MPF denuncia Sérgio Côrtes e mulher por lavagem milionária

by Diário do Vale

Ex-secretário mais uma vez é acusado pelo MPF de corrupção


Rio –
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou o ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes e a esposa, a médica Verônica Fernandes Vianna, pelos crimes de evasão e lavagem de dinheiro e corrupção passiva, envolvendo quantias milionárias de dinheiro. A denúncia, apresentada na sexta-feira (3) passada, foi divulgada hoje (7).

O valor, segundo o MPF, era oriundo de pagamentos de propinas das empresas da área médica de Miguel Iskin e Gustavo Estellita, em troca de favorecimento em licitações de produtos e insumos. O MPF ressaltou que Côrtes e Verônica movimentaram, pelo menos, US$ 4,3 milhões, ou R$ 16 milhões pelo câmbio atual, em contas no exterior, em dinheiro não declarado às autoridades brasileiras.

Na denúncia, chamou a atenção dos procuradores os gastos de Verônica em cartões de crédito e pré-pagos no exterior, que somados totalizaram US$ 1,4 milhão, equivalente a R$ 5,3 milhões. As faturas mensais do cartão de crédito tinham valores altos, como em junho de 2014, quando bateu em US$ 80 mil, ou R$ 301 mil. Mesmo em agosto de 2015, já com a Operação Lava Jato em plena ação, a esposa de Côrtes ainda fazia gastos altos no cartão de crédito, chegando a US$ 44 mil (R$ 165 mil).

O total de gastos em cartão de crédito, entre junho de 2011 e dezembro de 2015, segundo o MPF, foi de US$ 744 mil (R$ 2,8 milhões). Outra parte dos gastos ocorreu em cartões pré-pagos, abastecidos por conta bancária, e mais difíceis de terem os gastos rastreados. Entre maio de 2011 e abril de 2015, Verônica gastou US$ 670 mil (R$ 2,5 milhões) por meio de cartões pré-pagos.

Produtos de luxo
Os procuradores ressaltaram na denúncia os gastos luxuosos da esposa do ex-secretário. “A análise dos extratos mensais demonstra que Verônica Vianna realizava comumente gastos em bens de luxo com recursos oriundos da vantagem indevida auferida por Sérgio Côrtes”, escreveram na denúncia. Como exemplo, citaram gastos em compras, todas em Nova York, de US$ 7,7 mil na loja Tourneau; US$ 5,2 mil na loja da Bulgari; US$ 4,3 mil na loja da Prada; e US$ 3,4 mil na loja Hugo Boss, entre os anos de 2011 e 2015.

Outro gasto apontado pelo MPF foi de hospedagem no Hotel Cipriani, em Veneza, no total de US$ 20 mil. O Cipriani é considerado um dos hotéis mais caros da Itália, com diárias que giram em torno de US$ 900.

Ao final da denúncia, o MPF requereu a condenação dos denunciados e o perdimento dos valores repatriados do casal, além da “condenação a um valor mínimo correspondente ao dobro dos valores lavados e recebidos a título de propina por cada um dos denunciados, para reparação dos danos morais e materiais causados pela infração”.

Posição da defesa
O advogado Gustavo Teixeira, que representa Côrtes e Verônica, se manifestou por nota, dizendo que a denúncia repete fatos anteriores e que o dinheiro existente em conta no exterior já foi devolvido. “A defesa afirma que a denúncia oferecida hoje pelo Ministério Público Federal é uma repetição de fatos já apresentados em outra acusação e que os valores então existentes naquela conta foram espontaneamente devolvidos em agosto de 2017, demonstrando intuito colaborativo e reparador”, disse Teixeira.

Estellita foi denunciado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Iskin foi denunciado também por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A reportagem não conseguiu contato com as defesas de ambos.

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3 comments

Delfim 8 de agosto de 2018, 09:31h - 09:31

Mais um quadrilheiro do Cabral. Agora o povo precisa tomar vergonha na cara e não votar no filhote do Cabral e Cia. O tal de Marco Antônio Cabral. Que deverá retirar o sobrenone Cabral para não ser reconhecido. Não adianta o povão ficar fazendo vídeos querendo um país livre de corruptos se não sabe votar. Afinal quem dá a chave do cofre pra corrupto safado é o povo.

Roberto 7 de agosto de 2018, 22:04h - 22:04

Faltou informar que o Cortês fez parte do governo estadual, na administração de Sergio Cabral, do MDB, nos 2 mandatos desse governador. Como os roubos foram na área da saúde, prejudicou diretamente o povo fluminense e pode-se dizer que indiretamente matou pacientes pela falta que essas verbas desfalcadas fizeram em hospitais e UPAs.

Carlos Magno de Oliveira 7 de agosto de 2018, 21:24h - 21:24

Lugar de ladrão é na cadeia e a gastadeira do dinheiro da saúde do povo deveria estar fazendo companhia ao gatuno.
Pessoas assim contribuíram para falir o sistema de saúde do estado e são responsáveis por diversas mortes.

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