Suspeito de matar adolescente é preso, em Volta Redonda

by Diário do Vale
adolescente morto

Perda: Gustavo Carramanhos da Silva tinha 15 anos
(Foto: Reprodução Facebook)

Barra Mansa – Gustavo Carramanhos da Silva, de 15 anos, morreu na noite de sexta-feira, depois de ter sido atingido por uma bala perdida, na região da nuca, durante a realização da 31ª edição da Festa de Confraternização da Associação de Moradores dos bairros São Luiz I e Boa Sorte (Fecon). Segundo testemunhas, o disparo teria sido efetuado por um segurança particular da festa. Gustavo chegou a ser socorrido por uma equipe médica chamada por populares, mas acabou morrendo no local.

A festa acontecia na Rua Joathan Lopes Viga, no bairro Boa Sorte, e de acordo com o boletim de ocorrência registrado na delegacia (90ª DP), testemunhas disseram que o adolescente teria ido observar uma confusão que estava acontecendo no evento quando foi atingido. Após a morte do adolescente, a polícia seguiu na busca pelo suposto autor do disparo.

Dezesseis horas depois, José Hamilton Silveira, de 51 anos, foi preso na casa de sua irmã, no bairro Siderlândia, em Volta Redonda. Policiais receberam a informação de que o suspeito estaria neste endereço.

Segundo o delegado adjunto da 93ª DP (Volta Redonda), Márcio Figueroa, que estava de plantão no final de semana na região, José Silveira foi autuado por homicídio qualificado, não dando chance de defesa à vítima e por porte ilegal de arma. Em seu depoimento à polícia, o suspeito teria falado que houve uma confusão na festa e ele foi em direção ao grupo para apartar a briga. Segundo ele, as pessoas que estavam na confusão o cercaram, neste momento sua arma, que estava na cintura, começou a cair, ele começou a andar para trás, levou a mão na arma e alguém teria colocado a mão por cima, cada um ficou empurrando para um lado até que aconteceu o disparo que, segundo José, foi acidental.

Após ser novamente confrontado pela polícia, o suspeito mudou sua versão e revelou que foi verificar uma confusão há cerca de 50 metros do local onde estava e quando se aproximou, populares apontaram dois garotos que estariam arrumando problemas no evento. José então teria se aproximado e perguntado aos meninos porque estavam arrumando confusão. Os adolescentes se assustaram e saíram correndo. De acordo com o suspeito, sem pensar, ele correu atrás dos dois por 20 minutos. Ao perceber que os adolescentes estavam se distanciando, ele sacou o revólver e efetuou um disparo para o alto. De acordo com o suspeito, ele não tinha a intenção de atingir os garotos, mas percebeu que um deles caiu no chão. Assustado e com medo de linchamento, o suspeito jogou sua arma nas proximidades da Rodovia Presidente Dutra e fugiu.

Segundo Márcio Figueroa, o suspeito disse ainda que quem o contratou para fazer a segurança da festa foi a Presidente da Associação de Moradores do Boa Sorte, entretanto, ela não sabia que ele estaria armado. Ele iria receber R$ 400 pelos quatro dias de evento. O suspeito disse ainda que sempre fazia este tipo de serviço na festa há mais de 10 anos.

De acordo com Figueroa, José Silveira confessou que o revólver calibre 38 era dele e que teria comprado há um mês de um usuário de crack e pagado R$1.500. A polícia efetuou buscas nos arredores da Via Dutra, mas a arma não foi encontrada.

A Polícia Civil aguarda o depoimento do amigo de Gustavo, que ainda não compareceu a delegacia, pois está muito abalado com a situação. A polícia pretende ouvir também o outro segurança da festa e aguarda os laudos da perícia do local e cadavérico. O caso seguirá na 90ª DP (Barra Mansa).

O corpo de Gustavo foi enterrado na tarde de sábado, no Cemitério Municipal de Barra Mansa. O adolescente morava na Rua Geraldo Honório Rezende, no bairro São Luiz, e cursava o 2º ano do Ensino Médio, no Colégio Estadual Barão de Aiuruoca, em Barra Mansa.

Versão da família

O pai de Gustavo, Estivison Eurico da Silva, confirmou que o filho estava na festa com um grupo de amigos, e disse que o segurança do evento abordou os garotos após ouvir que eles queriam arrumar confusão.

– Existe uma rixa entre os bairros. Durante a festa este segurança ouviu de alguém, que os meninos do São Luiz estavam querendo arrumar confusão. O segurança se aproximou armado do grupo em que o meu filho estava. Os meninos ficaram assustados e correram – disse.

Ainda de acordo com Estivison, o segurança teria atirado pelas costas do adolescente.

– Os meninos deram as costas para o segurança, que acabou acertando um tiro na cabeça do meu filho. Gustavo ainda segurou no braço do amigo, mas quando o resgate chegou, ele já estava morto – lamentou, emocionado no velório do filho.

O pai disse que agora procura por justiça e não quer que o crime seja esquecido.

– Quero que o autor do crime seja preso, espero um dia que ele se converta e se arrependa da barbaridade que cometeu, tirando a vida de uma pessoa – falou.

