Angra dos Reis e Resende têm as maiores taxas de abstenção da região

by Paulo Moreira

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Sul Fluminense – Angra dos Reis e Resende registraram as maiores taxas de abstenção da região. Na cidade da Costa Verde, 21,35% dos eleitores registrados não compareceram às seções eleitorais, enquanto no município das Agulhas Negras esse índice chegou a 20,67%. O índice é superior à média nacional, que foi de 17,6%, mas inferior ao registrado no total Estado do Rio, que chegou a 21,54%. O menor índice de abstenção foi registrado em Porto Real (11,86%). A média de abstenções na região ficou em 19,26% do eleitorado. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). e se referem à eleição para prefeito.
Além das abstenções, chamaram a atenção os números de votos nulos e em branco, que somados às abstenções formam o índice de “não-voto”, que representa a proporção de pessoas que se recusaram a participar do processo de escolha dos prefeitos.
Nesta reportagem, a equipe do DIÁRIO DO VALE não levou em consideração os índices de votos brancos e nulos nas eleições proporcionais (para vereador) , que são diferentes dos da votação majoritária (para prefeito).
Considerando o índice de “não-voto”, Barra Mansa é a cidade onde mais pessoas se recusaram a escolher o novo prefeito – foram 23,77% dos eleitores registrados. Seguem-se Angra dos Reis (23,67%), Barra do Piraí (22,79%) e Resende (22,55%).
O motivo da diferença em relação aos índices de abstenção é a quantidade de votos nulos e brancos, que foi proporcionalmente maior em Barra Mansa do que nas duas cidades que tiveram os maiores índices de abstenção.

Fenômeno reflete desconfiança do eleitor, dizem especialistas

O número de eleitores que deixaram de comparecer às urnas neste domingo (2) chamou atenção de especialistas. A eleição municipal deste ano registrou o maior índice de abstenções da história: mais de 25 milhões de cidadãos aptos deixaram de votar em todo país.
Segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a taxa de abstenção é crescente desde 2008, quando 14,6% dos eleitores não compareçam à votação. No pleito deste ano, o índice chegou a 17,6%. O maior percentual de abstenções foi na cidade do Rio de Janeiro, 24,28%. Em seguida, ficaram Porto Alegre (22,51%) e São Paulo (21,84%). Os menores índices foram verificados em Manaus (8,59%), Vitória (10,76) e Recife (11,31%).
Para a professora do Departamento de Política do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Vera Chaia, os números refletem a desconfiança do eleitor com a classe política. “Esse fenômeno é reflexo de todos os movimentos anteriores, as manifestações que começaram em 2013. Apesar de ter havido alguma mudança no cenário político, não foi substancial. O mesmo grupo político continua no poder, com o governo do presidente Michel Temer. Essa é uma demonstração de repúdio do eleitor, um reflexo da negação desse atual sistema político.”
A mudança desse cenário não deve ser sentida em curto prazo, diz a cientista política. “Enquanto o político não mudar, o eleitor não vai legitimar esse cenário, com práticas políticas que são negadas do ponto de vista ético. Porque é isso que está acontecendo, ele está deslegitimando o sistema eleitoral.”
O cientista político e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Geraldo Tadeu Moreira Monteiro ressalta que cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte tiveram mais votos brancos, nulos e abstenções do que os candidatos que saíram em primeiro lugar na disputa. “A expectativa é que os prefeitos sejam eleitos nessas capitais com um número de votos pequeno, em torno de 35% dos votos válidos. Eles terão baixa legitimidade, o que é preocupante.”
Para Moreira, a reforma política, com a diminuição do número de partidos políticos para dar mais “coerência” aos governos, é imprescindível para a mudança do cenário de desconfiança por parte dos eleitores brasileiros. “Há uma crise de representatividade. O sistema político resistiu e não lidou com ela, manteve-se do mesmo jeito. Assim, o eleitor desiste e vai cuidar da sua vida ou procura candidatos que não representem esse sistema, como os que se dizem administradores, e não políticos. O comportamento pode se reproduzir à medida que o sistema não responder a essas inquietações da população.”

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7 comments

ELEITOR da região leste 7 de outubro de 2016, 08:25h - 08:25

CLÁUSULA DE BARREIRA JÁ, CHEGA DE PARTIDINHO DE ALUGUEL. AS COISAS ESTÃO MUDANDO E PARA MELHOR PARA AS PESSOAS DO BEM E PARA PIOR PARA OS DO LADO DO MAU.

capivara 7 de outubro de 2016, 00:19h - 00:19

em angra so tinha um candidato praticamente

agafjgjjkWantuil fortes Silvério 5 de outubro de 2016, 22:24h - 22:24

O eleitor está se revoltando .Em um sistema , quê só o partido tem o poder de escolher .quem tem que dá o primeiro voto é o povo .o eleitor está sendo cobaias ,os eleitores consciente está descobrindo está farsa eleitoral .

agafjgjjkWantuil fortes Silvério 5 de outubro de 2016, 21:56h - 21:56

À tendência é voto branco e nulo e abstenção aumentar .O povo quê ter o direito de escolher através de prévia, nós bairros . Exemplo : um bairro que faz 01 vereador . Tem haverum cadastro 100 candidato .os 5℅ mais votados pelo povo, Aí depois dessa prévia aí que para o partido . Do jeito que está são todos partidos de mentirinha .

João 5 de outubro de 2016, 11:31h - 11:31

Valença não faz parte da região????
A taxa de abstenção lá foi de 23,56%, conforme resultado no site do TSE.

capivara 7 de outubro de 2016, 00:21h - 00:21

cortaram valença;;kkkkk

CIDADÃO VR - O Original 5 de outubro de 2016, 00:55h - 00:55

Angra dos Reis não teve eleição para prefeito, teve plebiscito! Fernando Jordão com mais de 82% dos votos! Grande responsabilidade a partir de Janeiro de 2017, onde terá que administrar uma cidade das mais complexas da região e quebrada financeiramente. Experiência ele tem!

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