As novas possibilidades profissionais do plástico

by Paulo Moreira

Alexandre Farhan

Ofertas de empregos na área de plásticos são recorrentes na internet, mas ainda há uma carência de profissionais habilitados para atender adequadamente essa demanda. O número de faculdades de engenharia química, de materiais e de cursos técnicos em química ou plásticos até pode atender o mercado, mas o ‘chão de fábrica’ ainda não conta com trabalhadores qualificados em número suficiente para diversos segmentos e principalmente ‘nichos de mercado’, ou seja, áreas novas ou inexploradas, que estão à espera de serem examinadas para gerar mais dividendos aos empreendedores.

Sabe-se que o Brasil já é o quarto produtor de resíduos plásticos do mundo e recicla 1,2% apenas do material produzido, segundo o Fundo Mundial para Natureza (WWF).

No País, passam por reciclagem apenas 145 milhões de toneladas, portanto, há um enorme mercado a ser explorado e que precisa mão-de-obra bem treinada e capacitada, para que não ocorram mais perdas e o aproveitamento seja otimizado ao máximo, visando a rentabilização do negócio.

Para se ter uma ideia, cerca 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas inadequadamente por aqui. E isso, em muito se deve ao desconhecimento e inabilidade de profissionais do setor, mas talvez aconteça também pela falta de políticas públicas de reciclagem e ainda por decisão equivocada de alguns empresários. No último ano, só nos aterros sanitários foram descartados mais de 2,4 milhões de toneladas de plásticos, que em boa parte delas poderiam ser reprocessadas. Além disso, mais de 1 milhão de toneladas nem sequer foi recolhida em nosso território nesse último ano. Na realidade, o Brasil recicla muito pouco e neste quesito ficamos entre os piores e bem abaixo dos 9%, que é a média do planeta. A contradição é que estamos entre os que menos reciclam e um dos que mais produzem.

Hoje, há diversas iniciativas socioambientais para redução do consumo de plásticos no mundo, mas por outro lado há também infindáveis ações para sua reciclagem. Portanto, essa mindset que pode influir na produção tradicional no futuro poderá ter como opção o reprocessamento industrial do plástico em maior escala, com investimento em tecnologia, insumos e naturalmente mão-de-obra bem treinada ou qualificada. Inclusive é preciso pensar também na própria qualificação profissional dos catadores ou coletores de resíduos sólidos para que eles otimizem cada vez mais seu trabalho, e tenham melhor segurança individual e ganhos.

O Brasil vem sofrendo uma estagnação econômica há alguns anos. A última notícia que se tem de aumento de contratações no setor de plásticos em São Paulo foi em 2013. Aparentemente, o aumento dos trabalhadores com carteira assinada na indústria de transformação do plástico se deu por causa da desoneração da folha de pagamentos realizada pelo governo federal da época. Ou seja, ocorreu uma queda e arrecadação tributária no segmento e dos 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos, a alíquota passou a ser paga entre 1% e 2% sobre o faturamento anual.  Mas por outro lado, lideranças do setor reclamavam na época que o grande problema na produção era que ficava caro transformar plástico no Brasil. Além disso, ouvia-se a reclamação de que havia perdas com as importações de países da América do Sul e asiáticos.

É nosso pensamento que as instituições de treinamento e formação profissional podem ajudar muito nas novas possibilidades industriais, inclusive tanto na parte técnica, de produção, logística, como na esfera filosófica da operação. É preciso, portanto, incutir entre empresários, funcionários e análogos uma mentalidade mais afinada com as novas eras que devemos viver mais à frente, buscando novas alternativas de ganhos com sustentabilidade no plástico.

 

Alexandre Farhan é diretor da Escola LF de cursos profissionalizantes em plásticos.

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