Sul Fluminense – Entre trocas de fralda, mamadas e noites mal dormidas, muitas mulheres estão descobrindo na maternidade um impulso poderoso para empreender. O que antes poderia ser visto como um ponto de pausa na vida profissional, agora se transforma em ponto de partida para novos projetos, ideias e negócios criativos.
Transformar a maternidade em oportunidade é uma realidade cada vez mais comum no Brasil. Segundo dados do Sebrae, uma parcela significativa dos negócios iniciados por mulheres tem relação direta com a vivência da maternidade, seja para buscar mais flexibilidade, gerar renda ou colocar em prática soluções pensadas a partir das suas próprias necessidades como mães.
Esse movimento revela o surgimento de um novo perfil de empreendedora: aquela que, além de gerir a rotina da casa e dos filhos, também administra um negócio, se reinventa profissionalmente e assume o comando da própria vida financeira. Em vez de retornar ao mercado de trabalho nos moldes tradicionais, muitas optam por criar o próprio caminho, com horários mais flexíveis, propósito mais alinhado com seus valores e liberdade para conciliar as múltiplas demandas do dia a dia.
A maternidade, com todos os seus desafios, acaba funcionando como uma espécie de “MBA da vida”. Ao lidar com sobrecarga, falta de apoio e mudanças profundas no estilo de vida, essas mulheres desenvolvem habilidades como resiliência, organização, empatia e capacidade de adaptação, competências que também são essenciais no universo empreendedor.
Negócios criados por mães tendem a nascer de dores reais, observações práticas e desejos de mudança. Produtos e serviços voltados para o universo materno, soluções de bem-estar, plataformas de apoio, itens personalizados e iniciativas voltadas à primeira infância são apenas alguns exemplos do que essas empreendedoras têm colocado no mundo com sensibilidade e visão.
O digital também tem sido um forte aliado. Plataformas como redes sociais, marketplaces e aplicativos de pagamento permitem que essas mães consigam empreender de forma acessível, mesmo sem grandes investimentos iniciais. Muitos negócios começam de casa, com estrutura enxuta, atendimento online e divulgação orgânica, o famoso “com o bebê no colo e o celular na mão”.
Além do retorno financeiro, o empreendedorismo materno também tem um forte componente emocional. Muitas mulheres relatam que empreender foi, acima de tudo, uma forma de reencontrar sua identidade, se reconectar com seus sonhos e provar para si mesmas que é possível conciliar maternidade e realização pessoal.
Mais do que tendência, o empreendedorismo materno é um movimento que carrega potência, criatividade e impacto. Ele mostra que ser mãe e ser empreendedora não são papéis opostos, pelo contrário, eles se complementam e se fortalecem. E, nesse processo, as mães deixam de ser apenas cuidadoras para se tornarem líderes, gestoras e protagonistas da própria história.