Rio de Janeiro – O Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) e a Polícia Civil deflagraram, nesta terça-feira (14), a Operação Kairós, contra um esquema de comercialização ilegal de anabolizantes. A ação, que conta com 15 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão, é resultado de uma denúncia do GAECO/MPRJ contra 23 pessoas envolvidas em crimes como associação criminosa, falsificação e adulteração de produtos medicinais, além de delitos contra as relações de consumo.
Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo e estão sendo cumpridos em bairros da capital fluminense, como Irajá, Vicente de Carvalho, Guadalupe, Méier e Olaria, além de cidades da Região Metropolitana, incluindo Niterói, São Gonçalo e Maricá. Um mandado de busca também foi autorizado no Distrito Federal. A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 82 milhões nas contas dos envolvidos.
Esquema e produtos investigados
As investigações, iniciadas em 2024, apontaram que três marcas estavam envolvidas na produção e venda de anabolizantes sem autorização dos órgãos de vigilância sanitária. Os produtos, de origem desconhecida, eram vendidos por meio de sites e redes sociais, sem informações claras sobre os riscos à saúde, levando consumidores a usá-los de forma inadequada.
As substâncias ilegais eram promovidas como suplementos ou medicamentos, mas não possuíam registro junto às autoridades sanitárias e eram adquiridas de empresas sem permissão para operar. Segundo o GAECO/MPRJ, o grupo criminoso movimentou mais de R$ 82 milhões e utilizava serviços de entrega como os Correios para distribuir os produtos.
Alcance e impacto
O esquema tinha alcance nacional, com clientes em 26 estados do país. Durante as investigações, foram apreendidos 1.150 frascos de anabolizantes, mas o número representa apenas cerca de 10% do total distribuído pelo grupo. O caso começou a ser investigado após postagens suspeitas serem identificadas pelo setor de segurança dos Correios e encaminhadas à Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (DECON).
A operação é um esforço conjunto para interromper atividades que representam sérios riscos à saúde pública e combater práticas ilegais que lucram à custa da segurança dos consumidores.
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