Deley diz que Estado do Rio está em situação dramática

by Paulo Moreira
Consequências: Deley afirma que crise financeira afeta fortemente a Saúde e a Segurança

Consequências: Deley afirma que crise financeira afeta fortemente a Saúde e a Segurança

Rio e Volta Redonda – O deputado federal Deley de Oliveira (PTB) disse nesta quarta-feira (16), durante reunião da bancada fluminense na Câmara dos Deputados com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que a situação do Estado do Rio é dramática. O parlamentar mencionou dois aspectos, além da questão dos pagamentos ao funcionalismo, em que, na opinião dele, a crise financeira dos governos estadual e federal afeta diretamente a população. Um deles é a Saúde:
— Um dos problemas é o da Saúde. O índice de repasse do governo federal para o Rio, nesse aspecto, é muito menor que o de outras unidades da federação, com a justificativa de que haveria hospitais federais no estado. No entanto, a quantidade de estabelecimentos federais de saúde não justifica tanta diferença no volume de recursos — disse Deley, acrescentando que esse assunto tem que ser revisto com urgência.
Deley também tocou na questão da segurança do Estado do Rio. Ele afirmou que a crise financeira do governo federal fez com que diversos postos da Polícia Rodoviária Federal fossem fechados, o que está afetando diretamente a segurança da população.
— Sem esses postos, entram mais armas pesadas e drogas no Estado do Rio, o que fortalece os criminosos. Com isso, a sensação de insegurança aumenta entre a população. Percebo que o quadro está ficando semelhante ao que existia antes das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) — declarou o deputado.
Durante a reunião, os deputados da bancada federal do Estado do Rio afirmaram que vão lutar pela revisão do cálculo de royalties do petróleo. De acordo com estimativas do governo do Rio, a mudança pode render mais R$ 2 bilhões por ano aos cofres estaduais. O anúncio foi feito pelo deputado federal Hugo Leal, coordenador da bancada federal. Essa foi uma das medidas discutidas para o enfrentamento da crise financeira do Estado.
Uma reunião com o ministro das Minas e Energia, Fernando Bezerra, já foi acertada para às 11h desta quinta-feira (17). A revisão está em consulta pública na Agência Nacional do Petróleo (ANP). De acordo com o deputado Otavio Leite, que defende a atualização do cálculo, é preciso apenas a revogação de uma portaria.
O deputado Alessandro Molon destacou que a operação é necessária e que já há o reconhecimento da ANP sobre a defasagem dos valores pagos ao Rio de Janeiro.
— A revisão foi aceita pela ANP, mas não foi aceita pela Petrobras e pelo Ministério de Minas e Energia. É um dinheiro que poderia oferecer um alívio relativamente rápido ao estado.
A securitização da dívida ativa foi outro tema abordado na reunião.
– Estamos há quase dois anos tentando essa securitização. Há um projeto extraordinário na Câmara Federal, muito melhor do que o que está no Senado. Isso pode nos dar de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões. O apoio da bancada federal é essencial para conseguirmos – destacou o governador.
Pezão voltou a afirmar que as medidas para o equilíbrio das contas estaduais apresentadas à Assembleia Legislativa (Alerj) buscam garantir previsibilidade aos proventos dos funcionários públicos. O governador disse ainda que não reenviará à Alerj o projeto que criaria uma alíquota previdenciária temporária e está aberto ao diálogo de outras medidas.
