Câmara Municipal aprova comissão processante contra Jonas Marins

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(Foto: Paulo Dimas)

Barra Mansa – A Câmara Municipal aprovou nesta terça (07), por quinze votos contra quatro, a instalação de uma comissão processante que investigará a denúncia feita por Mário Rodrigues Costa Neto contra o prefeito Jonas Marins (PC do B). Mário afirmou que empresas fornecedoras de medicamentos enviavam notas com valores altos e que a medicação era entregue em quantidades menores e de remédios próximos ao fim do prazo de validade. O teor da denúncia é semelhante ao que é investigado na Ação Civil Pública em que foi concedida liminar afastando temporariamente o prefeito de suas funções.
A comissão foi escolhida por sorteio e ficou composta pelos vereadores Denílson Câmara (Solidariedade), que é o presidente, Rodrigo Drable (PMDB), relator, e Cláudio Cruz, o Baianinho (PV), membro.
Os vereadores terão cinco dias para darem início aos trabalhos, com a citação do prefeito. Ele terá dez dias para apresentar sua defesa prévia, que será analisada em cinco dias.
Depois desse prazo, a comissão elabora um parecer e o plenário vota pelo prosseguimento ou não da denúncia. Caso o prosseguimento seja aprovado, será concedida vista ao denunciado para apresentar razões finais em cinco dias, após o que o plenário votará a cassação ou não do mandato do prefeito.
A expectativa é que o processo dure cerca de trinta dias, embora os parlamentares tenham prazo de até 90 para concluir os trabalhos da comissão.
Um dos quatro votos contrários à instalação da comissão foi do vereador Uéslei Brito, o Uésleida Farmácia (PC do B). Ele afirmou que votou dessa forma por acreditar que a Justiça já está verificando a procedência ou não das denúncias contra o prefeito:
— Vejo no momento uma motivação política para a instalação da comissão, tendo em conta que alguns vereadores são prefeitáveis. É um momento de crise política e o Legislativo já encaminhou as denúncias para o Ministério Público, o que, inclusive, gerou o processo onde houve a liminar que causou o afastamento temporário do prefeito. Votei de acordo com minha consciência, e não contra o povo, até porque acredito que a Justiça é que dará o parecer final — disse.
Favorável à instalação da comissão, o vereador Marcelo Cabeleireiro (PDT), falou que  não acredita que o processo eleitoral afete o andamento dos trabalhos:
— Acredito que a questão esteja encerrada antes da campanha, e os vereadores não se deixarão afetar. Além disso, há várias outras informações que podem ser incluídas no processo — afirmou.
O vereador Rodrigo Drable (PMDB), disse que preferia não ter sido sorteado para participar da comissão. Ele foi sorteado por um integrante da base de apoio a Jonas Marins, o vereador Uéslei  da Farmácia.
Segundo Rodrigo, é necessário que os integrantes da comissão se reúnam com o promotor que conduz o inquérito e o juiz que preside o processo ação civil pública contra Jonas Marins. Motivo: ter acesso aos autos do procedimento, que corre em segredo de justiça. Ele também informou que não há, na denúncia, informações sobre os caminhos que o dinheiro supostamente desviado com a compra dos remédios percorreria até os supostos beneficiários do esquema.
— Tenho certeza de que a comissão terá uma postura de isenção política, garantindo amplo direito de defesa a todos os citados — declarou Rodrigo.