Angra dos Reis – Cinco vítimas do naufrágio da traineira “Minas Gerais”, ocorrida no último sábado (28) em Angra dos Reis, continuam desaparecidas. Nesta segunda-feira (30), por conta do mau tempo, bombeiros do 10º GBM (Grupamento de Bombeiro Militar) encerraram as buscas por volta das 16h, sem êxito. A previsão é que os trabalhos voltem a acontecer nesta terça-feira (1º).
Estão desaparecidos: José Geraldo da Silva, de 42 anos e vice-prefeito de Arantina (MG), Atail Almeida Bezerra, José Assis da Silva, Wellington Sandro de Castro e Fernando de Castro de Souza, que não tiveram as idades divulgadas. Todos são moradores de Arantina (MG), no sul do estado, e tinham alugado a escuna para pescar.
As buscas desta terça-feira contarão com 19 mergulhadores, três embarcações da Capitania dos Portos e uma lancha do Corpo de Bombeiros. O comandante do 10º GBM, Paulo Escarani, disse que além do mau tempo, os mergulhadores enfrentam dificuldades para chegar ao ponto onde a embarcação teria afundado.
– A profundidade do suposto local onde o barco afundou é de aproximadamente 40 metros. Os mergulhadores só podem ficar 20 minutos a cada 24 horas, já que a pressão chega a 4 ATM (unidade de medida da pressão) – informou o comandante.
Escarani disse ainda que os oito sobreviventes do naufrágio não souberam informar se os desaparecidos estavam ou não vestidos com coletes salva-vidas.
As possíveis causas do acidente, circunstâncias e responsabilidades estão sendo apuradas. Um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) foi instaurado pela Marinha. O prazo para conclusão é de 90 dias.
O delegado titular da 166ª DP (Angra dos Reis), Marco Antônio Alves, disse que as outras vítimas do acidente foram ouvidas por ele, mas o teor dos depoimentos não foi revelado. Ele ainda vai ouvir os dois tripulantes do barco. A polícia tem 30 dias para concluir o inquérito sobre as causas do acidente.
Arantina em estado de choque
Seis das vítimas resgatadas do acidente, que aconteceu na noite de sábado, próximo à praia de Provetá, já voltaram para suas casas. Eles estavam em um grupo de 46 turistas de Arantina que alugaram quatro barcos para pescar na localidade conhecida como Ponta do Meros, na região da Ilha Grande. As embarcações partiram de um cais no bairro Camorim, por volta das 16h, no sábado. A Minas Gerais afundou pouco mais de duas horas depois, entre às 18h30 e 19h30.
Os sobreviventes se encontraram no domingo com o prefeito de Arantina, Francisco Carlos Ferreira Alves (Dem), o Cacá, e relataram que tudo teria acontecido de forma repentina. Segundo ele, o sentimento é de tristeza e comoção em toda a cidade, que possui pouco mais de 2,9 mil habitantes e muitos se conhecem.
– Os resgatados não souberem dizer se os cinco passageiros desparecidos conseguiram colocar os coletes salva-vidas a tempo – disse o prefeito.
Cacá afirmou que vai aguardar o andamento das investigações para saber que posição adotar, e revelou que tem esperanças de que os desaparecidos sejam encontrados com vida.
Um dos que conseguiram se salvar do naufrágio foi o advogado Erlei Eros Misael, de 42 anos. Ele confirmou que tudo ocorreu de forma muito rápida e que a impressão que ele teve foi a de que o barco, ao fazer uma curva aberta, tombou para o lado esquerdo e virou bruscamente.
Erlei contou que chegou a nadar por cerca de 40 minutos, até encontrar um isopor e depois um banco do barco, onde se apoiou até ser resgatado por uma lancha de moradores da Praia de Provetá.
– Eu e mais três passageiros conseguimos chegar à ilha, outros quatro foram resgatados no mar. Quando estava nadando, e estava a cerca de 30 metros de Wellington (um dos desaparecidos), notei que ele estava de colete salva-vidas. Os outros desaparecidos não deu tempo de observar. Até chegar na ilha observei um silêncio total. Não estava chovendo e o mar não estava muito agitado. Só foi chover quando cheguei à ilha – detalhou o advogado, que não se pronunciou se pretende ou não mover uma ação indenizadora na Justiça, mas que vai aguardar o andamento das investigações.
Erlei afirmou ainda que enquanto houver fé, há esperança de que os desaparecidos sejam encontrados com vida.
O vereador de Arantina, Giovani Aparecido Pereira (Dem), disse que a população do município está em estado de choque com o desaparecimento dos cinco homens.
– José Geraldo é muito popular na cidade, assim com os outros quatro passageiros do barco que afundou em Angra dos Reis. Estamos em estado de choque e orando para que sejam encontrados com vida – disse o vereador.
A diretora de uma creche em Arantina, Vicentina Maria de Almeida, também comentou que as pessoas estão alarmadas com a notícia do naufrágio.
– A cidade é pequena e, por isso, somos praticamente uma família só. José Geraldo, por exemplo, além de ser vice-prefeito, tem uma loja de calçados na cidade. Ele é pai de um jovem de 20 anos e de um adolescente de 13. Ele viajou com o grupo daqui de Arantina, mas não levou ninguém de sua família. Estamos orando por todos eles – disse Vicentina.
Por Dicler de Mello e Souza
4 comments
Uma correção, se a profundidade é de aproximadamente 40 Metros de coluna d’agua logo teremos “4 ATM” e não “40ATM”.
Os tubarões e outros peixes já devem ter devorado eles!
Que Deus conforte o coração das famílias.
Cinco pessoas ainda desaparecidas e um indivíduo ja pensando em mover ação judicial visando indenização.
Que Deus tenha misericórdia dessas pessoas e elas sejam encontradas vivas meu Pai ! As pessoas deveriam rezar ao invés de ficarem fazendo piadinhas como vi no diario do vale e no jornal o globo ! Que absurdo ! Deus tenha misericórdia dessas familias meu Pai .
Comments are closed.