabilidade de Ed Solomon. Desta vez, os mágicos são ameaçados por um magnata da tecnologia e precisam realizar um truque ainda mais fantástico do que os anteriores. A trama continua viajando pelas capitais do planeta e inclui Londres, com a famosa Roda do Milênio, e o porto de Macau, na China. O que dá um toque “jamesbondiano” ao filme.

Este é o sexto filme em que Michael Caine e Morgan Freeman aparecem juntos no elenco. Eles também estiveram na trilogia do Batman do Christopher Nolan, no primeiro “Truque de Mestre” e na minissérie de TV “Freedom: A history of us”, sobre a imigração nos Estados Unidos. Daniel Radcliff tem a sua primeira oportunidade de fazer um papel de vilão. Para quem gosta de truques de mágica, o filme é perfeito. Mas, como o Mister M da televisão, ele revela como são feitos os truques, o que pode desapontar muita gente. Saber como os mágicos aparecem e desaparecem tira a magia e o mistério da coisa toda.

Uma aventura “jamesbondiana”

É interessante notar como os filmes do cinemão estão ficando parecidos. Temos um mestre da informática com um plano diabólico. Que levará nossos heróis a viajarem pelo mundo atrás dele. Já vimos algo assim não faz muito tempo. Foi ano passado, no “Hacker”, um filme de ação estrelado pelo Thor, Chris Hemsworth. Que também envolvia uma viagem até a China, onde o vilão provocava um desastre em uma central nuclear.

A moda dos filmes sobre mágicos e seus truques teve seu ponto alto na década passada, mais precisamente no ano de 2006, quando o cinema exibiu três filmes sobre mágicos. “O ilusionista”, “O grande truque” e “Scoop, o grande furo”. Desses, o melhor é “O grande truque”, do Christopher Nolan, que mostra dois mágicos numa grande disputa. “O Ilusionista” também é interessante pelo cenário de época e pela história romântica. Onde o mágico, interpretado pelo Edward Norton, usa seus talentos para conquistar uma mulher de uma elevada classe social.

“Truque de Mestre: O Segundo ato” é de um gênero diferente, uma espécie de aventura “jamesbondiana” sem violência, onde os personagens não usam armas e cumprem uma missão impossível na base dos truques. Não é o tipo de filme que ganha prêmios ou fica muito tempo na memória do espectador. Mas, proporciona uma boa diversão, principalmente num dia chuvoso de inverno.

Por Jorge Luiz Calife
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