Rio- Investigado no inquérito que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em março, o vereador do Rio de Janeiro Marcello Siciliano (PHS) depôs hoje (14) por mais de cinco horas na Delegacia de Proteção ao meio Ambiente. Ele informou que entregou seu telefone celular à Polícia Civil.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete do vereador na manhã de hoje. Em seguida, Siciliano se apresentou na Cidade da Polícia. “Vim espontaneamente, desbloqueei meu telefone e entreguei”, disse ao deixar o local. Questionado por um repórter se resistiu a entregar o aparelho, ele negou. “Eu mais do que ninguém quero a verdade”. Procurados pela reportagem, o MPRJ e a Polícia Civil ainda não confirmaram a entrega do celular.
Siciliano chegou à Cidade da Polícia por volta de 10h40 e se dirigiu à sala da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), para onde foram levados o material apreendido em sua casa e em seu gabinete. Seu depoimento se encerrou às 16h. Em recente entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, afirmou que Marielle foi assassinada porque interferiu em interesses de milicianos sobre loteamento de terras na periferia da capital fluminense. “Nunca participei de grilagem”, declarou Siciliano.
Mais cedo, o vereador já havia divulgado um áudio criticando a busca e apreensão.
– Continuo indignado com essa exposição toda da minha família. Depois de nove meses, eles não terem nada contra mim, inventarem agora uma operação pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, para tentar me incriminar em alguma coisa, para achar um motivo para eu ter feito essa tamanha covardia – disse.
Em outro trecho do áudio, ele disse não ser criminoso e reiterou não ter qualquer rivalidade com Marielle. “Os votos não batem, a disputa territorial não bate. Não tive voto onde me acusam”.
As buscas em endereços vinculados à Siciliano ocorreu um dia após a Polícia Civil sair às ruas para cumprir uma série de mandados de prisão e de apreensão contra suspeitos de envolvimento na morte de Marielle e Anderson. A operação ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, em Angra dos Reis (RJ), Nova Iguaçu (RJ), Petrópolis (RJ) e Juiz de Fora (MG).
*Por Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil