Dos 70 deputados eleitos do Rio, seis estão presos e devem adiar posse

by Diário do Vale

Seis deputados estaduais eleitos estão presos e não tomam posse nesta sexta-feira. (crédito AB)

Rio de Janeiro – Os deputados estaduais do Rio de Janeiro eleitos em outubro tomam posse hoje (1º), em cerimônia às 15h, na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). Dos 70, seis estão presos, portanto, impossibilitados de comparecer à cerimônia. Pelo Regimento Interno, eles têm 60 dias para tomar posse: “Salvo motivo de força maior ou enfermidade devidamente comprovada, a posse se dará no prazo de trinta dias, prorrogado por igual período a requerimento do interessado”.

Cinco dos presos já eram deputados e foram reeleitos: André Corrêa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Luiz Martins (PDT), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinicius Neskau (PTB). Eles foram presos em novembro na Operação Furna da Onça, acusados de integrarem esquema de corrupção.

Anderson Alexandre (SD) é acusado de integrar esquema de arrecadação de vantagens ilícitas na prefeitura de Silva Jardim, na região serrana do Rio. Ele foi eleito prefeito da cidade em 2016 e se licenciou do cargo para concorrer à Alerj em 2018. No dia 28 de outubro, foi acusado de compra de votos nas eleições de 2016 e no dia 30 de novembro foi preso em operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado.

Suplentes

O presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), informou que seguirá o Regimento Interno e que não cabe à direção da Casa tomar qualquer decisão. “Até o início de abril, existe a possibilidade de os deputados afastados tomarem posse. Nós temos informações de que os suplentes estão se movimentando e que também os deputados afastados estão com ações para que possam tomar posse, mas isso está com a Justiça, não é afeto à Mesa Diretora”.

Em decisão divulgada ontem (31), o juiz federal Gustavo Arruda negou os pedidos de saída temporária da prisão preventiva para Luiz Martins, Marcos Abrahão e Chiquinho da Mangueira, este em prisão domiciliar, para a posse na Alerj.

“A vinculação dos imputados atos de corrupção com a função de Deputado Estadual é incontornável pela sua só descrição, tanto assim que vários dos mandados de busca e apreensão se fizeram cumprir no prédio da própria Alerj, local onde os requerentes pretendem agora comparecer”, destacou o magistrado.

Porém, o juiz abriu a possibilidade de o compromisso de posse ser tomado em unidade prisional ou no domicílio do deputado preso, decisão administrativa a ser tomada pelo presidente da Alerj. Ele ressaltou que as ações descritas são incompatíveis com o mandato parlamentar e que tal posse aumentaria a chance de reincidência nos crimes imputados, bem como esvaziaria a função da prisão preventiva.

Caso não possam assumir os mandatos, os suplentes, segundo a lista de eleitos do Tribunal Superior Eleitoral, serão: Carlo Caiado (DEM), Sérgio Fernandes (PDT), Capitão Nelson (Avante), Sergio Loubak (PSC), Paula Tringuelê (SD) e Bagueira (SD) –  já que o primeiro da lista de suplentes do Solidariedade é o atual deputado estadual Coronel Jairo, que também foi preso na Operação Furna da Onça.

Renovação

Metade da Alerj foi renovada na última eleição. Apesar de 64% dos atuais deputados terem concorrido à reeleição, apenas 35 dos 45 candidatos obtiveram sucesso nas urnas. Porém, dos 35 novatos na casa, pelo menos cinco já exerciam mandatos eletivos. Além de Anderson Alexandre, que foi prefeito de Silva Jardim, Val Ceasa (Patri) é vereador do Rio de Janeiro, Filippe Poubel (PSL) de Maricá e Valdecy da Saúde (PHS) e Giovani Ratinho (PTC) são vereadores de São João de Meriti.

Aumentou de 24 para 28 o número de partidos, considerando os três suplentes que exerciam mandatos após assumirem a vaga deixada por Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani. Os três são do MDB e foram presos na Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, acusados de corrupção passiva, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo empresas de transporte coletivo e da construção civil. Os três suplentes concorreram, mas apenas Leo Vieira (PRTB) se elegeu.

A bancada que mais cresceu foi a do PSL, do presidente Jair Bolsonaro, que passou de dois deputados para 12 – a maior bancada da Alerj. Quem mais perdeu foi o PDT, que caiu de sete para três deputados; o PP, de seis para dois; e o MDB, de oito para cinco parlamentares.

Dos deputados estaduais que concorreram a outros cargos, Flávio Bolsonaro (PSL) foi eleito senador. Quatro dos 12 que tentaram uma vaga na Câmara Federal obtiveram êxito: Chistino Áureo (PP), Marcelo Freixo (PSOL), Paulo Ramos (PDT) e Wagner Montes (PRB), falecido na semana passada.

A representatividade feminina e de negros na Alerj aumentou nesta legislatura. Atualmente, são oito mulheres entre os 70 parlamentares, sendo duas negras e seis brancas. A partir de hoje, serão 11 deputadas, com seis negras e cinco brancas. A representatividade negra vai subir de 12 para 22 parlamentares, sendo quatro pretos e 18 pardos.

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10 comments

Só acho 1 de fevereiro de 2019, 15:05h - 15:05

Se o povo do Rio de Janeiro ajudou eleger para presidente um deputado que nunca fez nada pelo estado não podemos esperar grandes coisas de um estado desse isso explica a falência desse estado

Geraldim 1 de fevereiro de 2019, 17:10h - 17:10

Enviei uma ideia legislativa ao Senador Romário para que os alunos de Ensino Médio tenham acesso ao básico da Constituição Federal. Se o senhor tivesse aprendido, certamente não iria escrever dessa forma. Basicamente, o deputado cria o projeto de lei, que tem que ser aprovado pela maioria dos deputados, depois pelo Senado, basicamente isso. Se os projetos de lei forem de encontro aos ideais dos corruptos, que sabemos que são a maioria, não serão de forma alguma aprovados. Por isso a escassez ou quase nada de lei aprovada pelo presidente em exercício. Ter projetos de lei aprovados, pagando mensalinhos ou de outra forma agradando o bolso da maioria, é fácil. Lá só se votavam, só se aprovavam leis, a bem de uma “prata”, ou de interesse em alguma coisa que geraria uma “prata” lá na frente. Acorda pra realidade e deixe essa ideologia de esquerda de lado. Não estão nem aí pra você.

Gonçalves 1 de fevereiro de 2019, 13:31h - 13:31

Nossas leis também não nos ajudam. Permitem desvios e o povo gosta de um desvio.
Quando o indivíduo se candidata e logo em seguida é preso, sua candidatura deveria ser impugnada imediatamente. O povo é limitado sim, mas, como que um grupo que se diz representante do povo, permite a continuidade de uma candidatura após o entendimento de que o dito candidato tem problemas com a lei?
Simplesmente absurdo, o fato de um ou mais indivíduo(s) encarcerado(s)ser candidato, ser eleito e ainda haver a possibilidade de posse de mandato.

João e o pé de feijão 1 de fevereiro de 2019, 13:28h - 13:28

Se o Corrupto da mangueira pode sair de casa na prisão domiciliar para tomar posse na Alerj, o juiz deveria perceber que esse malandro está apto a sair de casa e cumprir sua pena na cadeia. SAFADO!

Marcus 1 de fevereiro de 2019, 11:06h - 11:06

O problema do voto proporcional. A única saída é o voto distrital.

VAI VENDO 1 de fevereiro de 2019, 10:43h - 10:43

Quem votou nos partidos DEM, PSC, PDT, AVANTE, PTB ajudou a reeleger presidiários. Legal! Seus eleitos agora irão tomar posse na cadeia.

Por favor, não jogue a culpa no povo, como dizem sempre. Somente os eleitores desses partidos é que colocaram bandidos na ALERJ.

Em 2020 não podemos continuar errando, e teremos oportunidade para acabar com esses partidos.

Geraldim 1 de fevereiro de 2019, 08:16h - 08:16

Ainda votamos muito mal. E olha que pra um político ser preso, tem que fazer muita besteira.

VAI VENDO 1 de fevereiro de 2019, 11:20h - 11:20

Quem votou nesses partidos é que votou mal. O povo não tem nada com isso.

A primeira regra, e talvez a única, para se corrigir, é assumir que errou e se redimir. Sem isso continuará votando em bandidos e presidiários. Lembrando que Lula é presidiário e muitos iriam votar nele se aparecesse nas urnas.

Norma 1 de fevereiro de 2019, 08:11h - 08:11

Que vergonha, tudo cara de pau!!

Leitor do Vale 1 de fevereiro de 2019, 07:47h - 07:47

Sou daqui e posso dizer que o Estado do Rio de janeiro tornou-se a tempo a vergonha nacional, o calcanhar de Aquiles. O que foi vendido como malandragem carioca era um embuste.

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