O mundo mudou radicalmente nos últimos quinze anos. O que deixou muita gente desnorteada. Para o sociólogo Ulrich Beck, que morreu em 2015, a sociedade moderna está passando por uma metamorfose, o que é algo mais radical do que uma simples mudança. Para descrever o fenômeno ele escreveu o livro “A metamorfose do mundo: novos conceitos para uma nova realidade”, que está sendo lançado entre nós pela editora Zahar.
Beck explica a diferença entre mudança e metamorfose. A mudança quer dizer que algumas coisas se alteram, mas outras permanecem iguais. É o caso do sistema capitalista. O capitalismo pode mudar, diz o autor, mas alguns aspectos do capitalismo permanecerão os mesmos. A metamorfose é uma transformação mais radical onde antigas certezas desaparecem e surge alguma coisa inteiramente nova. É o que está acontecendo no mundo moderno.
Segundo Beck entre os agentes desta metamorfose estariam o ataque terrorista do 11 de setembro de 2001, a mudança climática catastrófica do planeta, as crises financeiras mundiais como a de 2008 (aquela que o Lula disse que era uma “marolinha” e que não ia nos atingir) e até as novas ameaças a liberdade pela vigilância proporcionada pelos novos sistemas de câmeras e os programas de monitoramento da internet.
O que leva o autor a fazer uma reflexão interessante sobre o mundo atual e propor uma nova abordagem para as ciências sociais. A edição em papel tem 280 páginas e a tradução foi assinada por Maria Luisa A. Borges. O livro é interessante não só para os estudantes de ciências sociais, mas também para todos aqueles que estão atônitos com o admirável mundo novo em que estamos vivendo. Um mundo onde o que foi impensável ontem, é real hoje, e o amanhã parece uma ameaça prestes a se concretizar. O músico Raul Seixas costumava se definir como uma metamorfose ambulante. Infelizmente hoje em dia este rótulo se aplica ao planeta Terra e não dá para parar o mundo e descer. É preciso entender o que está acontecendo para então buscar soluções.
Por Jorge Luiz Calife
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1 comment
Estamos realmente em uma fase de transição e ninguém sabe onde vai parar. Certas áreas como a do entretenimento e arte sofreram verdadeiras revoluções na forma da distribuição. Um mundo melhor, mas muito diferente.
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