Advogado fala sobre caso de candidata a vereadora detida em Resende

Por Diário do Vale

Resende – O DIÁRIO DO VALE entrou em contato com o advogado da candidata a vereadora em Resende, detida na semana passada por policiais civis da 89ª DP, enquanto registrava queixa de uma suposta violência doméstica, contra o marido, e recebeu uma nota com a versão de sua cliente, de 44 anos, sobre o caso; solta em uma audiência de custódia um dia após o ocorrido. Ela chegou a ficar detida, segundo a polícia, por ter criado tumulto durante o registro de ocorrência.

De acordo com o advogado, ao chegar à delegacia, a candidata estava por conta das agressões que teria sofrido perto das filhas. Disse ainda que ela afirmou ao inspetor que “violência doméstica não é apenas quando a vítima chega quase morrendo na Delegacia”.

O inspetor, segundo informou o advogado, teria classificado o caso como  “feministas de esquerda” e a discussão então ficou acalorada.

– Em um primeiro momento, minha cliente teve um atendimento regular por parte da 89ª Delegacia de Polícia de Resende. Toda a situação saiu do controle quando um inspetor decidiu se intrometer no atendimento, sugerindo que não era caso de violência doméstica porque a vítima não havia sido agredida fisicamente, portanto, caracterizaria apenas crime de dano (art. 163, CP) e o agressor não deveria ser preso. Aliás, o referido inspetor fez questão de manifestar publicamente a sua opinião em um comentário feito em um grupo aberto no Facebook – disse o advogado, por meio de nota.

Repercussão

O caso acabou ganhando as redes sociais no final de semana. Por conta disso, policiais manifestaram nesse final de semana em frente à 89ª DP.

Confira a íntegra da nota do advogado: 

”Em um primeiro momento, minha cliente teve um atendimento regular por parte da 89ª Delegacia de Polícia de Resende. Toda a situação saiu do controle quando um inspetor decidiu se intrometer no atendimento, sugerindo que não era caso de violência doméstica porque a vítima não havia sido agredida fisicamente, portanto, caracterizaria apenas crime de dano (art. 163, CP) e o agressor não deveria ser preso. Aliás, o referido inspetor fez questão de manifestar publicamente a sua opinião em um comentário feito em um grupo aberto no Facebook.

Nesse momento, ela, que estava extremamente abalada depois das agressões sofridas na frente das suas duas filhas, manifestou sua indignação e criticou a fala do inspetor esclarecendo que violência doméstica não é apenas quando a vítima chega quase morrendo na Delegacia. Inconformado, em dado momento, o inspetor sugeriu que isso era coisa dessas “feministas de esquerda” e a discussão ficou ainda mais acalorada.

Respeitamos, e não diminuímos, a importância do serviço prestado pela 89ª DP para a comunidade resendense, mas entendemos que houve desproporção na conduta dos agentes policiais, inclusive, em relação ao crime atribuído à minha cliente, enquadrada no crime de interrupção de serviço público (art. 265, CP).

Discordamos desse enquadramento penal, mas é válida a seguinte observação: se uma única pessoa é o suficiente para interromper todos os serviços da delegacia a ponto de lesar um bem jurídico e justificar a sua prisão, por si só, essa situação já dá indícios da deficiência dos serviços prestados e de que algo precisa ser urgentemente revisto e melhorado.

Um dos nossos questionamentos está no fato dos agentes não aceitarem críticas e não reconhecerem que excessos foram cometidos. Ou seja, a única preocupação manifestada pela 89ª DP até o momento é, mais uma vez, com a imagem da unidade policial e não com o fato de uma mulher trabalhadora ter passado a noite em uma carceragem minúscula, desumana até para quem pratica crimes como atividade habitual, quem dirá para uma mãe de família emocionalmente abalada após ser agredida pelo marido.

O caso chama a atenção para a necessidade de uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Resende, bem como para a necessidade de cursos e de palestras a fim de capacitar os policiais a lidarem com situações como essa, para que outras mulheres não se sintam desestimuladas a realizarem outras denúncias”.

