Associação de moradores pede apoio para evitar fechamento de escola

Reunião entre moradores e políticos aconteceu no refeitório do Ciep (Foto – Wellisson Carlos)

Volta Redonda – Representantes da associação de moradores dos bairros Açude I, II, III e IV, convocaram a população e diversas autoridades para uma reunião com caráter emergencial, na última segunda-feira (10), com o objetivo de debater ações e estratégias no intuito de reverter o fechamento do Ciep 403 – Maria de Lourdes Giovanetti, a única escola do local que oferece ensino médio. O decreto de fechamento da escola foi assinado por Wagner Granja Victer, Secretário de Estado de Educação.

Atualmente, vinte e oito alunos estão matriculados no Ciep 403, porém apenas 23 estão estudando de fato. Cinco trancaram suas matrículas. Representantes da Associação de Moradores do Açude (Amaba) estão percorrendo o bairro com um abaixo assinado e a intenção é colher mil assinaturas.

Segundo Alan Cunha, presidente da Amaba, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, o Ministério Público, a Câmara Municipal de Volta Redonda, a Vara da Infância e Adolescência e a Prefeitura de Volta Redonda também foram notificados. Ele relatou que o Ciep tem importância para a comunidade e teme que a escola, com os portões trancados, seja utilizada para consumo de drogas e atos ilícitos, além de sobrecarregar outras escolas e dificultar o deslocamento dos moradores do bairro.

Antônio Furtado, deputado federal eleito, não pode comparecer à reunião, porém, seu assessor o representou. Marcelo Miranda fez questão de apontar dados do artigo sexto da Constituição Federal, e falou sobre direitos constitucionais como: acesso a educação, a saúde, a segurança, entre outros, demonstrando sua indignação com o fechamento do Ciep.

– Estamos em um momento de transição. Furtado conversou pessoalmente com o governador eleito, Wilson Witzel. Assim que assumirem em janeiro, farão uma avaliação sobre o caso. Vamos fazer de tudo para não entregar o Ciep. Ele não vai ser entregue dessa forma. Parabéns aos familiares, por estarem lutando por um direito que é de vocês – disse.

Alexandre Serfiotis, deputado federal reeleito, disse que vem acompanhando a situação do fechamento do Ciep há mais de um ano e que esteve com o governador Pezão, que, segundo o deputado, teria assumido o compromisso de manter o Ciep aberto, o que não aconteceu. Serfiotis assumiu o compromisso de ajudar a comunidade, na busca de soluções, ressaltou sua preocupação com o alto índice de violência e sua indignação com a real situação em que os moradores se encontram atualmente.

– A gente fica muito triste em chegar aqui, depois de um ano e receber essa notícia. O que eu propus é que a gente busque imediatamente uma reunião com a equipe de transição do novo governador e com o secretário de Educação, ainda este ano, e se não for possível, no início do ano que vem. Se a gente quer combater a violência e resgatar o Estado, não é fechando a escola que a gente vai conseguir isso – disse.

Flávio Serafim, deputado estadual (Psol), também se comprometeu a entrar em contato com representantes do governo do Estado. Flávio solicitou aos moradores uma listagem com nomes de alunos que tenham interesse em estudar no Ciep 403 nos próximos anos.

– Vou trabalhar com duas possibilidades: fazer contato com alguém do atual governo e encaminhar um representante da escola na próxima quarta-feira e caso o atual governo se recuse a receber, também vou fazer contato com a equipe de transição. Vamos tentar marcar uma reunião, e é muito importante vocês fazerem um abaixo assinado e uma lista com nome de adolescentes que tenham interesse em estudar aqui na escola – disse.

O DIÁRIO DO VALE entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação, mas não obteve resposta.