Rio – O operador financeiro Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, em delação premiada, afirmou que o governador do Rio Luiz Fernando Pezão (MDB), preso hoje (29), recebia propina em envelopes azuis para despistar quaisquer suspeitas. Segundo ele, Pezão recebia uma espécie de mesada de R$ 150 mil e mais um “13º” salário de mesmo valor.
“Além do pagamento mensal de R$ 150 mil, havia também o pagamento de um 13º salário de mesmo valor no final do ano”, diz o delator. “Que os recursos eram transportados em envelopes azuis para não chamar a atenção.”
A Agência Brasil teve acesso ao conteúdo da delação de Carlos Miranda ao Ministério Público Federal. Pezão, segundo o delator, tinha vários codinomes “Pé” , “Pezzone” e “Big Foot”.
“Os pagamentos foram religiosamente cumpridos”, diz o delator. “Depois de [Sergio] Cabral [ex-governador do Rio] sair do governo, os pagamentos inverteram. Pezão passou a enviar a Cabral R$ 400 mil mensais.”
A Polícia Federal prendeu na manhã de hoje Pezão e mais oito pessoas. Todos tiveram a prisão decretada por ordem do ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que a prisão de Pezão foi motivada a pedido do Ministério Público porque os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro estavam em andamento.
3 comments
Não entendi a polícia federal. Prender o governador faltando um mês para término mandato. Ele iria perder o fórum previligiado. Só no Brasil mesmo.
Aviso aos novos governadores que tomarão posse em janeiro: se quiserem secretário de obras pra seus estados com experiência em fraudes, propinas e outras formas de ganhar dinheiro ilicitamente, procurem no sul do RJ. Satisfação garantida.
Isso é injustiça. Como pode prender o governador faltando um mês do fim do mandato. Se ele deveria ser preso ainda quando era vice e secretário de obra. Injustiça essa demora.
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