— Não é fácil fazermos uma discussão dessa magnitude. Não queremos tirar o direito adquirido de ninguém. O que queremos é dar previsibilidade ao funcionalismo público para que recebam suas 13 folhas de pagamento no ano que vem e em 2018.  Quero garantir isso. Estão surgindo diversas ideias. Aqui surgiu uma proposta que é a da bancada se comprometer a procurar o Ministério de Minas e Energia porque o preço do barril do petróleo está defasado. Também estamos tentando securitizar há dois anos a dívida ativa. São ações que reporiam os valores previstos pela alíquota extraordinária — frisou Pezão, que disse não ser do Executivo a proposta do teto de R$ 15 mil a novas aposentadorias.
Pezão repudiou os atos de violência ocorridos em frente à sede da Alerj.
— Os funcionários querem um calendário de pagamentos previsível, o que queremos estabelecer o mais rápido possível. Essas medidas não são para prejudicá-los. São medidas que vão garantir o pagamento dos anos de 2017 e 2018. Não é na violência que a gente vai discutir isso. Levem ideias para dentro do Parlamento para que possamos resolver a crise que não é apenas do Rio, e sim do Brasil – afirmou.
O deputado Alessandro Molon (Rede) informou que a bancada cobrou um esclarecimento sobre os incentivos fiscais concedidos a empresas nos últimos 12 anos e criticou a falta de precisão sobre o montante de recursos que o estado abdicou com isenções fiscais. “Foi uma verdadeira farra dos incentivos fiscais e isso precisa ser revisto”, disse.
O governo se comprometeu a entregar os dados à bancada em até 30 dias. As informações também já haviam sido solicitadas pelo Ministério Público Federal. Pezão disse que o governo vai dar publicidade à renúncia fiscal do estado, que ele não soube precisar de quanto foi, mas ponderou que o cálculo também precisa levar em conta os empregos gerados e as empresas que se instalaram no Rio, atraídas pelos incentivos.
— Se os outros estados não pararem de dar incentivos, não somos nós que vamos ficar assistindo empresas indo embora do Rio de Janeiro — disse Pezão, que acrescentou que os governadores trabalham em uma proposta conjunta de reforma da previdência e tributária para enviar ao Congresso Nacional.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB) também destacou a possibilidade de obter recursos no curto prazo com a mudança no cálculo dos royalties e criticou os cortes propostos pelo governo do estado em programas como o aluguel social. A parlamentar defendeu que as manifestações de servidores públicos estaduais são legítimas e que é preciso avaliar a suspensão de isenções fiscais a empresas ao menos temporariamente.
— Já que é para fazer um sacrifício, as empresas que o façam, e não os trabalhadores — disse a deputada, que informou ainda que a bancada se reunirá com a presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro para tratar dos gastos do poder judiciário.
O deputado Otávio Leite afirmou que a bancada deve procurar também o presidente Michel Temer para pedir que ele determine a revogação da portaria que estabelece o cálculo dos royalties. Leite defendeu que a bancada se uma: “A bancada precisa atuar politicamente unida, independentemente de partidos, para conseguirmos entrar nos gabinetes e sermos ouvidos”
Leite também afirmou não ser contra a revisão dos incentivos fiscais, mas destacou que eles também são responsáveis pela geração de empregos. “Não sou contra rever. Sou a favor que se tenha critérios em relação a isso”.
Hugo Leal (PSB) defendeu que o estado do Rio de Janeiro deve ter um tratamento especial pela gravidade da situação que passa e também por circunstâncias históricas como a perda da capital federal e a fusão com o estado da Guanabara. Ele defendeu uma reforma tributária que ponha fim à guerra fiscal entre estados para oferecer benefícios mais atrativos para empresas. “Isso desequilibra e causa um mal estar no país como um todo”.

