Eletronuclear descarta atraso em obras da usina Angra 3 por causa da Lava Jato

by Paulo Moreira
Sem atraso: Eletronuclear afirma que construção de Angra 2 prossegue normalmente

Sem atraso: Eletronuclear afirma que construção de Angra 2 prossegue normalmente

 

Angra dos Reis e Rio –  A Assessoria de Imprensa da Eletronuclear afirmou que, apesar das investigações da Operação Lava Jato, a data prevista para a entrada em operação da Usina Nuclear Angra 3 continua a ser 31 de agosto de 2018 para primeira sincronização ao Sistema Integrado Nacional – quando a energia produzida passa a ser disponibilizada aos consumidores – e 31 de dezembro de 2018 início da comercialização da energia. A construção da usina entrou nas investigações da Operação Lava Jato depois de denúncias de que teria havido pagamento de propina na concorrência para a montagem eletromecânica da unidade.

 

Othon Pinheiro é transferido para Curitiba

 

O presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso na manhã de terça (28), no Rio, foi transferido para Curitiba. Ele embarcou às 18h20 do mesmo dia, no Aeroporto Santos Dumont, em um voo de carreira, escoltado por agentes da Polícia Federal (PF). Também embarcou o empresário Flávio Barra, presidente da AG Energia, subsidiária da Andrade Gutierrez. Ambos foram presos na décima sexta fase da Operação Lava Jato.

Othon e Flávio embarcaram separadamente dos demais passageiros. Eles foram colocados em um ônibus da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), na companhia de sete agentes federais. Também foram embarcados malotes e cerca de 15 caixas de papelão apreendidos durante a operação.

Os dois presos estavam sem algemas. O advogado do presidente licenciado da Eletronuclear, Helton Pinto, disse que não poderia se pronunciar sobre a prisão do cliente, pois ainda não tinha tido acesso aos autos do processo. “Não temos como nos pronunciar no momento, porque ainda não tivemos acesso aos autos. Como não temos conhecimento da acusação, não temos como nos pronunciar. Eu tenho que analisar o caso. Não li nada do processo ainda.”

Othon foi preso em casa, no Rio de Janeiro, e depois levado para a sede regional da PF no Rio. Ele se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava Jato por suspeita de irregularidades em contratos para a construção de Angra 3.

Na ocasião em que foi citado nas investigações da Lava Jato, Othon Silva negou ter participado ou ter conhecimento de qualquer irregularidade. Em nota à época, ele afirmou que jamais recebeu propina e que vive de sua aposentadoria como vice-almirante da Marinha e de seus vencimentos como presidente da Eletronuclear.

Procurada pela Agência Brasil, a Eletronuclear informou que a Eletrobras é que deve se pronunciar sobre o caso. Em comunicado ao mercado, divulgado à tarde, a Eletrobras disse que está buscando as informações para defesa de seus interesses e investidores, e que vai manter o mercado informado “oportunamente”. A seguir, a íntegra da nota:

“Em atenção ao procedimento realizado, nesta data, pela Polícia Federal, na 16ª Fase da Operação “Lava Jato”, denominada “Radioatividade”, que culminou na prisão temporária do Sr. Othon Luiz Pinheiro, diretor presidente licenciado da controlada Eletrobras Termonuclear S.A – Eletronuclear, a Companhia vem esclarecer aos senhores acionistas e mercado em geral o que se segue: Os trabalhos de investigação interna independente conduzidos pelo escritório Hogan Lovells – objeto de comunicados ao mercado divulgados em 29 de abril de 2015, 14 de maio de 2015, 10 de junho de 2015, 13 de julho de 2015 e 21 de julho de 2015 – os quais incluem o empreendimento da Usina Nuclear de Angra 3, desenvolvidos pela Eletronuclear, ainda não foram concluídos. Quanto à Operação citada, a Eletrobras está buscando obter as informações necessárias à defesa de seus interesses e de seus investidores e manterá o mercado informado oportunamente”. O texto é assinado pelo diretor Financeiro e de Relação com Investidores da empresa, Armando Casado de Araújo.

A Andrade Gutierrez, em nota divulgada na manhã de hoje, informou que está acompanhando a décima sexta fase da operação e destacou “que sempre esteve à disposição da Justiça”. Os advogados da empresa estão analisando a ação da PF para se pronunciar.

 

PMDB pediu doação à Odebrecht, diz executivo

 

O site do jornal O Globo noticiou ontem que Fábio Gandolfo, superintendente da Odebrecht Infraestrutura, afirmou em depoimento à Polícia Federal que o PMDB teria pedido doação para sua campanha eleitoral às empresas integrantes do Angramon, o consórcio responsável pela montagem eletrônica da usina Angra 3. A Odebrecht participa do Angramon junto com a UTC Engenharia, Andrade Gutierrez, Camargo Correa, Queiroz Galvão, EBE- Empresa Brasileira de Engenharia e Techint Engenharia e Construção. Ainda de acordo com o executivo da Odebrecht, o consórcio teria tido “despesas extras” de R$ 3 milhões, sem especificar o destino dos valores.

O pedido de doação teria sido feito por Ricardo Pessoa, da UTC, a empresa líder do consórcio, em agosto de 2014, e a Odebrecht se recusou a participar. O PMDB nega qualquer irregularidade e afirma que não autorizou ninguém a angariar doações para o partido.

 

Justiça recebe denúncia contra presidente da Andrade Gutierrez

 

O juiz federal Sérgio Moro recebeu nesta quarta (29) denúncia contra o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e mais 12 investigados na Operação Lava Jato, entre eles executivos da empresa. Com a decisão, os investigados passam à condição de réus.

Na decisão na qual abriu ação penal contra dos acusados, Sérgio Moro disse que há indícios de que a empresa fazia parte do cartel de licitações na Petrobras.

“Em especial, além do depoimento dos colaboradores, a documentação que indica a existência do cartel e dos ajustes de licitação, a prova documental do fluxo financeiro entre a Andrade Gutierrez e os operadores Fernando Soares [Fernando Baiano] e Mário Goes, e de outros elementos documentais circunstanciais, conferem sustentação à denúncia, isso sem prejuízo da discussão pelas partes e apreciação final pelo juízo”, justificou o juiz.

Em junho, os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez foram presos na décima quarta fase da Lava Jato, chamada Erga Omnes, uma expressão usada no meio jurídico para indicar que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos.

Em nota, a Andrade Gutierrez declarou que não vai se pronunciar sobre o assunto pela imprensa. ”Os advogados dos executivos e ex-executivos da Andrade Gutierrez informam que as respectivas defesas serão feitas nos autos da ação penal, fórum adequado para tratar o assunto”.

 

 

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