Tristeza no Dia dos Pais

Estivison contou que Gustavo era muito brincalhão e que costumava frequentar a igreja.

– Ele era brincalhão, carinhoso, cheio de amigos, frequentava a igreja, pois nossa família é evangélica. Digo com toda certeza, tinha um filho que todo pai sonha em ter – disse com lágrima nos olhos.

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13 comments

Boa sorte 18 de agosto de 2015, 22:33h - 22:33

Não podemos esquecer que quem contrata um segurança que não é segurança, é responsável pelo que ele faz, e todos do bairro sabe quem são esses tais seguranças que ficam armados desde sempre, agora não vem dizer que quem contratou não sabia de armas. Justiça é justiça vamos punir os responsáveis

a experiente 10 de agosto de 2015, 19:39h - 19:39

Olha 100% honesto. eu sei que um projétil cai sim após ser disparado
para o alto. Porém ele não faz curva. O garoto foi alvejado na nuca, e para tal
acerto teria que mirar na na costa pq como se sabe o 38 da um tranco na hora do disparo.
é impossível um disparo para o alto atingir a nuca de uma pessoa.

Gustavo 10 de agosto de 2015, 14:25h - 14:25

A arma na mão do cidadão comum, quase sempre termina em tragédia. Quem pode garantir que uma pessoa usará a sua arma de forma correta?

Quase nunca vejo notícias falando de assaltos ou outros crimes que foram impedidos por um cidadão comum armado. O que geralmente o acontece são tragédias como essa de BM, ou crimes passionais, ou mortes em discussão de trânsito. Essa história do pai de família que pega uma arma e sai matando bandidos, só existe no cinema! Aqui é o mundo real!

Romildo-tricolor 10 de agosto de 2015, 13:41h - 13:41

Já passou da hora de colocar um fim nesse tipo de festa de rua ………. Não vai fazer falta nenhuma . Extinção já ………………

RESPOSTA 1 11 de agosto de 2015, 07:24h - 07:24

CONCORDO, SEM SEGURANÇA, SEM POLICIAMENTO, BANDIDAGEM EM PESO… EXTINÇÃO

Meus sentimentos ao pais 10 de agosto de 2015, 13:02h - 13:02

Um homem dessa idade sem um pingo de experiência para conter uma confusão e ainda diz que trabalha nesta mesma festa a mais de 10 anos. Os garotos correram segundo ele então porque não deixou pra lá. Eles não estavam fazendo nada. Não estavam armados pelo q

revoltada 10 de agosto de 2015, 12:06h - 12:06

Muito revoltada pelo acontecido ,seguranca sem nocao nenhuma sem preparo mas cade o conselho tutelar q nao ve que todas festas de rua o que tem mais e crianca nas ruas srm presenca dos responsaveis q te dever de proteger tmb .essa festa todos sabemos que e so morte ,droga e bebedeira .crianca nao e pra ir em festa de rua q acontece so barbaridade .

revoltado 10 de agosto de 2015, 10:57h - 10:57

Para fazer segurança ele tem que ter ata, ou seja curso de segurança autorização para usar arma que não tem pelo fato da arma ser clandestina e para esse local também nem se tivesse não poderia estar armado por isso tem que investigar tem muitos policiais passando bico para esses tipo de pessoas também não sito esse caso mais acontecem isso direto aí na região.

João 10 de agosto de 2015, 08:27h - 08:27

Atirou para o alto e acertou o garoto??? que arma é essa? que bala é essa? Faz uma curva em tanto hein?

100% honesto 10 de agosto de 2015, 18:59h - 18:59

João, então o projétil desaparece no espaço?
Uma hora ele vai cair e pode ferir gravemente uma pessoa ou até matar, dependendo do ângulo de descida.
Um projétil de 38 sai da arma a 1042km/p, se reduzir a velocidade a 350km/p na queda ainda pode matar.

Renatinha 10 de agosto de 2015, 07:50h - 07:50

Ué zé hamilton, cade a sua valentia? Fugiu com medo? kkkkk Esse cara já ta fazendo hora extra aqui na terra. Todo mundo do bairro ta cansado de saber que ele é usuário e ainda é contratado pra ser segurança? Pode sair hoje ou amanhã. Mas a justiça de Deus é maior que a dos homens. Essa festa tinha que ter sido cancelada. VERGONHA!!!

lu almeida 10 de agosto de 2015, 07:47h - 07:47

É muito triste, não conhecia o menino mais desde que soube de sua morte estou com o coração partido, esse monstro que atirou nele não deve ter filho, nem coração, se os meninos correram pra que atirou, sabe que existe essa rixa entre os bairros, acaba com essa festa ridícula que só serve pra fazer barulho e confusão na rua. Que Deus conforte o coração dessa família.

Adriana 10 de agosto de 2015, 07:17h - 07:17

Absurdo. Absurdo. Absurdo. Pessoas despreparadas se dizem seguranças e estão atirando para matar. Cadê os direitos humanos para as vítimas? Se comprovada a culpa, esse sujeito deveria ficar 30 anos preso. A violência está endêmica no país. Deus nos proteja.

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