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15 comments

Guilherme 18 de novembro de 2016, 18:02h - 18:02

A responsabilidade é sua e de todos que se aproveitaram do estado, falharam com seu dever de fiscalizar e informar aos cidadãos sobre o que ocorria nos bastidores sendo que foram eleitos para isto, pode até alegar que é deputado federal, mas todos vocês sabem sobre tudo que acontece, ao contrário de nós que só tomamos conhecimento na hora de pagar as contas.

tania 18 de novembro de 2016, 17:32h - 17:32

aproveite e coloque sua barba de molho…o caldo está entornando…duvido q seja inocente…

Al Fatah 18 de novembro de 2016, 11:31h - 11:31

Deley afirma que a Terra é redonda. Deley diz que o Brasil passa por uma recessão. Deley não é contra nem a favor, muito pelo contrário…

Robson 17 de novembro de 2016, 16:04h - 16:04

Povo do Estado do Rio de Janeiro, 2018 vem ai vamos mudar todos os que querem nossa derrota, vejo muito parlamentar em falcatrua e vem aos jornais com a cara de pau dizer que é lamentável a crise!
Vamos mudar todos sem exceção!

Aldenora Santos 17 de novembro de 2016, 08:26h - 08:26

Necessárias muita perspicácia e inteligência para se chegar a esta conclusão, ilustre deputado. Devem ter sido analisadas muitas entrelinhas… CARA DE PAU! Sempre esteve ao lado dos que destruíram as finanças do Estado! A quem quer enganar… O povo não é bobo!

Marcelo Bretas 17 de novembro de 2016, 08:11h - 08:11

Quem pensa que enganas? Fala em saúde, aposentados e esporte, mas sempre vota visando o interesse próprio. Votou ao lado de Cunha, Temer , Moreira e outras escórias políticas e para a cereja do bolo, votou a favor da PEC 241. Já cometeu suicídio político a muito tempo e ainda não sabe. Golpista !!

RELALIDADE 17 de novembro de 2016, 07:42h - 07:42

RESPOSTAS NAS URNAS ISSO QUE TEMOS QUE FAZER NESSE PAIS.É TROCAR 100% DO SENADO E CÂMARAS FEDERAIS E ESTADUAIS DESSA NAÇÃO TEMOS QUE COMEÇAR A MOSTRA PARA NOSSOS POLITICO QUE OS PATRÕES SOMOS NÓS E ELES COMO BOM FUNIONÁRIOS DEVEM SEGUIR A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E ZELAR PELA NAÇÃO, E NÃO É TIRANDO DIREITOS E AUMENTANDO IMPOSTOS PRA CIMA DO TRABALHADOR QUE VÃO FAZER ISSO.
VI UM SENADOR NA BANCADA DISCURSANDO ONDE PEDE PARA EM PRIMEIRO LUGAR ABAIXAR OS SALARIOS DELES E DE TODO ESCALÇÃO FEDERAL CITAS SALÁRIOS ALTISSIMOS O DISCURSO DELE ESTA ESPALHADO PELO ZAP ESSE CARA SIM VOTARIA NELE,PENA QUE NINGUÉM VAI DAR OUVIDOS PRA ELE.

VAI VENDO 17 de novembro de 2016, 09:24h - 09:24

Em VR muitos não votam em candidato que promete abaixar salário. Em 2012 e agora 2016 teve um candidato assim. O que os eleitores fizeram? Viraram as costas.

Brasileiro gosta muito é de reclamar. Para quê resolver as politicagens se acabará a oportunidade de reclamar, reclamar, reclamar????

Hobbes 17 de novembro de 2016, 07:41h - 07:41

Deley, vc. é um gênio…Onde estavas oh profeta do acontecido…Deley nunca mais tchau querido!!!!

VAI VENDO 17 de novembro de 2016, 09:26h - 09:26

Deixe de ser bobo. Você votará nele em 2018.

Coxinha de mortadela 17 de novembro de 2016, 06:42h - 06:42

Deputado Deley nunca mais…..

VAI VENDO 16 de novembro de 2016, 23:29h - 23:29

Nenhum deles falou em abrir mão das mordomias. Só apontaram outros para contribuir.

Eu gostaria de saber o que pensam os eleitores desses deputados.

Cezar 16 de novembro de 2016, 23:29h - 23:29

Dep. Deley, falou que o repasse para saúde e pequeno em comparação a outros estados.
Mas o mesmo votou a favor da PEC 241, que vai limitar o reajuste da verba a partir de 2018 pela inflação.
Onde temos gastos crescentes com a saúde todos anos, pois a população está envelhecendo.
Ele mesmo contradis o que falou com sua votação.

Fernando D.M. 16 de novembro de 2016, 22:39h - 22:39

Pergunte ao Deputado Deley , se ele votou contra ou a favor da PEC do fim do mundo ? Se a situação já está ruim , imagine quando esta PEC for aprovada no Senado … Só espero que ele se lembre daqui há alguns anos , que ele contribui e muito para isto tudo que está ocorrendo …Nas próximas eleições daremos o recado nas urnas ..aguarde !!!

Cantinflas 16 de novembro de 2016, 22:14h - 22:14

Noooosssa ! Não !!! Só contaram para ele.

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