Não temo a morte
Essa encontro todos os dias
E a cumprimento no café pela manhã,
Almoço e jantar
Covardemente, hoje fujo da vida
Tenho me escondido desviando nas esquinas e correndo rápido pra não me reencontrar
Talvez triste seja admitir que as escolhas que me trouxeram até aqui
Foram consciências de certezas de vantagens que levaria e ao fim não consegui
Amigos os tenho
Porque esses fizeram uma escolha por mim, serem meus amigos até o fim…
Perdão então a tudo que traí
Perdoam-me os que não dei bom dia
Aos que fui rude
Perdão pelo tanto que pequei
Perdão pelas promessas não cumpridas
Peço desculpas pelo jeito que falei
Perdão pela cabeça que abaixei
Pelo olhar de herói que não honrei
Perdoam-me pelo blefe que fui e que dei
Metade do que existi é o que construí pra ter
A outra, que foi um susto, deixou claro…
Nada é meu de vez ou por prazer
Metade é a vida que levamos
A outra é a morte que adiantamos
Entre um início e fim, com certeza
Fica a clareza…
Errei, mas foi combatendo em vida
Que por outras vidas também tentei
Por V.F.
5 comments
Valdeci, me encanta a forma que você escreve, o poema tem o poder de nós fazer pensar, sonhar, chorar e até mesmo amar. Parabéns, sempre!
Eu temo a morte, não por mim, mas pelos meus.
Quem tem filhos pequenos tem medo de morrer por eles…
Hoje não vejo ninguém que poderia amparalos.
Parabéns ,
Você merece muito lindo…
Que talento!
Estou lendo e relendo.
Um poema melancólico e cheio de paixão. Vida: crua e bela.
Excelente!
Lindo! Valdeci como sempre mostrando seu talento. O nosso poeta!
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