 

 

 

 

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10 Comentários

Cidadã 29 de outubro de 2020, 08:24h - 08:24

Muito estranho essa candidata expor todo esse tumulto na mídia. Tá querendo aparecer e se promover. Campanha política indevida. TSE olha isso…

Cidadã também 29 de outubro de 2020, 12:25h - 12:25

Vc é policial em Resende? Kkķkk ou esposa? Hahaha

Justa 28 de outubro de 2020, 08:22h - 08:22

Não adianta palestra e curso , isso vem do caráter profissional de cada um. E se eles não tem , que tenha fiscalização do serviço prestado. Já começa o erro pelo o dono da casa, dificilmente vc encontrará o delegado na delegacia, já começa por aí. Outra coisa, se a polícia civil atende com uma tremenda mal vontade até a PM , imagina o cidadão! Já presenciei por várias vezes uma falta de respeito até mesmo com os PMs que chegam com ocorrência na DP. Uma arrogância absurda, parece até que estão ali fazendo um favor. Chega ser ridículo as falas para,tentar descaracterizar a ocorrência para não ter que realizar o registro. Que é a única função deles! Então acho que o jeito é fiscalizar o serviço prestado por eles e a população ou até mesmo os policiais militares e guarda municipais denunciarem para os órgãos competentes.

Effeh Benjamin Klain 27 de outubro de 2020, 16:27h - 16:27

Alfersil, não sei analfabeto, a questão é acabar com esse coitadismo esquerdista parasita de gente que quer viver do aparelho do Estado, as custas de quem produz, de quem faz as coisas de forma correta, quer ter direito tem que ter obrigações, se homens e mulheres são iguais em direitos, devem ser iguais em obrigações, o fato relevante aqui é um, o coitadismo e o vitimismo, já foi dito, ela teve seus direitos violados e será assistida por isso, mas violou os direitos dos agentes do Estado, vai ter que responder por isso, do resto, vai estudar, produzir algo na vida, vai para Cuba, Venezuela, Síria, Irã, China ou qualquer lugar assim que você possa se dar bem… bem ao seu estilo analfabeto de ser. CorruPTos.

luciano ribeiro 27 de outubro de 2020, 14:58h - 14:58

Bando de polícias covardes.

Se acham porque estão usando fardas!!!

Vergonha 27 de outubro de 2020, 14:55h - 14:55

Não falei?..Bolsonaristas. São reconhecidos de longe. Deveriam todos os envolvidos serem transferidos. E uma vergonha colocar homens para atender nesses casos de violência contra mulher. Será q é de propósito e com isso impedirem muitas mulheres de denunciarem o agressor?

Asclepíades Monsores 27 de outubro de 2020, 13:07h - 13:07

Esses meganhas da civil não são só despreparados profissionalmente; são indivíduos estúpidos e grosseiros no contato com o público. Isso precisa ser punido com demissão sumária, para que tomem ciência do seu dever que é o de servir ao público.

Effeh Benjamin Klain 27 de outubro de 2020, 13:05h - 13:05

Então Sr. Advogado, sua cliente não cometeu excesso? Ela tem o direito de se comportar da forma que se comportou na DP de Resende? É claro que o Sr. como advogado vai defender e se preciso for, vai mentir a favor dela para que ela seja canonizada, é assim que funciona, advogados são para isso, mas a verdade tem que ser dita e tem que prevalecer, o direito dela quanto mulher agredida tem que ser respeitado e o agressor punido no rigor da lei, mas as agressões verbais e insultos a autoridade policial constituída também devem ser punidas, ela tem o direito ao contraditório, pode alegar tudo que quiser e o que o Senhor achar ou inventar (é assim que funciona) e um juiz vai decidir sobre o assunto, mas que sirva de exemplo para que outras pessoas sejam mulher ou homem não entrem em uma delegacia achando que podem insultar um servidor público no exercício de suas funções. Quanto ao Sr. discordar do enquadramento do delegado também é um direito que lhe assiste, é assim que funciona, advogados são para isso, discordar dos enquadramentos de que a lei enquadram seus clientes, eu por exemplo discordo que os honorários dos advogados não sejam declarados das fontes, como por exemplo, um advogado de um narcotraficante que advoga junto ao STF e recebe milhões e não tem que justificar de onde esse dinheiro vem. Muitos discordam do delegado, muitos apoiam, muitos discordam de um advogado ser chamado de doutor, eu sou um, doutor é título de quem faz doutorado, advogado não é doutor, essa historinha que cada causa é uma tese é furada e absurda, o Sr. pode até ser um doutor por ter doutorado, mas se for advogado… é só advogado.

Alfersil 27 de outubro de 2020, 15:05h - 15:05

Porquê tanta revolta, Effeh sei lá das quantas? Pegou a patroa com o Ricardo?

VAI VENDO 27 de outubro de 2020, 15:36h - 15:36

Já passou da hora de acabar com essa mordomia dos advogados de não serem obrigados a declarar as fontes dos honorários. As leis são iguais para todos, e somente para eles são diferentes?

Eu não trato advogado como doutor, a não ser que eles tenham o título de doutorado.

Boa lembrança de que advogado para defender a clientela é capaz de até mentir ou inventar cenas. É justamente por ter de mentir que eu nunca me interessei pela profissão. Eu não acho que os profissionais são justos.

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