Rio de Janeiro – Levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta que a diabetes isolada é a terceira comorbidade mais comum entre os pacientes internados com Covid-19 no Estado do Rio de Janeiro. De março de 2020 a outubro de 2021, foram 11.308 internações de pacientes com esse quadro. A análise mostrou ainda que a diabetes é a terceira doença mais comum entre os pacientes com comorbidades que evoluíram a óbito. Foram 4.534 mortes no período avaliado. Em primeiro lugar, tanto de internados como de óbitos, ficaram as doenças cardiovasculares, seguidas da combinação de doenças cardiovasculares e a própria diabetes.
A associação da diabetes a outras comorbidades entre os pacientes internados por Covid-19 e nos que foram a óbito também preocupa. Entre os 20 primeiros quadros clínicos pré-existentes descritos nos prontuários, a diabetes aparece em oito deles, com um total de 34.134 internações. Entre os óbitos, o excesso de açúcar no sangue surge em nove dos 20 primeiros quadros mais comuns de doenças associadas, somando um total de 15.070 óbitos.
– Esse estudo é importante para conhecermos as principais doenças associadas à Covid-19 em nosso estado. Isso nos permite criar estratégias públicas de saúde e de prevenção. Dessa forma, podemos continuar avançando no combate ao coronavírus e na consolidação da queda nos indicadores assistenciais – esclareceu o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.
Segundo Rosane Kupfer, chefe dos Serviços de Diabetes do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE) e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes – Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ), cerca de 10% da população do estado têm diabetes e grande parte está com índices de glicemia alta.
— Nós sabemos que muitas pessoas deixaram de buscar tratamento médico por medo da exposição ao coronavírus, mas é muito importante que os pacientes diabéticos continuem os seus tratamentos mesmo durante a pandemia. Em especial aqueles que estão com a glicemia descontrolada, uma vez que são esses que tendem a ter casos mais graves de Covid-19 – afirmou ela.
Maria Lucia da Silva, de 58 anos, é uma destas pessoas que convivem com a diabetes. A paciente é atendida no IEDE desde 2020 e, em 15 de maio deste ano, foi internada por conta da Covid-19. Segundo Maria, foram 32 dias no Hospital Municipal Pedro II, duas intubações e uma parada cardíaca. Ela conta que mantinha a glicemia controlada com a ajuda da equipe do IEDE, o que pode ter ajudado a salvar sua vida.
— É muito ruim ficar internada e intubada. Sentia uma ansiedade enorme e eu só queria ir para casa. A glicemia aumentava muito e chegou a 400. A pressão também ficou alta. As enfermeiras me diziam que eu só poderia sair quando normalizasse. Só relaxei quando, graças a Deus, ela normalizou e fui liberada — relata Maria.
Hoje, Maria já está melhor e em casa, mas é importante que todos os que convivem com a diabetes sigam o exemplo dela e mantenham os cuidados.
Aqueles que têm diabetes e desejam se preservar durante a pandemia devem manter o uso de máscara e a higienização constante das mãos. Além disso, Rosane Kupfer reforça a importância de cumprir as orientações médicas para manter a taxa glicêmica controlada e criar bons hábitos:
— Para o paciente que tem diabetes, é muito importante estabelecer uma rotina. Para manter a glicemia compensada, é preciso tomar a medicação corretamente, fazer o teste de glicose, adotar uma alimentação adequada, além de fazer atividade física quando for possível — aconselha.
Atlas Diabetes 2021: IDF aponta que a doença está fora de controle
A IDF International Diabetes Federation acaba de anunciar alguns dados da 10º edição do IDF Diabetes Atlas, levantamento que é feito a cada dois anos pela entidade. Segundo a pesquisa deste ano, 6,7 milhões de pessoas já morreram em decorrência da doença em 2021 em todo o mundo. O estudo também mostra um aumento contínuo da prevalência da diabetes no mundo, atingindo a marca de 537 milhões de indivíduos com a doença. Além disso, os especialistas da IDF elevaram a projeção de que este número pode chegar à marca de 643 milhões, em 2030, e 784 milhões, em 2045.
O levantamento do IDF também apontou que 81% dos adultos com diabetes vivem em países em desenvolvimento. De acordo com Rosane, o aumento da doença está permeado a um estilo de vida não saudável.
— Cada vez mais pessoas estão ficando diabéticas por conta do sedentarismo e da ingestão de comidas industrializadas. Existe uma armadilha no mundo hoje sobre o estilo de vida em que os alimentos de maior acesso são de baixa qualidade. Em geral, os produtos mais baratos são ricos em carboidratos, mais acessíveis do que as proteínas e os vegetais, comprometendo uma dieta mais balanceada — explicou.
4 comments
Prefeitura tá querendo enganar quem?
Pessoas com comorbidades na faixa de 40 a 49 tomaram 1 dose em maio, eu fui no 2 dia.
A segunda dose desse público com comorbidades na faixa de 40 a 49 foi em agosto.
Como exigem 2 doses em maio?????
Tão de sacanagem!
Parece que nossa prefeitura não esquenta com isso ….
Diz que está vacinando pessoas com comorbidades, no caso diabetes também de 40 a 49 anos vacinados até maio com as 2 doses, só que esse público, recebeu a 2 dose em agosto.
Pessoal na faixa de 40 anos com comorbidades vacinaram em maio a 1 dose , a segunda dose veio em agosto.
Aí a prefeitura posta que tá vacinando pessoas com comorbidades de 40 a 50 anos vacinados com 2 dose em maio…
Ou seja ninguém.
E eu tenho diabetes e não ganho 3 dose,.
E eu estou tentando vacinar a 3 dose por comorbidades , no caso diabete, na faixa de 40 a 49 anos e o facebook dizendo que tem que ter 2 dose em maio.
1 dose foi em maio , 2 dose foi final de agosto.
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