Rio – O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) encaminhou à Justiça uma denúncia contra quatro policiais militares por crimes relacionados à ocupação ilegal de lotes na Avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade. Entre os militares, um foi denunciado por estelionato, falsificação de documentos, fraude processual e falsidade ideológica.
De acordo com o MPRJ, um dos terrenos, com escritura falsa, está avaliado em R$ 60 milhões e foi desmembrado e vendido em lotes.
A pedido do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco), o juízo da 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça determinou a indisponibilidade de bens e o bloqueio de valores em contas bancárias, além do sequestro de imóveis e veículos de Francisco.
Os outros três policiais militares suspeitos foram denunciados pelos crimes de estelionato, uso de documento público falso e denunciação caluniosa.
Empresas de fachada
Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, um dos suspeitos teria vendido lotes do terreno para empresas de fachada, utilizando escritura falsa e tomando posse do local à força, com ameaças ao vigia do local. O objetivo era ocupar e promover a especulação imobiliária na área. As investigações estimam que ele tenha obtido uma vantagem patrimonial ilícita de pelo menos R$ 12,5 milhões, embora o terreno possa valer até R$ 60 milhões.
Conforme a promotoria, os outros três PMs participaram das invasões nos dias 2 e 9 de agosto de 2022, apoiando o suspeito de vender os lotes na execução dos crimes.
Ainda de acordo com o MPRJ, um dos suspeitos havia sido condenado em 2016 a 13 anos de prisão pelo desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo, na comunidade da Rocinha, cujo corpo nunca foi localizado. Ele encontra-se em liberdade condicional desde 2019. O caso também está sob investigação da Corregedoria da Polícia Militar.